Home Blog Page 1979

Bolsa despenca e dólar passa dos R$ 4,70 com petróleo e coronavírus

0

São Paulo – O desespero visto nos mercados em todo o mundo em função da derrocada dos preços do petróleo e da disseminação do coronavírus fez o Ibovespa encerrar em queda de 12,17%, aos 86.067,20 pontos, mostrando a maior queda percentual desde 10 de setembro de 1998 (-15,82%), quando ocorreu a crise da moratória russa e superando as quedas vistas durante a crise econômica mundial de 2008.

Com as perdas de hoje, o índice também apagou os ganhos vistos nos últimos 14 meses, fechando no menor patamar desde o dia 27 de dezembro de 2018 (85.460,20 pontos). O volume total negociado na Bolsa hoje foi de R$ 43,9 bilhões, acima da média.

Mesmo o circuit breaker ocorrido logo após a abertura não foi suficiente para amenizar perdas. O mecanismo foi acionado às 10h31, quando o índice registrou queda de 10,01%, aos 88.178,33 pontos. Um circuit breaker não ocorria desde o “Joesley Day”, no dia 18 de maio de 2017, refletindo a notícia de que o empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS, faria uma delação premiada depois de gravar uma conversa com ex-presidente Michel Temer.

Para o economista da Órama Investimentos, Alexandre Espírito Santo, “somando o coronavírus com a queda do petróleo há um potencial deflacionário” que pode colocar a economia global em recessão ou em um cenário de crescimento muito baixo. “Não há explicação para entender a decisão da Arábia Saudita em relação ao petróleo, se aproveitando de uma situação já difícil com o coronavírus, o que provoca um movimento de irracionalidade nos mercados”, disse ainda o economista.

Os preços dos contratos futuros do petróleo terminaram o dia terminaram o dia com mais de 24% na pior performance desde 1991, depois que a Arábia Saudita indicou que aumentaria sua produção e venderia seus barris com desconto após o fracasso da reunião da Opep+ na semana passada.

Com isso, as ações da Petrobras (PETR4 -28,82%; PETR4 -28,51%) também tiveram um dia de perdas históricas, na maior queda do Ibovespa. A derrocada dos preços do petróleo ainda levou a ruídos sobre a política de preços do petróleo da estatal, com o presidente Jair Bolsonaro afirmando que não haverá interferência do governo na política.

Ainda entre as maiores perdas do índice ficaram as ações da CSN (CSNA3 -24,84%), da Marfrig (MRFG3 -23,53%) e da Gerdau (GGBR4 -17,64%).

Para o economista-chefe do banco digital Modalmais, Alvaro Bandeira, essas quedas exemplificam que investidores buscaram proteção e fizeram resgates de fundos, em meio a um processo de aumento de investidores pessoa física no Brasil, que não estão acostumados com renda variável. Na sua avaliação, também deve seguir a expectativa de que governos e bancos centrais tomem mais medidas para evitar uma recessão.

Já se especula no mercado que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) possa anunciar um novo corte de juros, depois de já ter feito um corte extraordinário na última terça-feira.

Sobre os próximos dias, Bandeira acredita que é difícil prever se os mercados podem continuar a mostrar uma correção, dependendo muito de como seguirá o mercado de petróleo, e se Arábia Saudita voltará a negociar, além de como continuará a questão do coronavírus. No entanto, afirma que, uma hora, o índice também pode “voltar” um pouco depois de uma perda tão expressiva.

Na agenda de indicadores, investidores devem ficar atentos a dados de inflação na China e a dados da produção industrial brasileira, que serão divulgados amanhã.

O dólar comercial fechou em forte alta de 2,0% no mercado à vista, cotado a R$ 4,7270 para venda, na maior alta percentual desde 6 de novembro de 2019 quando a moeda subiu 2,20%. Diante o cenário caótico que prevaleceu nos mercados globais em meio à crise do petróleo, a moeda estrangeira renovou as máximas históricas de fechamento e no movimento intraday ao alcançar o patamar de R$ 4,79.

