OMS declara emergência de saúde em nível internacional para coronavírus

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Por Carolina Gama

São Paulo – A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou emergência pública de saúde em nível internacional por conta do surto de coronavírus que começou em dezembro na cidade chinesa de Wuhan e que já matou pelo menos 170 pessoas.

A declaração teve como base o número de países que apresentam casos da doença e também a dificuldade de alguns deles de lidar com o problema. Segundo a OMS, com o status de emergência internacional, a ajuda e coordenação entre os países será facilitada.

“Sabemos que alguns países não têm condições de lidar com o novo coronavírus de maneira adequada, por isso, a declaração deve ajudar esses países. A decisão de hoje foi baseada nisso”, disse o chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Ele afirmou ainda que no novo status da doença não representa uma desconfiança da maneira como as autoridades chinesas estão lidando com a situação.

“Se não fosse pelas medidas do governo chinês, teríamos muito mais casos no mundo. A rapidez com que a China detectou o surto, isolou e fez o rastreamento do genoma e compartilhou as informações com o mundo são impressionantes – e isso não é um exagero”, afirmou Ghebreyesus.

Segundo os últimos dados da OMS, o total de casos de coronavírus já chega a 7.834, sendo que existem 98 casos fora da China e quatro países já registraram contágio de pessoa para pessoa – Estados Unidos, Alemanha, Japão e Vietnã. Ainda de acordo com a organização, não houve mortes fora da China, onde 7.716 casos foram confirmados, com 170 mortes.

Apesar de a China responder por mais de 90% dos casos de coronavírus, a OMS se posicionou contrária à restrição de viagens ao país. “Não recomendamos a restrição de viagens ou do comércio com a China”, afirmou.

“Não conseguimos, no entanto, convencer as companhias aéreas a evitar a suspensão de voos para a China. Essas empresas alegam que a suspensão dos voos se deve a ausência de demanda. Não temos como controlar isso”, acrescentou.

A OMS afirmou ainda que os países que têm condições de adotar medidas de repatriação de seus cidadãos, devem fazê-lo garantindo que não haja contaminação. “Nem todos os países têm condições ou expertise para isso, portanto, essa não é uma medida que deve ser adotada por qualquer governo”, disse.

Até o momento, Estados Unidos e França estão entre os países que retiraram cidadãos da China por conta do surto. Canadá e Alemanha também estão estudando medidas de repatriação.