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Bolsa cai mais de 7% em dia de circuit breaker; dólar sobe

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São Paulo – Os investidores voltaram a entrar em pânico depois que a Organização Mundial de Saúde (OMS) admitiu que o surto de coronavírus é uma pandemia em função do número de casos e países afetados, o que fez o Ibovespa fechar em queda de 7,63%, aos 85.171,13 pontos, no menor patamar de fechamento desde do dia 28 de novembro de 2018 (84.914,11 pontos).

Após a declaração da OMS, o índice chegou a cair mais de 10%, o que ativou o segundo circuit breaker da semana, já que o mecanismo já havia sido ativado na última segunda-feira. Dois circuit breakers não ocorriam em um intervalo tão pequeno de tempo desde 1999, véspera da adoção do câmbio livre no Brasil. Após o circuit breaker, o Ibovespa ainda caiu mais e chegou a atingir a mínima de 80.795,50 pontos, voltando a patamares de outubro de 2018. O volume total negociado foi de R$ 33,9 bilhões.

No fim do pregão, o índice chegou a reduzir levemente as perdas refletindo declarações do presidente norte-americano, Donald Trump, de que está preparado para usar todos o seu poder contra o coronavírus. Trump também deve fazer um pronunciamento ainda hoje.

“Tudo que os investidores desejam nesse momento são propostas, esforços no combate”, disse o analista da Ativa Investimentos, Ilan Arbertman. Para ele, o fato de Trump ter anunciado que tomaria medidas ontem, mas não ter se aprofundado nelas já havia pesado nos mercados pela manhã.

No entanto, afirma que medidas como corte de juros e injeção de liquidez na economia ajudam, mas são paliativas, já que não se sabe ainda quais são os desdobramentos da pandemia. “Só teremos uma simetria maior com maiores informações da doença e com o desenvolvimento de métodos combatentes ao vírus. Medidas econômicas previnem mas não destroem a ameaça”, ponderou.

Para o consultor de investimentos Renan Sujii, o grande receio do mercado continua a ser o impacto econômico da agora pandemia e um ponto importante a ser observado é como será o enfrentamento por parte dos países afetados. “O risco continua sendo termos uma desaceleração econômica mundial, principalmente em um contexto em que ocorrem quarentenas que afetam diretamente dois canais: o do consumo e da produção, como observamos na Itália”, disse.

Entre as ações, as maiores quedas do índice foram da Azul (AZUL4 -15,14%), do BTG Pactual (BPAC11 -14,16%) e da CSN (CSNA3 -14,19%). Os papéis de companhias aéreas seguem sofrendo com redução de viagens e demanda em função da pandemia.

Apenas as ações da TIM (TIMP3 0,77%) e da Telefônica Brasil (VIVT4 0,07%) fecharam em alta, depois que as companhias mostraram interesse em comprar juntas a operação móvel da Oi.

Amanhã, além de repercutir declarações de Trump e continuar acompanhando os desdobramentos do coronavírus, investidores também devem acompanhar a decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE).

Para o analista da Ativa, os próximos dias ainda devem ser de volatilidade para o Ibovespa. “Não me recordo de dois circuit breakers tão rápidos. De fato, o nível de volatilidade está bem forte. Apesar de inusual, nada impede que tenhamos mudanças drásticas nas expectativas e, então, mecanismos de proteção como os circuits breakers ativados”, disse.

O dólar comercial fechou em forte alta de 1,57% no mercado à vista, cotado a R$ 4,7200 para venda, devolvendo praticamente toda a desvalorização exibida ontem quando a moeda norte-americana fechou na maior queda percentual desde setembro do ano passado, de 1,69% (a R$ 4,6470). Com disso, este foi o segundo maior valor de fechamento da história. No início da tarde, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou pandemia mundial do coronavírus, o que resultou em forte aversão ao risco global.

“A moeda renovou máximas consecutivas quando a OMS declarou uma pandemia com o seu espalhamento pelo mundo”, comenta o gerente de mesa de câmbio da Correparti, Guilherme Esquelbek. A doença tem mais de 120 mil casos confirmados em 118 países. Há pouco, o Ministério da Saúde revisou para cima o número de casos no Brasil, de 37 para 54 casos. São Paulo tem o maior número de pacientes infectados pelo vírus, 30 até o momento.

Diante do alerta da OMS, o dólar chegou à máxima do dia de R$ 4,7590 (+2,41%). “Após atingir a taxa de R$ 4,75, o dólar se afastou das máximas com fluxo vendedor”, acrescenta o gerente da corretora.