“A moeda exibiu intensa volatilidade em um dia de caos nos mercados mundiais, que levaram ao derretimento do petróleo, das bolsas e das moedas emergentes ligadas às commodities”, comenta o diretor superintendente de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik.

A Arábia Saudita indicou que aumentaria a produção de petróleo e venderia os barris com desconto após o fracasso da reunião da Opep+ na semana passada travando uma disputa com a Rússia. Com isso, os preços dos contratos futuros do petróleo desabaram aos menores níveis desde 1991. A queda chegou a mais de 30%, com o barril abaixo dos US$ 30. No fechamento, a commodity acumulou perdas de 24% tanto o WTI quanto o tipo Brent.

Em dia de negócios suspensos (circuit breaker) na bolsa brasileira e nos Estados Unidos após as ficarem acima do limite, o destaque foi a atuação mais agressiva do Banco Central (BC) no qual ofertou US$ 4,0 bilhões em dois leilões de venda de dólares no mercado à vista.

No primeiro, realizado logo após a abertura dos negócios com a autoridade monetária aumentando o valor de US$ 1,0 bilhão anunciados na sexta-feira para US$ 3,0 bilhões em meio ao caos nos mercados globais. À tarde, o BC entrou de forma inesperada com o volume de US$ 1,0 bilhão, porém, foram aceitos US$ 465,0 milhões.

Amanhã, com a agenda de indicadores mais fraca, o foco deverá seguir no petróleo e ainda, nos desdobramentos do coronavírus que se espalha por mais de 100 países e leva autoridades a elevar o tom quanto às medidas para conter o avanço da doença em países como Itália, onde se concentra o maior número de mortes em decorrência do vírus depois da China.

“A crise do petróleo não deve dar trégua nos próximos dias. A tendência é de os ativos continuarem se desvalorizando. Acho que o Banco Central deveria manter os leilões à vista, usando as reservas cambiais do país, para conter a alta da moeda. Do contrário, a moeda seguir nesse patamar, acima de R$ 4,70”, avalia o diretor de câmbio do Ourominas, Mauriciano Cavalcante.

Choque de preços do petróleo deve forçar bancos centrais a agir, dizem analistas

0

São Paulo – A derrocada dos preços do petróleo derivada da tensão entre a Arábia Saudita e a Rússia deve forçar os bancos centrais a fornecer mais acomodação para garantir o cumprimento das metas de inflação, segundo especialistas consultados pela Agência CMA.

“Os preços mais baixos da energia irão prejudicar a economia global e devem fazer que os bancos centrais sejam confrontados com a deflação, não com uma inflação”, disse o estrategista sênior do Rabobank, Michael Every.

O mercado já esperava uma ação coordenada dos bancos centrais diante dos potenciais efeitos do novo coronavírus na economia global. A primeira ação veio do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) na semana passada, quando promoveu um corte emergencial da taxa de juros de 0,50 ponto percentual (pp), passando-a para a faixa entre 1,00% e 1,25% ao ano.

Na sequência, o Banco do Canadá também reduziu sua taxa básica em 0,50 pp, passando-a para 1,25% ao ano, citando as chances de desaceleração da economia diante do surto do noco coronavírus.

Na quinta-feira, o Banco Central Europeu (BCE) se reúne para definir sua política monetária e apresentar projeções para a economia da zona do euro. No início do mês, a presidente do BCE, Christine Lagarde, havia afirmado em comunicado que estava pronta para agir se necessário para apoiar a inflação e a economia da região.

“Nas últimas semanas, observamos preocupações globais com o crescimento e com a inflação em um ambiente de surto do novo coronavírus e, mais recentemente, o desmantelamento da iniciativa da Opep significa que o mercado espera que o conselho do BCE supere qualquer relutância em colocar a taxa de depósito ainda mais em território negativo”, afirmou Every, do Rabobank.

Em janeiro, o BCE manteve a taxa básica de juros em zero, a taxa de depósitos em -0,5% ao ano e a taxa da linha mantida com bancos comerciais para concessão de liquidez de curto prazo em 0,25% ao ano. A próxima reunião de política monetária do BCE acontece no dia 12.

