São Paulo – Casos de reinfecção pelo novo coronavírus devem se tornar cada vez mais comuns, segundo a líder técnica da Organização Mundial da Saúde (OMS), Maria van Kerkhove, após relatos de pessoas contaminadas novamente na Ásia e na Europa.
“É possível que comecemos a ver reinfecções de covid-19, mas isso não significa que a vacina não vai funcionar”, disse ela em uma sessão de perguntas e respostas promovida virtualmente pela OMS. “Temos as ferramentas disponíveis que podem evitar que as pessoas sejam infectadas”, acrescentou.
Na segunda-feira, pesquisadores de Hong Kong anunciaram o primeiro caso confirmado de reinfecção por covid-19 no mundo: um homem de 33 anos que testou positivo pela segunda vez, mais de quatro meses após a primeira contaminação. O caso foi confirmado pelo sequenciamento genético do vírus das duas infecções, que mostraram diferenças significativas nas cepas virais.
Para os pesquisadores, porém, o fato de ele ter ficado assintomático na segunda vez mostra que o sistema imunológico do paciente manteve o vírus sob controle.
Um dia depois da primeira confirmação, dois outros relatos de casos europeus foram divulgados pelos cientistas. O primeiro paciente era um idoso, na Holanda, com sistema imunológico mais vulnerável. A outra era uma mulher da Bélgica, que teve sintomas leves em março e foi reinfectada em junho. Ambos os casos ainda não foram publicados oficialmente.
“Isso não muda o que estamos fazendo com as vacinas. Essa é a outra questão – as pessoas pensam que significa que uma vacina não vai funcionar. Não é o que isso significa. Ainda estamos desenvolvendo vacinas e há um progresso incrível sendo feito sobre isso “, afirmou Van Kerkhove.