Os economistas do Rabobak avaliam que, em um cenário de pandemia, as perdas econômicas em 2020 podem quase dobrar. “Existe um risco adicional de que a crise econômica neste cenário possa levar a problemas de liquidez nas empresas em todo o mundo, o que ameaçaria a estabilidade financeira. Esse é um risco adicional”, ponderam.

Amanhã, com a agenda de indicadores mais fraca, o destaque deverá ser a decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), no qual a expectativa é de que sejam anunciados estímulos monetários na região, a mais atingida pelo coronavírus após a Ásia. Enquanto aqui, as apostas quanto ao corte da taxa básica de juros (Selic) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na semana que vem divide o mercado.

Para o economista da Guide Investimentos, Victor Beyrutti, o Banco Central brasileiro deveria manter as operações de venda de dólares no mercado à vista. “O BC e o governo poderiam ter adotado outro tom. O dólar estaria alto, mas não nesse nível. Quando o dólar chegou a R$ 4,30, as declarações do [ministro da Economia] Paulo Guedes, de que aquele era o novo ‘normal’ do dólar, fizeram a moeda ter novas altas por vários dias. Enquanto isso, o BC também não entrou no mercado”, ressalta.

Há pouco, o Congresso derrubou veto do presidente Jair Bolsonaro a um projeto de lei que aumenta o limite de renda para a concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC). Segundo o Ministério da Economia, o efeito nas contas públicas deverá ser de, aproximadamente, R$ 20 bilhões por ano. Após a notícia, o contrato futuro para abril disparou mais de 3%, sendo cotado acima de R$ 4,80.

Governo britânico apresenta pacote de 30 bilhões de libras contra coronavírus

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São Paulo – O chanceler britânico, Rishi Sunak, apresentou um pacote de medidas de 30 bilhões de libra para ajudar o Reino Unido a enfrentar o surto do novo coronavírus , horas depois de o Banco da Inglaterra reduzir a taxa de juros de 0,75% para 0,25% em uma decisão emergencial.

O pacote inclui um fundo de resposta a emergências no valor de 5 bilhões de libras para ajudar o Serviço Nacional de Saúde (NHS) e outros serviços públicos a combater o vírus.
Sunak disse que o fundo de resposta pode ser aumentado, se necessário.

“Sejam milhões ou bilhões, o que for necessário”, afirmou.

Além disso, serão gastos mais 7 bilhões de libras em uma série de medidas para mitigar os efeitos do surto sobre o crédito para empresas e pessoas físicas.

O imposto sobre propriedades comerciais para empresas menores também foi descartado para o próximo ano, enquanto empresas e trabalhadores independentes podem adiar pagamentos de impostos.

Sunak também concedeu 18 bilhões de libras em afrouxamento fiscal para apoiar a economia neste ano.

O Reino Unido tem cerca de 400 casos confirmados do novo coronavírus em um momento no qual o governo está sendo criticado pela resposta ao surto. Outros países europeus começaram a proibir reuniões públicas e eventos esportivos, enquanto o governo britânico reluta em intervir na vida diária das pessoas até o momento.

OMS declara pandemia por coronavírus e vê casos aumentando

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São Paulo – A Organização Mundial da Saúde (OMS) passou a considerar o surto de coronavírus como uma pandemia em função do aumento dos casos e do número de países afetados pelo surto, disse o diretor-geral do órgão, Tedros Adhanom Ghebreyesus, durante uma entrevista coletiva.

“Esperamos que o número de casos, mortes e países afetados aumente ainda mais. A OMS está avaliando o surto e está profundamente preocupada pelo nível alarmante de disseminação e de inação. O Covid-19 pode ser caracterizado como pandemia”, disse ele.

A organização demonstrou relutância esta semana em considerar o surto como uma pandemia porque temia que isso pudesse fazer os países mudarem o foco dos esforços de combate à doença da prevenção para a mitigação dos efeitos.

“Esta é a primeira pandemia causada pelo coronavírus, e nunca vimos pandemia que pudesse ser controlada. Ao mesmo tempo, pedimos todos os dias para que países tomassem ações urgentes e agressivas”, afirmou.