“Avaliar a duração do choque e a eficácia das medidas é importante para o BCE formular uma resposta política. Embora a política monetária não seja a melhor ferramenta para estabilizar a produção e a inflação sob um puro choque de oferta, o BCE será sensível a sinais de interrupção nos fluxos de crédito e financiamento”, disse o economista do Société Générale, Anatoli Annenkov.

PETRÓLEO EM QUEDA LIVRE

Os preços do petróleo chegaram a cair mais de 30% no início das negociações de hoje em reflexo ao fracasso da reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e de seus aliados liderados pela Rússia na semana passada, em Viena.

Na ocasião, a Arábia Saudita propôs um corte adicional de 1,5 milhão de barris por dia (bpd) na oferta até o final do ano como uma resposta aos potenciais efeitos do surto do novo coronavírus sobre a demanda por energia.

Após dois dias de encontros, no entanto, a Rússia se recusou a fazer da iniciativa. A reação saudita foi imediata: o reino anunciou um aumento da produção e a venda de petróleo com descontos aos interessados. O resultado foi a derrubada de preços do petróleo, que fez o índice de commodities cair a níveis que não eram vistos desde a década de 1980.

“A Rússia e a Arábia Saudita devem conseguir resistir aos baixos preços do petróleo por algum tempo, permitindo aumentar a produção. Embora os produtores russos de petróleo possam se tornar não rentáveis com o preço atual do petróleo, o governo tem escopo para apoiá-los”, disse o economista chefe para mercados emergentes da Capital Economics, William Jackson.

“Acreditamos que alguns países, entre eles Arábia Saudita e Rússia, devem afrouxar suas políticas para nãos erem prejudicados nos próximos meses com a queda dos preços do petróleo”, acrescentou.

MERCADO AGORA: Veja um resumo dos negócios até o momento

0

São Paulo – O Ibovespa segue em forte queda, embora já tenha reduzido levemente as perdas, após as negociações ficarem paradas por 30 minutos em função do circuit breaker (acionado quando o Ibovespa cai mais de 10%). O pânico dos mercados com a disseminação do coronavírus e, agora a crise do petróleo, fez o índice chegar a perder os 88 mil pontos na mínima do dia, voltando a patamares de mais de um ano atrás.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava queda de 9,01% aos 89.161,30 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 19,2 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em abril de 2020 apresentava recuo de 8,85% aos 89.125 pontos.

O circuit breaker foi acionado à 10h31, quando Ibovespa registrou queda de 10,01%, aos 88.178,33 pontos. Um circuit breaker não ocorria desde o “Joesley Day”, no dia 18 de maio de 2017, refletindo a notícia de que o empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS, faria uma delação premiada depois de gravar uma conversa com ex-presidente Michel Temer.

Os economistas do Itaú Unibanco destacam que as discussões entre membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e a Rússia sobre a produção de petróleo atingiu um final inesperado e a Arábia Saudita reduziu preços do petróleo, afirmando que irá aumentar sua produção diária em mais de 10 milhões de barris.

“Essa decisão está impactando fortemente os mercados pelo mundo e a América Latina deve seguir no mesmo passo. No Brasil, por exemplo, o petróleo e derivados representam cerca de 13% das exportações e 10% das importações”, disseram, em relatório.

Há pouco, os preços do petróleo caíam cerca de 18%, o que reflete diretamente nas ações da Petrobras, que lideram as perdas do Ibovespa. Ainda entre as maiores quedas estão as ações da Via Varejo, da CSN e da Marfrig. Nenhum papel que compõe o Ibovespa opera em alta no momento.

O analista da Terra Investimentos, Régis Chinchila, também ressalta que “a crise pega bem onde o Brasil tem maior exposição internacional, nas commodities”, lembrando que o volume de negócios projeto para hoje é “altíssimo”, de R$ 30 bilhões. Na sua avaliação, embora ainda seja cedo para estimar, a crise do petróleo somada à questão do coronavírus deve levar a revisões fortes para baixo do PIB brasileiro, em função da desaceleração global, impacto em exportações, etc.

