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PL sobre GSF destrava setor para trás, mas futuro é incógnita

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São Paulo – A possível aprovação pelo Senado do projeto de lei (PL) 3.975/2019, que trata do risco hidrológico do setor elétrico, deve representar um alívio, encerrando as disputas judiciais sobre o pagamento de R$ 8,2 bilhões em abertos pelo risco.

Porém, senão houver uma revisão da garantia física dos geradores, há possibilidade de que o problema volte no futuro, segundo especialistas e agentes ouvidos pela Agência CMA.

Para o diretor do Instituto Ilumina, Roberto D’Araújo, até agora as discussões sobre o tema têm ficado sobre a solução do passivo, mas ainda não há nada no horizonte que indique uma solução para o problema gerador do prejuízo, que é a garantia física das usinas.

“Estão resolvendo um problema que foi causado por um sistema de fixação das garantias físicas, mas se não fizerem nada além disso, teremos outros déficits hidrológicos. Então a questão é que precisa modificar o sistema para não termos GSF para o resto da vida”, diz Araújo.

A questão também preocupa agentes do mercado como o presidente da Tradener, Walfrido Ávila, para quem o projeto já deveria abranger medidas que impeçam o mercado de travar toda vez que os reservatórios das hidrelétricas forem afetados por estiagens.

“O projeto resolve a questão do GSF para trás, não para frente. Então ele tem uma parte boa que é destravar as liquidações, mas a gente tem risco de em alguns meses ter esse problema de novo”.

De acordo com Ávila, a solução definitiva do mercado passa por tornar mais claras as responsabilidades dos agentes e mecanismos para garantir que a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) faça normalmente as liquidações no mercado de curto prazo.

Essa visão, contudo, não é corroborada pelo presidente da Associação Brasileira dos Investidores em Autoprodução de Energia (Abiape), Mário Menel. Segundo ele, a aprovação terá um efeito imediato sobre o mercado de curto prazo de energia, permitindo um funcionamento saudável do sistema.

No entanto, as distorções que geraram o passivo, na visão dele, podem ser resolvidas no projeto que visa a modernização do setor elétrico, também em discussão no Legislativo. “Estamos com um valor grande retido, e isso não é bom num mercado que está liquidando menos do que 10% ao mês. Queremos que esse mercado tenha liquidação de 100%, e com o destravamento do GSF teremos nova dinâmica para realizar negócios com mais segurança”.

O presidente do conselho da CCEE, Rui Altieri, a aprovação da lei dará um novo panorama ao setor, que terá como horizonte apenas a proposta de modernização. “É um problema que atrapalha o setor há cinco anos, e que nasceu com propostas dos agentes. Por isso estamos satisfeitos, uma vez que é um passo importante para destravar o mercado”.

Por outro lado, o diretor-técnico da Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia e dos Consumidores Livres (Abracee), Filipe Soares, acredita que os agentes tiveram um aprendizado com o entrave causado no mercado, o que deve levar a uma gestão melhor do risco hidrológico, como forma de evitar novos entraves nas liquidações.

Soares afirma, porém, que o fim do problema passa pela modernização do setor e pela revisão periódica das garantias físicas.

“Eles estão fazendo uma gestão ativa do GSF, com projeção de compra antecipada de energia. Então a revisão periódica da garantia física e a gestão pelo empreendedor trazem uma solução para o problema, mesmo que individual”, explicou o diretor da Abracee.

Em relação ao projeto que está no Senado, que ainda não tem data para votação pelo plenário, Soares ressalta que trata de um primeiro passo na direção da modernização do setor. “É positivo, pois não adianta falar de modernização com um dos principais pilares do setor desse jeito”.

O QUE ESTÁ EM DISCUSSÃO NO SENADO

O PL em discussão no Congresso busca evitar que as geradoras sejam responsabilizadas daqui para frente pelo risco hidrológico em alguns casos específicos, e passa para o governo a responsabilidade por quitar a conta em aberto. O pagamento, porém, será feito via prorrogação do período de concessão das usinas envolvidas.

Em troca, as usinas hidrelétricas desistiriam dos processos em que contestam a União sobre a responsabilidade pelo pagamento.