MERCADO AGORA: Veja um resumo dos negócios até o momento

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São Paulo – O Ibovespa ampliou perdas acompanhando de perto o movimento das Bolsas norte-americanas, que também passaram a cair mais de 4% diante da maior queda dos preços do petróleo e apesar da notícia de que o governo dos Estados Unidos pode prover US$ 200 bilhões em liquidez para combater os impactos do surto de coronavírus na economia.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava queda de 5,12% aos 87.485,25 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 13,2 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em abril de 2020 apresentava recuo de 5,55% aos 87.555 pontos.

Há pouco, os preços do petróleo passaram a recuar mais de 3% refletindo um aumento maior do que o esperado pelo mercado dos estoques da commodity nos Estados Unidos. Isso afeta as ações da Petrobras, que têm grande peso no Ibovespa.

Mesmo as declarações do secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin, de que o governo norte-americano pode injetar US$ 200 bilhões na economia não foram suficientes para acalmar os investidores, ques seguem esperando medidas concretas e preocupados com a disseminação do vírus. Mnuchin também teria dito que a situação de pânico é similar a vista após os atentados terroristas de 11 de setembro.

Outras ações ligadas a commodities, como as de siderúrgicas ampliaram perdas, caso da Gerdau e da CSN, que estão entre as maiores quedas do Ibovespa. As ações de aviação também seguem sentindo os efeitos do surto, com a Azul registrando a maior desvalorização no momento.

O dólar comercial tem alta firme frente ao real e oscila entre os níveis de R$ 4,66 e R$ 4,67 acompanhando o exterior onde as moedas de países emergentes perdem terreno para a divisa norte-americana em meio à contínua preocupação com os impactos do coronavírus nas economias globais na medida em que avança para outros países e governos anunciam medidas estimulativas para conter os efeitos da doença. Aqui, a operação do Banco Central (BC) não aliviou a tendência de alta da moeda.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 0,90%, sendo negociado a R$ 4,6890 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em abril de 2020 apresentava avanço de 0,84%, cotado a R$ 4.694.

“O Banco Central mantém as operações, mas a gente vê que não estão fazendo tanto efeito”, comenta o analista da Toro Investimentos, Pedro Nieman. Hoje, a autoridade monetária voltou a ofertar dólares no mercado futuro com a operação de swap cambial tradicional no qual colocou US$ 1,0 bilhão.

Enquanto os Estados Unidos não detalham as medidas fiscais que pretendem fazer para amortecer os efeitos da epidemia e os casos confirmados avançam no país, os Bancos Centrais seguem o movimento de afrouxamento monetário. O Banco da Inglaterra (BoE) anunciou um corte surpresa de 0,50 ponto percentual (pp) da taxa de juros, após o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e o Banco do Canadá também cortarem na mesma magnitude.

“Amanhã será a vez do Banco Central Europeu e na semana que vem, é o nosso Banco Central. A possibilidade de nova redução no juro por aqui é real. Já nos Estados Unidos, será interessante entender se o Fed está propenso a ser mais agressivo ou se o corte fora da agenda foi suficiente a princípio”, diz o consultor de câmbio da corretora Advanced, Alessandro Faganello.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) mantêm uma direção indefinida, com os investidores divididos entre o comportamento do dólar, que pressiona os vértices mais longos, e as apostas em relação ao rumo da Selic na semana que vem, após os números da inflação oficial ao consumidor brasileiro (IPCA).

Às 13h30, o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 3,935%, de 3,90% após o ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2022 estava em 4,65%, de 4,52% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 5,41%, de 5,22% ao final da última sessão; e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 6,24%, de 6,19%, na mesma comparação.

Opep derruba previsão de demanda para 2020 por surto de coronavírus

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São Paulo – Os efeitos do surto do novo coronavírus sobre o mercado global de energia fez com que a Opep revisasse em baixa a previsão de crescimento da demanda por petróleo em 920 mil barris por dia (bpd) este ano, para 6 mil bpd. Com isso, a demanda global total agora é estimada em 99,73 milhões de bpd.

“O impacto do surto do covid-19 na China e seus impactos adversos no transporte e combustíveis industriais foram as principais causas dessa revisão em baixa. Além disso, presume-se que o surto afete severamente o crescimento da demanda de petróleo em vários outros países e regiões fora da China, como Japão, Coreia do Sul, Europa e Oriente Médio, o que levou a uma revisão descendente nessas regiões”, diz a Opep em relatório de março.

As previsões tem como base um crescimento menor para a economia global. Agora, a Opep espera uma expansão de 2,4% este ano, 0,6 ponto percentual (pp) a menos do que o estimado no relatório do mês passado.