Os casos de coronavírus confirmados fora da China triplicaram na semana passada, fazendo empresas e governos tomarem medidas mais drásticas. Na Itália, cidades como Milão, foram isoladas.

Em dia caótico no mercado global, o dólar segue com forte alta em relação ao real e oscila entre os níveis de R$ 4,74 e R$ 4,76 após renovar a máxima histórica intraday perto de R$ 4,80 logo após a abertura dos negócios. A derrocada do preço do petróleo afeta fortemente todos os ativos com os índices das bolsas brasileira e dos Estados Unidos suspendendo as negociações por caírem mais do que o permitido, acionando o chamado “circuit breaker”.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 2,46%, sendo negociado a R$ 4,7480 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em abril de 2020 apresentava avanço de 2,52%, cotado a R$ 4,751.

“O movimento do dia não tinha como ser diferente refletindo o tombo do petróleo e de outros ativos lá fora”, comenta a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack.

Antecipando um dia de forte estresse, o Banco Central (BC) alterou o valor ofertado no leilão de venda de dólares no mercado à vista de US$ 1,0 bilhão anunciados na sexta-feira para US$ 3,0 bilhões. O volume total foi aceito em operação realizada logo após a abertura dos negócios, quando a moeda norte-americana iniciou o pregão perto de R$ 4,76. Valor R$ 0,12 mais alto do que de fechamento na sexta-feira, de R$ 4,6340.

“Apesar da intervenção mais agressiva do BC, é difícil contornar o cenário de estresse quando é global”, acrescenta a economista. Com o leilão somado às declarações do diretor de política monetária do Banco Central, Bruno Serra, a moeda teve um “pequeno alívio pontual”, no qual chegou a renovar mínimas a R$ 4,7210 (+1,87%).

Segundo o diretor da autoridade monetária, a escolha do instrumento de intervenção no mercado de câmbio depende das “condições de mercado e da forma como se apresenta eventual disfuncionalidade a cada momento”. Serra ressalto que o BC dispõe de swaps cambiais, linhas de liquidez e operações definitivas em dólar como instrumentos de intervenção no mercado.

“Desde o início das preocupações com a propagação do coronavírus, o real mostrou tendência de depreciação acelerada, semelhante a períodos de crise aguda. O BC então, diagnosticou as condições necessárias para atuação. As intervenções têm sido pontuais, respondendo a eventos e disfuncionalidades específicas, mas podem durar o tempo que for necessário para o retorno do regular funcionamento do mercado de câmbio”, disse o diretor em evento em São Paulo.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) seguem em alta forte, porém longe dos limites máximos estabelecidos para o dia, assim como o dólar. Ainda assim, os negócios locais são pressionados pela maior aversão ao risco no exterior, em meio à forte queda nos preços do petróleo, após a resposta agressiva da Arábia Saudita contra a Rússia. Ao mesmo tempo, os investidores calibram as expectativas em relação ao rumo da Selic.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 3,935%, de 3,84% após o ajuste na última sexta-feira; o DI para janeiro de 2022 estava em 4,53%, de 4,40% no ajuste ao final da semana passada; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 5,23%, de 5,08%; e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 6,25%, de 6,04%, na mesma comparação.

Trump comemora queda do preço do petróleo em meio a tensão entre russos e sauditas

0

São Paulo – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comemorou os preços baixos do petróleo, afirmando que se refletirá no valor da gasolina, o que é um fator positivo para os consumidores norte-americanos.

“Bom para o consumidor, os preços da gasolina caindo”, disse Trump no Twitter.

A declaração acontece em um momento no qual a Arábia Saudita decidiu aumentar suas produção e reduzir os preços para os compradores após o fracasso nas negociações entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados liderados pela Rússia para limitar a oferta e equilibrar o mercado.

Em uma outra publicação na rede social, ele atribuiu a forte queda de preços do petróleo, que na madrugada chegou a baixar 30%, às tensões entre a Rússia e a Arábia Saudita e também às notícias falsas envolvendo o novo coronavírus.