A conta para definir em quanto tempo as concessões serão prorrogadas será feita levando-se em consideração fatores que teriam impedido as hidrelétricas de gerar o mínimo de energia prometida e que não estavam relacionados à falta de chuvas sobre os reservatórios.

O princípio do risco hidrológico é de que as usinas hidrelétricas podem ser incapazes de gerar o mínimo de energia que prometem entregar ao sistema elétrico. Nos últimos anos, este risco se concretizou em algumas ocasiões por causa da estiagem na região dos reservatórios, por exemplo.

Esta energia que foi prometida, mas não foi entregue teve de ser adquirida em outro lugar – no mercado de curto prazo, a custos maiores -, e a conta supostamente deveria ser transferida para as hidrelétricas.

Os geradores, porém, questionaram na Justiça se a dívida era deles, alegando, por exemplo, que houve atraso em obras de linhas de transmissão que poderiam ter mitigado o efeito negativo do risco hidrológico.

Telefônica e TIM manifestam interesse pela operação móvel da Oi

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São Paulo – A Telefônica Brasil e a TIM manifestaram interesse em adquirir a operação móvel da Oi, em recuperação judicial, de modo que, no caso de concretiza a operação, cada uma receberá uma parcela do negócio.

Em comunicado, as empresas afirmaram que a transação, em caso concretizada, criará valor para os acionistas e clientes por meio de maior crescimento, geração de eficiências operacionais e melhorias na qualidade do serviço.

Além disso, a iniciativa contribuirá para o desenvolvimento e competitividade do setor de telecom no Brasil.

A Oi afirmou que embora possa haver futuramente uma evolução de suas análises para um potencial processo formal de negociação, no momento segue analisando todas as alternativas existentes que possam dar mais eficiência à realização do seu plano estratégico, não sendo possível inferir, nesse momento, que potenciais negociações efetivamente cheguem a bom termo e que uma operação de venda seja concretizada.

Seguridade diz que não recebeu decisão de suspensão de IPO

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São Paulo – A Caixa Seguridade, subsidiária da Caixa Econômica Federal, disse que não recebeu da controladora nenhuma manifestação sobre a suspensão da oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), após a agência “Reuters” afirmar que a suspensão se deu em função do mercado adverso e coronavírus.

Em comunicado, a empresa explicou que ambas monitoram a conjuntura atual do mercado financeiro e avaliam as possíveis implicações deste novo contexto para o processo da oferta.

No final de fevereiro, a Caixa Econômica pediu à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) registro de companhia aberta da Seguridade e solicitou à B3 pedido de admissão e de listagem no segmento do Novo Mercado.

Lucro líquido sobe e alcança R$ 228,4 mi no quarto trimestre

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São Paulo – O lucro líquido da Localiza cresceu 25,90% no quarto trimestre de 2019 em relação a igual período do ano passado, para R$ 228,4 milhões. Sem considerar os efeitos do IFRS 16, o lucro líquido foi de R$ 234 milhões, 29,28% maior na base anual. Em 2019, o lucro líquido foi de R$ 833,9 milhões, alta de 26,5% na comparação com igual período de 2018.

A receita líquida aumentou 19,3% no trimestre, para R$ 2,695 bilhões na comparação anual. O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 629,6 milhões no período, alta de 40,22% na comparação anual.

O faturamento líquido com a venda de carros seminovos subiu 36,70% no quarto trimestre, para R$ 1,784 bilhão, enquanto a receita com aluguel teve queda de 4,50% e totalizou R$ 911 milhões.

No trimestre, a Localiza teve uma frota média alugada foi de 150,417 mil carros, alta de 38,4% na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. A empresa encerrou o período com uma frota total de 323,361 mil carros, 30,4% maior que o visto na base anual. A taxa média de utilização da frota operacional alcançou 79,1% no trimestre, 0,97 ponto percentual (pp) menor que na comparação anual.

Ao final do trimestre, o sistema Localiza possuía 602 agências, sendo 528 no Brasil e 74 em cinco países da América do Sul. A rede própria foi aumentada em 26 agências em 2019.

A dívida líquida da companhia era de R$ 6,619 bilhões ao final de 2019, alta de 26,29% na comparação anual. A alavancagem, medida pela relação dívida líquida por ebitda, encerrou o período em 3 vezes, queda de 9% em comparação a 2018.

