Opep prevê maior queda na demanda global por petróleo em 2020

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São Paulo – A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) prevê queda maior na demanda global da commodity em 2020, devido aos impactos maiores do que o esperado da pandemia do novo coronavírus nos países asiáticos e com a menor procura por combustíveis de transportes.

A demanda global deve cair em 9,5 milhões de barris por dia (bpd) este ano, atingindo 90,2 milhões de bpd, após a projeção de queda de 9,1 milhões de bpd divulgada no relatório anterior do cartel, de agosto.

A revisão reflete a uma recuperação mais lenta do que originalmente assumida na demanda por combustíveis para transporte no segundo trimestre deste ano nos países da América da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Além disso, a maior contração prevista reflete a desaceleração da atividade econômica na Ásia com o aumento dos casos de infecção por covid-19. “Até agora, a demanda de petróleo na Índia, Indonésia, Tailândia e Filipinas tiveram um desempenho muito pior do que o inicialmente esperado”.

Para 2021, o crescimento da demanda mundial de petróleo deverá aumentar em 6,6 milhões de bpd, uma redução de 400 mil bpd em relação à projeção do mês passado. O consumo mundial total está agora estimado em 96,9 milhões de bpd no ano que vem.

“O impacto negativo da atual dinâmica negativa sobre a demanda de petróleo da Ásia deve se espalhar para o primeiro semestre de 2021”, segundo a Opep.

“Os riscos permanecem elevados e inclinados para o lado negativo, particularmente relacionados ao desenvolvimento de casos de infecção por covid-19, bem como possíveis curas”, diz o relatório.

“A velocidade da recuperação da atividade econômica em geral e o potencial de crescimento da demanda de petróleo em outros países asiáticos, incluindo a India, permanecem incertos”. Para a Opep, o aumento do teletrabalho limita a recuperação dos combustíveis de transporte.