“Considerando os desenvolvimentos mais recentes, os riscos negativos atualmente superam quaisquer indicadores positivos e sugerem mais revisões prováveis de queda no crescimento da demanda de petróleo, caso o status atual persista”, acrescenta.

Para a oferta de petróleo em 2020, a Opep também reviu em baixa a previsão de crescimento, em 490 mil bpd, para 1,76 milhão de bpd, considerando países de fora do cartel. Com isso, a oferta total esperada agora é de 66,74 milhões de bpd.

O cartel diz em seu relatório que a causa do histórico colapso da segunda-feira nos preços do petróleo foi “a rápida disseminação do covid-19 fora da China e o aumento de novos casos de contaminação, juntamente com as expectativas de maior oferta global de petróleo nos próximos meses”.

Esse aumento na oferta és esperado depois que o petróleo perdeu quase um quinto de seu valor no início desta semana, com o colapso das negociações entre a Opep e seus aliados – grupo conhecido como Opep+ – no final da semana passada, aumentando a tensão entre sauditas e russos.

Na ocasião, a Arábia Saudita propôs um corte adicional de 1,5 milhão de barris por dia (bpd) até o final do ano. A Rússia rejeitou a iniciativa, levando Riade a se preparar para aumentar a produção e derrubar ainda mais os preços do petróleo.

Em fevereiro, os dados oficiais da Opep mostram um aumento de 36 mil bpd na produção da Arábia Saudita e 30 mil bpd no Iraque. Dados secundários citados pela OPEP mostram que a produção saudita estava caindo 56 mil bpd e a produção iraquiana aumentou 86 mil bpd.

Esses dados secundários também mostraram uma queda de 647 mil barris por dia na produção da Líbia, para 146 mil bpd, ante 1,1 milhão de bpd em dezembro

Enquanto “a produção é revisada em alta principalmente para a Rússia, Tailândia, Indonésia e Omã”, seu aumento será superado por reduções nos Estados Unidos, Canadá, Noruega e China, entre outros países”, diz a Opep.

Contra coronavírus, BCE deve cortar taxa de depósito em 0,1 pp e facilitar TLTRO

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São Paulo – O Banco Central Europeu (BCE) deverá cortar em 0,1 ponto percentual (pp) a taxa de depósito, assim como facilitar o acesso a operações direcionadas de refinanciamento de longo prazo (TLTROs, na sigla em inglês), na próxima reunião de política monetária marcada para quinta-feira, segundo analistas consultados pela Agência CMA.

Com isso, o BCE deve manter neste encontro a taxa básica de juros em zero, reduzir a taxa de depósitos de -0,5% para -0,6% ao ano e manter a taxa da linha com bancos comerciais para concessão de liquidez de curto prazo em 0,25% ao ano.

Para o analista quantitativo do Rabobank, Bas van Geffen, a intenção da autoridade monetária é amortecer os primeiros impactos causados pela epidemia do novo coronavírus, aumentando a liquidez no mercado, prevenindo uma queda brusca na demanda e enviando “um recado de que, apesar do pouco espaço disponível para atuação, o BCE ainda está disposto a fazer o que for preciso para evitar uma crise”.

Segundo ele, o anúncio de ação coordenada feito pelo departamento do Tesouro dos Estados Unidos na semana passada, assim como a ação do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de cortar em 0,5 pp a taxa básica de juros do país deve aplicar a pressão necessária no BCE para que antecipe o corte na taxa de depósito.

“A maioria dos analistas esperava que o corte da taxa de depósitos ocorresse apenas em abril ou setembro, mas devido ao agravamento de cenário, deve vir mais cedo que o esperado”, afirma o economista chefe para a Europa da Capital Economics, Andrew Kenningham.

Van Geffen, do Rabobank, não acredita que um relaxamento da política monetária seja de fato efetivo ao principal problema da Europa no momento. “A obstrução da cadeia de suprimentos é o que vem trazendo complicações e por mais que o BCE aja, não consegue fazer com que trabalhadores na China voltem para as fábricas para abastecer as empresas europeias, por exemplo”, disse ele.

No entanto, Kenningham, da Capital Economics, o afrouxamento monetário servirá para apoiar a economia enquanto problemas ligados a indústria continuarem existindo. “A demanda tende a enfraquecer de qualquer forma durante uma crise. Motivá-la é responsabilidade do banco central”, afirmou.

TLTRO

Além de cortar a taxa de depósito, analistas esperam que o BCE anuncie uma facilitação em sua terceira série de TLTROs, ativa desde setembro.