IPCA acelera e sobe mais que o esperado em fevereiro

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São Paulo – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, subiu 0,25% em fevereiro, acelerando-se levemente em relação à alta apurada em janeiro (+0,21%). Ainda assim, trata-se da menor taxa para o mês desde o ano 2000 (+0,13%), segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado mensal ficou acima da previsão, de alta de 0,16%, conforme a mediana projetada pelo Termômetro CMA. Com isso, o IPCA acumula altas de 0,46% nos dois primeiros meses deste ano e de 4,01% nos últimos 12 meses até fevereiro. O resultado acumulado em 12 meses até o mês passado ficou acima da mediana projetada, de +3,91%, ainda conforme o Termômetro CMA.

Segundo o IBGE, o grupo Educação apresentou a maior variação, com alta de 3,70% em fevereiro, sendo responsável por um impacto de 0,23 ponto percentual (pp) no resultado geral do IPCA. Outras quatro classes de despesa também registraram alta no mês passado, com destaque para Saúde e Cuidados Pessoais (+0,73% e impacto de 0,10 pp) e Alimentos e Bebidas (+0,11% e +0,02 pp).

Nesses grupos, destaque para o comportamento dos itens cursos regulares (+4,42%), representando o maior impacto individual no índice cheio, de 0,20 pp. Também merecem atenção as altas em: cursos diversos (2,67% e 0,02 pp) e higiene pessoal (+2,12% e 0,08pp).

No lado das quedas, chamam atenção os produtos farmacêuticos (-0,38% e -0,01 pp) e as carnes, que caíram 3,53% e representaram o maior alívio individual, com -0,09 pp. Já a maior contribuição negativa veio do grupo Habitação (-0,39% e -0,06 pp), sendo que nessa classe de despesa merece atenção o recuo de 1,71% do item energia elétrica, com alívio de 0,08 pp.

Em termos regionais, apenas a região metropolitana do Rio de Janeiro teve deflação em fevereiro (-0,02%), dada a queda nos preços das carnes (-8,39%). Já a maior variação positiva ficou com a área de Fortaleza (+0,80%), por causa da alta nos cursos regulares (+5,86%). Em São Paulo, o IPCA passou de +0,33% em janeiro para 0,23% em fevereiro.

RADAR DO DIA: Mercados caem de olho em anúncio de estímulos

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São Paulo – Os mercados ao redor do mundo voltam a mostrar volatilidade nos negócios, no aguardo do anúncio de medidas pelos Estados Unidos, em meio ao corte inesperado da taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual (pp) pelo Banco da Inglaterra (BOE), dando fôlego as bolsas europeias que operam em alta.

Ontem, o Ibovespa encerrou em alta de 7,14%, aos 92.214,47 pontos, com investidores voltando a ir às compras vendo ações baratas e na expectativa de que governos e bancos centrais continuem tomando medidas para impedir uma recessão econômica em função do coronavírus.

Sem dar muitos detalhes, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que o governo está preparando uma série de medidas para mitigar os efeitos do surto do novo coronavírus sobre a economia, tendo como prioridade preservar indústrias, companhias aéreas e os gastos dos consumidores.

Além disso, os investidores continuam de olho na crise do preço do petróleo, após a Arábia Saudita aumentar a produção e reduzir os preços praticados pela estatal Saudi Aramco depois do fracasso nas negociações entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e países aliados para uma redução coordenada da oferta da commodity.

A iniciativa está relacionada ao impacto econômico da epidemia do Codiv-19, nome da doença do coronavírus, que tem abalado os mercados e levado entidades a revisarem projeções da economia global em 2020.

O governo italiano, país europeu onde a doença avançou rapidamente, anunciou medidas ainda mais restritivas em uma tentativa de conter o surto do novo coronavírus, ampliando a quarentena para todo o país. Além disso, anunciou a alocação de recursos no valor de 25 bilhões de euros para enfrentar as consequências sociais e econômicas da doença. Até o momento, há mais de 10 mil casos no país, dos quais 631 foram fatais.

No Brasil, temos 34 casos de coronavírus confirmados até o momento, com os casos suspeitos atingindo 893. A cidade de São Paulo é onde está o maior número de casos confirmados com 19, seguida por Rio de Janeiro e Bahia, sendo que a região Sul confirmou o primeiro caso.

