Opep revisa demanda global para baixo com incerteza por covid-19

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São Paulo – A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) revisou para baixo sua projeção para a demanda global de petróleo este ano e no próximo, refletindo a incerteza em torno do impacto da pandemia do novo coronavírus, em especial nos combustíveis para transportes.

A Opep espera queda de 9,77 milhões barris por dia (bpd) na demanda mundial por petróleo este ano, para um total de 89,99 milhões de bpd, de acordo com o relatório mensal do cartel. Na previsão anterior, a demanda total para este ano era de 90,01 milhões de bpd.

As projeções refletem dados mais fracos do que o esperado nos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) no terceiro trimestre deste ano, principalmente devido à menor procura por combustível para transporte nos Estados Unidos e na Europa. A China, por sua vez, tem mostrado avanço na demanda.

Para 2021, a previsão é de crescimento de 5,9 milhões de bpd, para 95,89 milhões de bpd. Na previsão anterior, a demanda total era de 96,26 milhões de bpd. A revisão reflete “a incerteza em torno do impacto da covid-19 nos combustíveis para transporte nas economias da OCDE no primeiro semestre de 2021”, além de projeções de um clima mais ameno no inverno no Hemisfério Norte.

PRODUÇÃO

A projeção de produção de petróleo para os países de fora da Opep foi revisada para baixo em 800 mil bpd para este ano, o que significa agora uma contração de 2,5 milhões de bpd, para 62,67 milhões de bpd. A Opep não faz estimativas sobre a sua própria oferta.

“Isso se deve principalmente a revisões para baixo no Brasil, Estados Unidos, Reino Unido e Noruega, seguindo produção abaixo do esperado no quarto trimestre de 2020, que foi parcialmente compensada por revisões em alta na Rússia, Canadá, México e outros países da OCDE na Europa”, diz o cartel.

Para 2021, a estimativa de produção de petróleo para os países de fora do cartel foi ajustada para baixo em 100 mil bpd, o que representa uma alta de 850 mil bpd, para um total de 63,52 milhões de bpd.

Os dados refletem revisões em baixa para a Rússia, após os países da Opep e aliados concordarem, em 3 de dezembro, em aumentar a extração de petróleo em 500 mil bpd a cada mês a partir de 2021. Assim, a partir de janeiro de 2021, o corte de petróleo será de 7,2 milhões de bpd em vez dos 5,8 milhões de bpd inicialmente previstos.