“A ideia aqui é promover o empréstimo a pequenas e médias empresas que provavelmente terão seu fluxo de caixa afetado pelas obstruções na cadeia de suprimentos”, afirma o vice-presidente da Scotiabank Economics, Derek Holt.

“Assim, o BCE deve facilitar os termos dos TLTROs, permitindo que liquidez seja introduzida no mercado deixando os bancos mais confortáveis para emprestarem a quem está em grupos de risco”, disse Holt.

Para Kennigham, da Capital Economics, essa facilitação deve ser direcionada, por exemplo, no aumento do teto de empréstimos permitidos sob os termos do TLTRO, que no momento é de 30%.

“A Itália, uma das principais prejudicadas pelo surto, encontra-se perigosamente próxima desse teto”, afirmou.

Governo lista projetos prioritários na Câmara e no Senado

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São Paulo – O ministro da Economia, Paulo Guedes, enviou ontem ao Congresso Nacional uma lista dos projetos que o governo gostaria que fossem aprovados no primeiro semestre para “proteger o Brasil da crise externa”.

Na lista estão as três Propostas de Emenda à Constituição (PECs) que haviam sido apresentadas no final do ano passado com o objetivo de descentralizar recursos públicos e abrir espaço para que os governos central, estaduais e municipais adotem medidas administrativas de contenção de despesas com pessoal – as PECs do Pacto Federativo (188/2019), dos Fundos Públicos (187/2019) e Emergencial (186/2019). Todas elas estão tramitando no Senado.

Na Câmara dos Deputados, o governo considerou como prioritários a nova lei do gás (PL 6407/2013), o plano de equilíbrio fiscal (PLP 149/2019), o que trata da autonomia do Banco Central (PLP 200/1989), o de privatização da Eletrobras (PL 5877/2019), o da recuperação judicial (PL 6229/2005), o da simplificação da legislação cambial (PL 5387/2019), o do governo digital (PL 3443/2019), o da certificação digital (PL 7316/2019), a nova lei de finanças públicas (PLP 295/2016) e a lei de concessões (PL 7063/2017).

No Senado, a lista é um pouco menor. Foram incluídos o marco legal do setor elétrico (PLS 232/2016), o marco legal das ferrovias (PLS 261/2018), o marco legal do saneamento básico (PL 3261/2019) e o que altera as regras do direito de preferência da Petrobras e do regime de partilha de produção (PL 3178/2019).

No Congresso Nacional, o Ministério da Economia considera urgente a aprovação das medidas provisórias da Casa da Moeda (902/2019) e do contrato de trabalho Verde e Amarelo (MP 905/2019).

“O esforço para a aprovação, neste semestre, das matérias listadas acima tem a capacidade de proteger o Brasil da crise externa. A equipe econômica monitora atentamente a evolução dos cenários internacional e doméstico. Com a continuidade de reformas estruturais que o país precisa, será possível recuperar espaço fiscal suficiente para a concessão de outros estímulos à economia”, disse o Ministério da Economia no comunicado com a lista.

O governo também afirmou que é necessário promover uma reforma administrativa e que apresentará a proposta para isso “em breve”, e que no caso da reforma tributária “a equipe técnica do Ministério da Economia vem trabalhando para finalizar as contribuições do Poder Executivo. O objetivo é a construção de texto conciliatório com as propostas que já estão em tramitação no Congresso Nacional.”

Governo reduz previsão para alta do PIB e para inflação em 2020

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Brasília – O Ministério da Economia reduziu as previsões para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e para a inflação neste ano. Segundo as estimativas do governo, o crescimento real da economia em 2020 deve atingir 2,1%, expansão menor que a de 2,4% calculada da última vez em que havia sido divulgada esta projeção, em janeiro deste ano.

A previsão da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ao fim deste ano também diminuiu, de 3,62% para 3,12%.

A estimativa para a inflação medida via Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) também caiu, de 3,73% para 3,28%, assim como a estimada via Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) – de 4,32% para 3,66%.

O governo também diminuiu a projeção para a taxa Selic realizada ao fim de 2020, de 4,40% para 4,25%. Este número refere-se à taxa Selic praticada no mercado, não à meta para a taxa, que é estabelecida pelo Banco Central (BC) nas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom).

Inflação ao consumidor dos EUA sobe 0,1% em fevereiro ante janeiro

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São Paulo – O índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos subiu 0,1% em fevereiro na comparação com o mês anterior, já descontados os fatores sazonais, segundo dados do Departamento de Trabalho do país. Analistas previam estabilidade.

