Opep+ deve estender cortes de produção de petróleo para o 1º trimestre de 2025

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Campo de exploração de petróleo | Foto: Jan Zakelj/Pexels

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+) deve decidir, em sua reunião de quinta-feira, estender os cortes de produção de petróleo até o final do primeiro trimestre de 2025. A medida visa sustentar o mercado em meio à demanda global enfraquecida e ao aumento da oferta fora do grupo. O plano original era reverter gradualmente os cortes até 2025, mas os desafios atuais dificultam essa meta. Fontes consultadas pela agência Reuters indicaram que uma extensão de seis meses é improvável, e a decisão mais provável é limitar os cortes até março.

Apesar dos cortes na oferta, os preços globais do petróleo permaneceram relativamente estáveis entre US$ 70 e US$ 80 por barril em 2024, com o Brent sendo negociado em torno de US$ 72 recentemente. John Evans, da PVM, comentou que o mercado já considera quase certa a extensão dos cortes. Desde 2022, a Opep+ tem mantido cerca de 5,86 milhões de barris por dia fora do mercado, o equivalente a 5,7% da demanda global, para sustentar os preços.

Entre os cortes planejados, um aumento modesto de 180 mil barris por dia, programado para janeiro, foi adiado devido à queda dos preços. Além disso, a questão de um aumento de produção de 300 mil barris por dia para os Emirados Árabes Unidos, previsto para 2025, será discutida. O país defende a implementação desse aumento gradual, conforme acordado em junho.

Nos dias que antecedem a reunião, líderes da Opep+ têm realizado discussões de alto nível para alinhar as estratégias. O príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, visitou os Emirados Árabes pela primeira vez em três anos, destacando a relevância do diálogo entre os membros do grupo. Além disso, o ministro de Energia da Arábia Saudita conversou com líderes da Rússia e do Cazaquistão sobre o tema durante uma visita oficial.

Enquanto isso, o Iraque também sediou reuniões com representantes da Arábia Saudita e da Rússia. O resultado dessas discussões será importante para definir a direção da política de produção da Opep+ nos próximos meses, especialmente considerando os interesses divergentes entre os países membros e os desafios econômicos globais.