“Arábia Saudita e Rússia estão discutindo sobre o preço e o fluxo do petróleo. Essa e a fake news são a razão da queda do mercado”, afirmou.

Segundo Trump, no ano passado, 37 mil norte-americanos morreram de gripe comum e entre 27 mil e 70 mil pessoas morrem de gripo por ano nos Estados Unidos.

“Nada é fechado, a vida e a economia continuam. Neste momento, existem 546 casos confirmados de coronavírus, com 22 mortes. Pense sobre isso”, acrescentou.

Pânico generalizado deve levar Fed a cortar juros em 0,50 pp na próxima semana

0

São Paulo – O Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) deve realizar mais um corte da taxa de juros da ordem de 0,50 ponto percentual (pp), passando-a para a faixa entre 0,50% e 0,75% ao ano, em meio ao pânico que tomou conta dos mercados de ações por conta dos potenciais efeitos do surto do novo coronavírus, segundo especialistas consultados pela Agência CMA.

Na semana passada, em uma ação emergencial que não era vista desde a crise financeira de 2008, o Fed anunciou um corte de 0,50 pp na taxa de juros, passando para o patamar atual de 1,00% a 1,25% ao ano. Na ocasião, o presidente do banco central norte-americano, Jerome Powell, disse que os fundamentos da economia dos Estados Unidos eram sólidos, mas o novo coronavírus representava um risco para a atividade.

“Os mercados já estão precificando um corte na próxima reunião que deve ser maior que 0,25 pp, mas menor que 0,75 pp e precificando também um retorno para zero na reunião de julho”, disse o vice-presidente da Scotiabank Economics, Derek Holt.

Segundo ele, no entanto, seria melhor que o Fed usasse outras ferramentas para conter qualquer desaceleração na economia.

“O Fed deveria permanecer no modo de espera, impedindo um choque grave no sistema financeiro. Talvez seja melhor gastar o tempo pensando em outras ferramentas menos convencionais que poderia empregar, uma vez que a paralisia de Washington geralmente coloca todo o ônus sobre uma resposta do banco central”, acrescentou Holt.

Os membros do Fed estão em período de silêncio por conta da reunião de política monetária que começa no próximo dia 17. Na semana passada, no entanto, vários chefes regionais defenderam a redução emergencial da taxa de juros, afirmando que a ação é uma garantia para o cumprimento das metas de pleno emprego e estabilidade de preços.

“Com o período de silêncio em andamento, nenhum membro do Fed deve falar antes da reunião de 17 e 18 de março. Após o corte de 0,50 pp na semana passada, atualizamos nossas perspectivas e agora esperamos outro corte de 0,50 pp na reunião de março”, disse o economista chefe do Wells Fargo para os Estados Unidos, Sam Bullard.

Para o economista sênior do Deutsche Bank, Brett Ryan, uma política monetária mais acomodatícia deve mitigar os efeitos da desaceleração econômica provocada pelo surto do novo coronavírus nos Estados Unidos.

Projeções do banco alemão mostram que o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos deve ficar estável no primeiro trimestre e contrair para 0,6% no segundo trimestre em taxa anualizada. A partir daí, deve haver uma recuperação rumo ao final do ano.

“Esperamos um crescimento de 1,6% nos últimos três meses de 2020, que é 0,6 pp menor do que nossa estimativa inicial”, disse Ryan. “A política monetária mais frouxa do Fed deve contribuir com a estabilização do crescimento e, em 2021, devemos ter uma expansão de 2,5%”, acrescentou.

As previsões são publicadas em um momento no qual os investidores entraram em pânico, fazendo com que o mercado de ações ativasse o circuit breaker após o S&P 500 caminhar para uma queda de 7%, momento no qual as negociações são interrompidas em Nova York.

“Movimentos abruptos do mercado representam o risco de revelar o que venho chamando de ‘esqueletos no armário’. Medidas amplas de apetite ao risco estão indicando, até o momento, que um evento de risco altamente significativo está em andamento”, afirmou Holt, da Scotibank Economics.

