Oi reverte prejuízo e tem lucro líquido no 3° trimestre de 2024

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São Paulo, SP – A Oi, em recuperação judicial, divulgou na noite de ontem (6) o balanço do terceiro trimestre de 2024 (3T24), com lucro líquido de R$ 243 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 2,803 bilhões em relação ao mesmo período do ano passado (3T23). De janeiro a setembro, o lucro líquido foi de R$ 12,5 bilhões, revertendo o prejuízo de R$ 4,9 bilhões registrado nos nove primeiros meses do ano passado.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos depreciação e amortização) reportado ficou negativo em R$ 335 milhões, revertendo o valor positivo de R$ 382 milhões registrado no mesmo período de 2023. De janeiro a setembro, o Ebitda reportado foi negativo em R$ 856 milhões, revertendo o valor positivo de R$ 640 milhões registrado nos nove primeiros meses de 2023.

No 3T24, o EBITDA de rotina das operações brasileiras registrou um consumo de R$388 milhões, apresentando um declínio tanto na comparação com o 3T23 quanto em relação ao trimestre anterior. É importante ressaltar que o EBITDA do 2T24 foi impactado por efeitos não recorrentes principalmente relacionados à superávit de Plano de Previdência e efeitos da reestruturação de contratos Take or Pay no contexto do Plano de RJ. Em linha com períodos anteriores, o desempenho do EBITDA de rotina foi influenciado principalmente pela queda acelerada das receitas dos serviços não-core, especialmente devido à dinâmica dos serviços baseados em tecnologias legadas, como o cobre e DTH. Importante ressaltar que, a retomada do crescimento das receitas da fibra, no trimestre, contribuíram para atenuar os impactos da aceleração da queda dos serviços legados.

A receita líquida da Nova Oi encerrou o 3T24 totalizando R$2,1 bilhões, apresentando redução anual de 14,4% e trimestral de 3,2%. O resultado continuou sendo impactado pela acelerada queda de demanda por serviços nãocore que incluem os serviços legados relacionados à tecnologia de cobre e atacado regulado, bem como os serviços de TV DTH e das subsidiárias. Além disso, a dinâmica declinante nos serviços tradicionais de telecomunicações e abordagem comercial seletiva da Oi Soluções, também impactaram no resultado deste trimestre. As receitas dos serviços core Oi Fibra e Oi Soluções encerraram o 3T24 representando mais de 75% do total da receita da Nova Oi, com destaque para a Oi Fibra que cresceu 2,8% T/T

No 3T24, o resultado financeiro líquido da Oi totalizou uma receita de R$ 886 milhões, em
comparação a uma receita de R$ 15.645 milhões no 2T24 e uma despesa de R$ 2.480 milhões no 3T23. Cabe ressaltar que, a receita financeira do trimestre passado foi explicada, principalmente, pelo impacto positivo da reestruturação da dívida, decorrente da implementação dos novos termos e condições aprovados no Plano de Recuperação Judicial da Companhia. Já no 3T24, a Companhia registrou uma receita financeira decorrente da valorização do Real vs Dólar de 2,0% no período, somado ao impacto positivo de ajuste a valor presente resultado da celebração com a Anatel do 2º termo de repactuação da transação firmado em novembro de 2020, das dívidas atualizadas até setembro de 2024.

No 3T24, o fluxo de caixa operacional registrou um consumo de R$496 milhões, refletindo, em grande parte, o desempenho do EBITDA de rotina. Esse consumo foi parcialmente mitigado pelas eficiências obtidas em capex, evidenciando uma gestão de investimentos mais estratégica e focada na otimização de recursos, que resultou em uma redução de 7% no consumo operacional de caixa A/A.

ENDIVIDAMENTO

No 3T24, o saldo da dívida bruta a valor justo foi de R$10,3 bilhões, uma redução de 59,2% A/A e um aumento de 20,0% T/T. A redução anual é explicada, principalmente pela aprovação do Plano de RJ e, consequentemente da reestruturação das dívidas financeiras da companhia. Já a elevação no T/T é decorrente da conversão das Notas de empréstimo do DIP, que a Oi já detinha, no Novo Financiamento pelos credores no valor principal de US$ 601 milhões, somado ao Novo Financiamento aberto a terceiros no valor de R$ 903 milhões em debentures privadas, concluindo, assim, o processo de reestruturação da companhia e obtendo liquidez adicional, conforme previsto no Plano.