Na China, epicentro do surto, o número de mortes causadas por infecção pelo novo coronavírus subiu para 3,158 mil, de acordo com a Comissão Nacional de Saúde do país. Ao todo, 80,778 mil casos foram confirmados em 31 províncias chinesas.

Diante de novas ações para conter o surto do coronavírus, os mercados asiáticos fecharam o pregão desta quarta-feira em queda, assim como os futuros norte-americanos que operam em baixa, aguardando medidas de estímulos do governo norte-americano. O mercado europeu, por sua vez, opera o BOE cortar a taxa de juros inesperadamente.

CORPORATIVO

O lucro líquido da Localiza cresceu 25,90% no quarto trimestre de 2019 em relação a igual período do ano passado, para R$ 228,4 milhões. Sem considerar os efeitos do IFRS 16, o lucro líquido foi de R$ 234 milhões, 29,28% maior na base anual. Em 2019, o lucro líquido foi de R$ 833,9 milhões, alta de 26,5% na comparação com igual período de 2018.

A TIM atualizou as projeções para o plano estratégico 2019-2021, após um ano de melhorias consistentes, com o atingimento de parte significativa dos objetivos de curto prazo traçados em seu plano. Além disso, divulgou o plano estratégico 2020-2022.

A Telefônica Brasil e a TIM manifestaram interesse em adquirir a operação móvel da Oi, em recuperação judicial, de modo que, no caso de concretiza a operação, cada uma receberá uma parcela do negócio.

O conselho de administração da Petrobras reconheceu que R$ 15,6 bilhões do total de insuficiência do novo Plano de Equacionamento de Déficit (PED) dos planos Petros do Sistema Petrobras Repactuados e Não Repactuados (PPSP-R e PPSP-NR), são de responsabilidade da petrolífera e estão em linha com o princípio da paridade contributiva prevista na Emenda Constitucional de 1998.

A Localiza pagará R$ 66,9 milhões aos acionistas a título de juros sobre capital próprio (JCP) no dia 05 de maio. O provento foi aprovado pelo conselho de administração da companhia e equivale a um valor bruto de R$0,088602060 por ação.

Os acionistas do Bradesco aprovaram em assembleia geral extraordinária (AGE), um aumento de capital de R$ 4 bilhões, com a emissão de 806,3 milhões de ações. Desta maneira, o capital total da empresa passa de R$ 75,1 bilhões para R$ 79,1 bilhões.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) reconheceu o direito de recebimento de créditos da Conta de Consumo de Combustível (CCC) por suas subsidiárias Centrais Elétricas de Rondônia (Ceron) e Companhia de Eletricidade do Acre (Eletroacre).

A Caixa Seguridade, subsidiária da Caixa Econômica Federal, disse que não recebeu da controladora nenhuma manifestação sobre a suspensão da oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), após a agência “Reuters” afirmar que a suspensão se deu em função do mercado adverso e coronavírus.

A Embraer afirmou que suas subsidiárias Yaborã Aeronáutica, Embraer Overseas e Embraer Netherlands Finance e o Bank of New York Mellon celebraram aditamentos aos títulos no mercado internacional com vencimento em 2022, 2023, 2025 e 2027, com prêmios de 5,150%, 5,696%, 5,050% e 5,400%, respectivamente.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pediu que as empresas informem nos relatórios financeiros os impactos do coronavírus nas demonstrações financeiras.

A Eletrobras informou que a Sociedade de Propósito Específico (SPE) Energia Olímpica, formada por Furnas (49,9%) e Light (50,1%), responsável pela construção de subestação dedicada exclusivamente ao fornecimento de energia elétrica para o parque olímpico, no Rio de Janeiro, foi encerrada.

Bolsa se recupera da queda de ontem e sobe; dólar cai abaixo de R$ 4,65

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São Paulo – Após cair mais de 12% ontem, na maior queda em cerca de 22 anos, o Ibovespa fechou em alta de 7,14%, aos 92.214,47 pontos, mostrando uma recuperação em linha com as Bolsas norte-americanas, com investidores voltando a ir às compras vendo ações baratas e na expectativa de que governos e bancos centrais continuem tomando medidas para impedir uma recessão econômica em função do coronavírus.

