São Paulo – A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) prevê uma contração menor na demanda global da commodity em 2020, e espera recuperação recorde em 2021, mas ainda abaixo dos níveis anteriores à pandemia do novo coronavírus.
A demanda global deve cair em 8,9 milhões de barris por dia (bpd) em 2020, atingindo 90,72 milhões de bpd, uma revisão para cima de 130 mil bpd após a projeção de 90,59 milhões de bpd divulgada no relatório anterior do cartel, de junho.
O ajuste para cima reflete dados melhores do que o esperado para diesel na Europa e Ásia-Pacífico da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), bem como do setor petroquímica nas Américas.
Para o ano que vem, a demanda por petróleo deve recuperar-se parcialmente do ano atual e mostrar alta histórica de 7,0 milhões de bpd, atingindo 97,72 bilhões de bpd. “No entanto, permanecerá bem abaixo dos níveis pré-covid-19”, de acordo com a Opep.
“Em termos de produtos, prevê-se que a gasolina e o diesel registrem os maiores ganhos em relação ao ano anterior, embora, ganhos contínuos de eficiência, incluindo tele-trabalho e teleconferência, podem limitar os ganhos de demanda de petróleo em 2021 a permanecer abaixo dos níveis de 2019, pré-crise”, diz o relatório.
“A incerteza permanece e os investidores ainda são cautelosos com a velocidade da recuperação da demanda de petróleo, em meio a um aumento de infecções por covid-19 em todo o mundo e o risco de uma segunda onda que pode comprometer a recuperação da demanda de petróleo e a economia mundial”.
A Opep disse ainda que a cooperação histórica entre os países membros e os de fora do cartel “ajudaram o mercado global de petróleo e, portanto, a economia mundial, a superar desafios sem precedentes”.
Ainda segundo o relatório, as importações de petróleo da China, maior comprador da commodity no mundo, subiram para um recorde de 11,3 milhões de bpd em maio, quando uma onda de cargas compradas em um momento de preços baixos começou a chegar nas águas chinesas.
