São Paulo – Um novo relatório da Oxfam divulgado no primeiro dia do Fórum Econômico Mundial, em Davos, aponta que nos últimos dois anos, o 1% mais rico das pessoas acumulou cerca de dois terços de toda a nova riqueza criada em todo o mundo, devido à pandemia e a guerra na Ucrânia.
A entidade sugere no relatório uma taxação de até 5% nas grandes fortunas para bilionários, o que poderia gerar recursos o suficiente para tirar 2 bilhões de pessoas da pobreza. Além disso, o órgão também estuda introduzir impostos solidários e taxas sobre lucros excessivos.
“Um imposto sobre a riqueza de 2% sobre os milionários do mundo, 3% sobre aqueles com riqueza acima de US$ 50 milhões e 5% sobre os bilionários do mundo arrecadaria US $ 1,7 trilhão de dólares anualmente”, diz o relatório. “Isso poderia preencher a lacuna de financiamento para apelos humanitários de emergência da ONU e financiar um plano global para acabar com a fome”, acrescenta.
A Oxfam alerta que o ritmo em que a riqueza está sendo criada acelerou, já que o 1% mais rico do mundo acumulou cerca de metade de toda a nova riqueza nos últimos 10 anos.
O relatório analisou dados sobre a criação de riqueza global do Credit Suisse, além de números da Lista de Bilionários da Forbes e da lista de Bilionários em Tempo Real da Forbes para avaliar as mudanças na riqueza dos super ricos.
A pesquisa contrasta essa criação de riqueza com relatórios do Banco Mundial, que disse em outubro de 2022 que provavelmente não atingiria sua meta de acabar com a pobreza extrema até 2030, já que a pandemia de covid-19 desacelerou os esforços para combater a pobreza.