Dessa forma, o índice já recuperou em torno de 6 mil pontos depois de quase 10 mil pontos perdidos ontem. O volume total negociado foi de R$ 39,5 bilhões, acima da média.

“O mercado vai esperar não só medidas monetárias, mas medidas fiscais, liberação de orçamentos, etc. Isso pode dar um alívio de curto prazo”, disse o diretor de investimentos da SRM Asset, Vicente Matheus Zuffo.

Hoje à tarde, o presidente norte-americano, Donald Trump, disse, após reunião com senadores sobre medidas de emergência contra o surto, que a meta é proteger indústrias e não deixar as companhias aéreas se prejudicarem, mantendo os gastos dos consumidores em nível elevado. Ontem, o presidente já havia dito que podem anunciar corte de impostos na folha de pagamentos e a manutenção das remunerações dos trabalhadores recompensados por hora.

As declarações ajudaram Wall Street a acelerar ganhos no fim do dia e amenizar um pouco os temores de que mais empresas e universidades norte-americanas estão mandando pessoas para cara para evitar o contágio do vírus. A maioria das Bolsas europeias, porém, fechou em queda depois de subirem mais cedo, em meio a notícias de que a Itália vai introduzir uma moratória em grande escala para pagamento de dívidas em meio à epidemia, que já isola o país.

O diretor da SRM Asset também afirma que alguns investidores ainda aproveitaram para voltar a comprar ações depois que alguns papéis desabaram ontem, ficando baratos, no entanto, acredita que os problemas permanecem e é preciso manter cautela. “O Ibovespa bateu os 86 mil pontos ontem e chegou a níveis que podem ser considerados bem atrativos, mas a volatilidade deve continuar. Os motivos que geraram a realização forte ontem continuam aí, não é só o coronavírus, segue a dinâmica de desaceleração global”, ponderou.

Entre as ações, as da Vale (VALE3 18,13%) fecharam entre as maiores altas do índice, mostrando recuperação em função da alta dos preços do minério de ferro e da percepção de que o coronavírus está mais controlado na China.

A maior alta, porém, foi da Via Varejo (VVAR3 21,29%), que acelerou ganhos se recuperando de fortes perdas de ontem. Na contramão, as únicas quedas do Ibovespa foram da Ambev (ABEV3 -1,70%) e do IRB Brasil (IRBR3 -0,43%).

Na agenda de amanhã, investidores devem ficar atentos à divulgação do IPCA de fevereiro, que pode dar mais sinais sobre uma possível queda da Selic. Nos Estados Unidos, também serão divulgados dados inflação ao consumidor.

O dólar comercial fechou em forte queda de 1,69% no mercado à vista, cotado a R$ 4,6470 para venda, na maior queda percentual desde 4 de setembro do ano passado – quando a moeda fechou em queda de 1,79% – exibindo um alívio pontual na sessão posterior de pânico nos ativos globais. Apesar da queda, o valor de fechamento é o terceiro maior da história.

O diretor da Correparti, Ricardo Gomes, ressalta que o recuo da moeda – o segundo desde 14 de fevereiro – também se deve às atuações mais agressivas do Banco Central (BC) no qual tem ofertado dólares no mercado à vista desde ontem. Com três operações, já foram colocados no mercado US$ 5,465 bilhões, de US$ 6,0 bilhões ofertados.

Lá fora, a retomada de otimismo, exibido no mercado de ações dos Estados Unidos, principalmente, está associada as expectativas em torno da adoção de estímulos fiscais por governos de países desenvolvidos, como o norte-americano e do Japão, ressalta Gomes.

“Além de uma possível ação do G-7 [grupo composto por Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá] e União Europeia, como também cortes de juros pelo Banco Central Europeu nesta semana para tentar minimizar impactos econômicos do coronavírus na atividade mundial”, avalia. O coronavírus atinge todos os países do bloco europeu.

Para a equipe econômica do banco Fator, essas medidas podem ser anunciadas ao longo da semana, em linha com a reunião da autoridade monetária da Europa.

“Mas políticas fiscais, além de mais gastos em saúde, não estão sendo discutidas abertamente”, ponderam os analistas do banco.