Em janeiro, o índice também subiu 0,1% em comparação com o mês anterior. Nos 12 meses até novembro, o índice de preços ao consumidor subiu 2,3%. O número veio em linha com a previsão do mercado.

Na comparação mensal, o núcleo do índice de preços ao consumidor, que exclui a variação dos preços de alimentos e energia, subiu 0,2% em fevereiro, após a mesma alta em janeiro. Nos 12 meses encerrados em fevereiro, o núcleo do índice de preços ao consumidor subiu 2,4%.

O índice de preços de energia caiu 2,0% em fevereiro na comparação mensal, após a baixa de 0,7% em janeiro. O índice de preços de alimentos subiu 0,4% em fevereiro, após subir 0,2% em janeiro. Em 12 meses até fevereiro, o subíndice de preços de energia avançou 2,8%, enquanto o de alimentos cresceu 1,8%.

BC do Reino Unido corta juros em reação a coronavírus

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São Paulo – O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) adotou uma série de medidas para combater potenciais prejuízos econômicos causados pelo surto de coronavírus, entre elas uma redução surpresa de 0,50 ponto porcentual (pp) na taxa básica de juros, a 0,25% ao ano.

Segundo a instituição, o pacote de medidas “ajudará as empresas e famílias do Reino Unido a atravessar a perturbação econômica que provavelmente virá associada ao Covid-19”, disse o BoE em nota, referindo-se ao nome da doença transmitida pelo novo coronavírus. “Estas medidas ajudarão a manter as empresas fazendo negócios e as pessoas nos empregos, e ajudarão a evitar que problemas temporários gerem prejuízos econômicos mais duradouros”, acrescentou.

A instituição considera “incerta” a magnitude dos impactos que os esforços de contenção do coronavírus terão sobre a economia, mas prevê que “a atividade deve se enfraquecer materialmente no Reino Unido nos próximos meses”, afetando o fluxo de caixa das empresas e aumentando a demanda por crédito no curto prazo “Este choque econômico afetará tanto a demanda quanto a oferta”, acrescentou.

Além do corte de juros, que foi aprovado por unanimidade pelo comitê de política monetária do BoE, o grupo também decidiu introduzir uma nova linha de financiamento voltada a pequenas e médias empresas financiada pela emissão de reservas do banco central.

Nos próximos 12 meses, a linha (TFSME, na sigla em inglês) deixará disponíveis financiamentos de quatro anos correspondente a pelo menos 5% do estoque de empréstimos voltados à economia real de cada um dos participantes que acessar o instrumento. As taxas serão iguais, ou muito próximas, da taxa básica de juros.

“Haverá financiamento adicional disponível para os bancos que aumentarem os empréstimos, especialmente para pequenas e médias empresas. A experiência do Esquema de Financiamento a Termo lançado em 2016 sugere que a TFSME pode gerar mais de 100 bilhões de libras em empréstimos a termo”, disse o BoE.

O banco central afirmou em documento que a nova linha precisa ser introduzida porque provavelmente será difícil para alguns bancos reduzir rapidamente as taxas de juros que cobram nos empréstimos.

Outra medida anunciada pelo BoE foi a redução da chamada reserva de capital contracíclica de 1% para zero por pelo menos 12 meses.

Essa taxa determina o quanto do capital os bancos devem deixar reservado durante períodos de rápida expansão do crédito para poderem usar futuramente, quando esse ritmo desacelerar. A expectativa anterior era de que essa taxa chegasse a 2% até o final deste ano.

“A liberação da reserva de capital contracíclica ajudará em até 190 bilhões de libras em empréstimos bancários às empresas. Isto é equivalente a 13 vezes o volume de crédito líquido às empresas em 2019. Junto co a TFSME, isto significa que os bancos não devem ter obstáculos para oferecer crédito à economia do Reino Unido e para atender às necessidades das empresas e famílias.”

Outra medida adotada pelo BoE foi alterar a orientação do órgão de supervisão do banco central para que os bancos não aumentem dividendos nem pagamentos de bônus enquanto as medidas estiverem em vigor.

“Os grandes bancos do Reino Unido são capazes de suportar perturbações severas no mercado. Eles detêm 1 trilhão em ativos líquidos de alta qualidade, o que lhes permite cumprir as obrigações vincendas por muitos meses”, acrescentou o BoE.

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