Opep corta projeção de demanda e oferta global para 2020

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São Paulo – A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) revisou para baixo a previsão de crescimento da demanda mundial por petróleo em 2020, assim como a projeção para a produção dos países de fora do cartel, devido à pandemia do novo coronavírus.

A demanda global deve cair em 6,8 milhões de barris por dia (bpd) em 2020, atingindo 92,82 milhões de bpd, uma revisão para baixo de 6,9 milhões de bpd após a projeção de 99,73 milhões de bpd divulgada no relatório anterior do cartel, de março.

“O impacto do surto de covid-19 na China no primeiro trimestre de 2020 e seu impacto negativo nos combustíveis industrias e para transportes desde então se espalhou globalmente e agora está afetando o crescimento da demanda de petróleo na maioria dos outros países e regiões”, diz o relatório.

O cartel revisou para baixo a demanda global de petróleo no segundo trimestre deste ano em quase 12 milhões de bpd, com 60% da perda proveniente de combustíveis para transportes, e abril deve reportar a maior queda, de cerca de 20 milhões de bpd. Segundo a Opep, as medidas de contenção do vírus levaram à queda no consumo de combustível.

“O mercado de petróleo está atualmente passando por um choque histórico que é abrupto, extremo e em escala global”. Ainda segundo o relatório, “considerando os acontecimentos mais recentes e as grandes incertezas no futuro, os riscos permanecem significativos, sugerindo a possibilidade de novos ajustes, principalmente no segundo trimestre.”

OFERTA

Com relação à oferta, a dos países de fora da Opep deve cair em 1,5 milhão de bpd este ano, para 63,47 milhões de bpd, uma queda de 3,26 milhões de bpd ante a projeção anterior. “O impacto da cobid-19, resultante da recessão da economia global e choque da demanda por petróleo também levarão a interrupções no fornecimento”.

Além disso, os preços de referência do petróleo caíram abaixo do custo de produção na maioria dos campos do mundo, levando as empresas a responder cortando gastos de capital, segundo a Opep.