Amanhã, na agenda de indicadores, tem os dados de inflação dos Estados Unidos. Para o diretor de câmbio do Ourominas, Mauriciano Cavalcante, a moeda local ainda tem espaço para mais correções, visto que o atual patamar ainda “é exagerado”, avalia. Ele também defende que o Banco Central brasileiro mantenha as operações de venda de dólares no mercado à vista, a demanda do mercado. “Eu espero mais um pouco de queda sim”, enfatiza.

Bolsonaro chama crise do coronavírus de fantasia

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São Paulo – O presidente Jair Bolsonaro disse que o surto de coronavírus e o efeito das medidas de contenção da doença sobre a economia são “muito mais fantasia” do que uma crise. Ele também acusou a imprensa de inflar injustificadamente a importância da epidemia.

“Temos no momento uma crise – no meu entender muito mais fantasia: a questão do coronavírus, que não é isso tudo que a grande mídia propaga pelo mundo todo. E a outra alguns da imprensa conseguiram fazer uma crise da queda do preço do petróleo. É muito melhor cair 30% do que subir 30% o preço do petróleo. Mas isso não é crise”, disse ele, durante um pronunciamento nos Estados Unidos.

Os dados mais recentes indicam que os casos do novo coronavírus no mundo somam mais de 116 mil, com a China concentrando a maioria dos registros mais de 80 mil – e outras seis nações apresentando mais de mil casos. As mortes provocadas pela doença estão em pouco mais de 4 mil.

Na China, os índices que medem a atividade industrial e do setor de serviços atingiram os menores níveis da série histórica, iniciada em 2005, por causa da restrição à movimentação de pessoas em grandes centros urbanos.

Na Europa, a Itália limitou a movimentação da população para evitar a propagação da doença, que também começa a se espalhar com mais rapidez pela França, a Espanha e a Alemanha.

No Brasil, o número de casos confirmados do novo coronavírus subiu para 34. Os casos suspeitos caíram de 930 para 893, e o estado mais afetado era o de São Paulo. Nenhum óbito por causa da doença foi registrado até o momento em  território nacional.

Surto de coronavírus terá efeito negativo sobre bancos europeus, diz Moody’s

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São Paulo – O surto do coronavírus terá um efeito negativo sobre os bancos da Europa porque deve diminuir a atividade econômica, em particular no primeiro semestre deste ano, afirmou a agência de classificação de risco Moody’s.

“O surto se soma aos riscos de fim de ciclo associados com as perspectivas de enfraquecimento econômico na região, que já está refletido em nossa perspectiva negativa para os bancos europeus”, disse Bernhard Held, vice-presidente sênior de crédito na Moody’s.

“Os bancos verão um enfraquecimento na qualidade da carteira de crédito conforme os efeitos do vírus reduzirem as viagens globais e afetarem a demanda doméstica na Europa”, acrescentou.

A agência de classificação de risco prevê em seu cenário-base que o coronavírus terá um efeito negativo direto, mas limitado, sobre o setor bancário europeu. Um surto prolongado, porém, teria um resultado mais prejudicial, pesando tanto sobre a qualidade da carteira de crédito quanto sobre a lucratividade das instituições financeiras.

Os bancos da Europa melhoraram a qualidade da carteira de crédito e do capital nos últimos anos, e a maioria deles está bem posicionada para absorver um enfraquecimento dos empréstimos.

Numa perturbação prolongada, a agência de risco prevê que os empréstimos a pequenas e médias empresas, em particular no setor de manufatura e de indústrias pressionadas pelas mudanças pronunciadas no comportamento dos consumidores, são os que mais correm risco de inadimplência e calote.

“Um achatamento da curva de juros prolongado, combinado com spreads maiores de risco de crédito, redução da oferta de títulos de dívida e de ações e fraqueza do mercado de ações exacerbariam a pressão sobre a lucratividade de muitos bancos europeus”, acrescentou a Moody’s.

