São Paulo — A recuperação na demanda global de petróleo deve acelerar no segundo semestre de 2021, enquanto o mundo continua a consumir o excesso de oferta acumulado no ano passado, afirma o relatório mensal da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) sobre o mercado da commodity.
O cartel revisou ligeiramente para baixo sua previsão de demanda global para o ano de 2021. Segundo o documento, a Opep acredita que o apetite por combustível crescerá 6,57% em relação ao ano passado, totalizando em 96,58 milhões de barris por dia (bpd). Na previsão anterior, o grupo acreditava que o aumento da demanda seria de 6,58%.
Apesar da leve queda na demanda no total, a Opep voltou a afirmar que as campanhas de vacinação, medidas de estímulo e a procura reprimida reprimida darão impulso ao ressurgimento da procura principalmente a partir do terceiro trimestre.
O comitê técnico da organização com sede em Viena também afirmou que os estoques de petróleo bruto dos países desenvolvidos do mundo caíram para cerca de 34 milhões de barris acima do nível médio visto no período entre 2015 e 2019. Segundo a Opep, os estoques devem chegar abaixo da média de cinco anos na segunda metade do ano.
Com isso, o órgão continua relaxando as restrições à produção de petróleo implementadas no ano passado, quando o mundo estava perto de ficar sem locais para armazenar o excesso de petróleo.
Mas o cartel mudou suas expectativas de crescimento da oferta de seus colegas não pertencentes à Opep, aumentando sua previsão em 100 mil barris por dia para 840 mil bpd. O que impulsiona esse aumento é uma recuperação mais rápida do que o esperado na produção dos Estados Unidos, com a produção também aumentando em outros produtores não-cartel, como Noruega, China e Indonésia.