Opep e aliados podem manter limites à oferta de petróleo até abril de 2021

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São Paulo – A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados podem estender o acordo que limita à produção do grupo conhecido como Opep+ até abril de 2021 se for necessário para garantir que o mercado da commodity se equilibre em meio aos desafios apresentados pela pandemia do novo coroanvírus, segundo o ministro da Energia da Arábia Saudita, Abdulaziz bin Salman.

Participando de uma reunião virtual do Comitê Misto de Acompanhamento Ministerial (JMMC) da Opep+, Salman disse ainda que a demanda por petróleo em todo o mundo está se recuperando e deve atingir 97% dos níveis pré-pandemia no quarto trimestre deste ano.

“Vemos sinais encorajadores de que a demanda de energia está se recuperando à medida que as economias continuam a reabrir em várias partes do globo. Com base nas projeções médias de várias organizações e instituições, estima-se que o mundo atingiria cerca de 97% de demanda pré-pandêmica durante o quarto trimestre”, afirmou ele.

Durante a reunião, que foi encerrada para a imprensa, mas continua entre os ministros do grupo, os membros da Opep+ discutem a situação do mercado de energia, bem como o cumprimento dos cortes na produção de petróleo, introduzidos em maio para sustentar os preços do petróleo.

Segundo o ministro da Energia da Rússia, Alexander Novak, os países da Opep+ cumpriram em julho com as cotas de produção de petróleo em 95%. “Em julho, a adesão ao acordo ficou em 95% e este é um resultado sólido”, afirmou ele.

Em abril deste ano, a Opep+ fechou um acordo que retirava 9,7 milhões de bpd do mercado para equilibrar a oferta à demanda mais frágil e apoiar os preços. Essa primeira etapa esteve em vigor do início de maio até o final do mês passado. A partir de agosto passou a valer um corte, menor, de 7,7 milhões de bpd que deve ser mantido até dezembro de 2020.

Uma terceira fase da redução da oferta deve entrar em vigor em janeiro de 2021, porém com limites ainda menores, de cerca de 5,7 milhões de bpd. De acordo com as declarações do ministro saudita, no entanto, há chances de os limites atualmente em vigor serem mantidos até abril do próximo ano.