MERCADO AGORA: Veja um resumo dos negócios até o momento

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São Paulo – O Ibovespa segue em forte alta refletindo o alívio visto nas Bolsas no exterior com investidores na expectativa de que governos e bancos centrais tomem mais medidas para impedir uma recessão econômica, depois do pânico trazido pelo novo coronavírus e pela derrocada dos preços do petróleo. As ações da Petrobras estão entre as que mais puxam a alta do índice, acompanhando a recuperação dos preços da commodity.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 2,86% aos 88.532,96 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 16,8 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em abril de 2020 apresentava avanço de 3,15% aos 88.795 pontos.

“Devemos ter um novo corte de juros pelo Fed [banco central norte-americano] na próxima reunião e o mercado vai esperar não só medidas monetárias, mas medidas fiscais, liberação de orçamentos, etc. Isso pode dar um alívio de curto prazo, embora não sabemos se vai mudar a direção de longo prazo”, disse o diretor de investimentos da SRM Asset, Vicente Matheus Zuffo.

Ontem, o presidente norte-americano Donald Trump, por exemplo, disse que deve tomar medidas para compensar as perdas provocadas pelo surto do novo coronavírus, entre elas o corte de impostos na folha de pagamentos e a manutenção das remunerações dos trabalhadores recompensados por hora.

O diretor também afirma que alguns investidores ainda aproveitaram para voltar a comprar ações depois que alguns papéis desabaram ontem, ficando baratos, no entanto, acredita que os problemas permanecem e é preciso manter cautela. “O Ibovespa bateu os 86 mil pontos ontem e chegou a níveis que podem ser considerados bem atrativos, mas a volatilidade deve continuar. Os motivos que geraram a realização forte ontem continuam aí, não é só o coronavírus, segue a dinâmica de desaceleração global”, ponderou.

Entre as ações, as da Petrobras estão entre as que lideram as altas do Ibovespa acompanhando a valorização de cerca de 7% dos preços do petróleo hoje e depois de recuarem quase 30% ontem. Ainda entre as maiores altas estão as ações da Vale, que acompanham os ganhos dos preços do minério de ferro, e da Via Varejo, que também se recupera das fortes perdas de ontem.

O dólar comercial tem queda firme frente ao real, desde a abertura dos negócios, exibindo o viés de recuperação dos ativos globais após sessão caótica ontem que levou o dólar à maior alta percentual desde o fim do ano passado, além de ter renovado a máxima histórica de fechamento acima de R$ 4,72, enquanto o preço do petróleo derreteu e as bolsas brasileira e norte-americana precisaram suspender as negociações com as fortes quedas.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 1,33%, sendo negociado a R$ 4,6640 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em abril de 2020 apresentava recuo de 1,32%, cotado a R$ 4,670.

O Banco Central (BC) atuou mais uma vez tentando conter o avanço da moeda que segue em níveis históricos. Logo após a abertura dos negócios, a autoridade monetária realizou mais uma operação de venda de dólares no mercado à vista, no qual toda a oferta de US$ 2,0 bilhões foi aceita. Ontem, mais agressivo, o Banco Central realizou dois leilões similares no qual ofertou US$ 4,0 bilhões, mas US$ 3,465 bilhões foram tomados.

O consultor de câmbio da corretora Advanced, Alessandro Faganello, ressalta que a soma do cenário de recuperação e mais uma intervenção do BC resultam em um pouco de alívio nos negócios da moeda estrangeira.

“No curto prazo, o papel do BC em evitar disfuncionalidades de mercado é primordial. De qualquer forma, vale ressaltar que o câmbio é flutuante, dinâmico”, reforça Faganello.

A equipe econômica da Guide Investimentos reforça que o ambiente positivo tem ainda como pano de fundo a declaração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que pretende instaurar “diversas” medidas de alívio à economia. “O que reforça o comprometimento de governos a agir junto com os BCs para amortecer a crise”, avalia.

As taxas dos contratos futuros de juros (DIs) seguem em queda, mantendo o ritmo de retirada de prêmios, após a alta acelerada da véspera, com os investidores aproveitando a melhora dos mercados globais hoje para ajustar posições, um dia depois da elevada aversão ao risco. Ainda assim, o cenário econômico indefinido inibe um movimento mais intenso da curva a termo.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 3,94%, de 4,01% após o ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2022 estava em 4,56%, de 4,63% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 5,26%, de 5,37% ao final da última sessão; e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 6,26%, de 6,35%, na mesma comparação.

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