Mercado revisa crescimento da economia brasileira para 1,99% em 2020

0

São Paulo – Os economistas ouvidos pelo Banco Central reduziram a estimativa para o crescimento da economia brasileira neste ano pela quarta vez seguida e preveem, agora, uma expansão abaixo de 2,00%. Segundo o relatório Focus, a previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2020 caiu de 2,17% para 1,99%, ante previsão de alta de 2,30% há um mês.

Já para os demais anos, a previsão de alta do PIB ficou estável em 2,50%, cada, estimativas mantidas há 156 semanas para 2021; 98 semanas para 2022 e há 53 semanas para 2023.

Em relação à dívida líquida do setor público e o PIB, a previsão para 2020 caiu de 56,90% para 56,60%, enquanto para 2021 passou de 57,82% para 57,45%. Já para 2022, a relação da dívida líquida recuou de 59,00% do PIB para 58,70%, enquanto para 2023 foi de 59,70% para 58,85%.

Em relação ao resultado primário consolidado, a estimativa para 2020 permaneceu negativa em -1,10% do PIB, pela décima sétima vez seguida. Para 2021, a previsão passou de -0,50% para -0,51% do PIB, voltando ao nível de quatro semanas atrás, enquanto para 2022 melhorou de -0,10% para +0,10%, prevendo agora um resultado primário positivo. Já para 2023, a previsão subiu de 0,20% do PIB para +0,25% do PIB.

IGP-DI sobe 0,01% em fevereiro, aponta FGV

0

São Paulo – O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) oscilou em alta de 0,01% em fevereiro, desacelerando-se levemente em relação à alta de 0,09% apurada em janeiro, segundo dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

O resultado contrariou a previsão de queda de 0,10%, conforme a mediana das estimativas coletadas pelo Termômetro CMA. Com isso, o indicador acumula altas de 0,11% no ano e de 6,40% em 12 meses, até o mês passado, resultado que ficou acima da previsão, de +6,25%, ainda segundo o Termômetro CMA.

Entre os indicadores que compõem o IGP-DI, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) reduziu o ritmo de queda, passando de -0,13% em janeiro para -0,03% em fevereiro; enquanto o Indice de Preços ao Consumidor (IPC) apagou a alta de 0,59% no mês anterior e oscilou em baixa de 0,01% no mês passado, enquanto o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) perdeu força e subiu 0,33%, de +0,38%, no mesmo período.

No âmbito do IPA, o subíndice relativo aos bens finais apagou a queda de 1,42% em janeiro e subiu 0,54% em fevereiro, sendo que a maior influência veio do subgrupo alimentos processados, cuja taxa passou de -4,09% para +1,18%. Já o subíndice de bens intermediários apagou a alta de 0,73% no mês anterior e caiu 0,89% no mês passado, enquanto o das matérias-primas brutas passou de +0,38% para +0,29%, no mesmo período.

Já nos itens de origem, ainda no IPA, os produtos agropecuários apagaram a queda de 0,88% em janeiro e subiram 1,88% em fevereiro, ao passo que os produtos industriais apagaram a alta de 0,14% e recuaram 0,70%, na mesma comparação.

No IPC, sete das oito classes de despesa apresentou decréscimo nas taxas de variação de preços. A exceção ficou com Vestuário (-0,35% para +0,27%). Nessa classe de despesa, destaque para o comportamento dos itens roupas (de -0,63% para +0,36%).

Na construção civil, o índice relativo a materiais, equipamento e serviços perdeu força e subiu 0,47% em fevereiro, de +0,76% em janeiro, enquanto o custo da mão de obra acelerou de 0,06% no mês anterior para +0,21% no mês passado.

AES Tietê classifica proposta como hostil; Eneva vê oportunidade

0

São Paulo – A AES Tietê informou que em relação à oferta hostil (não solicitada) enviada pela Eneva, o conselho de administração da companhia solicitou à diretoria a contração de assessores financeiros para auxiliá-lo na análise de referida proposta.

Além disso, o colegiado convocou uma reunião extraordinária para o dia 13 de março para definir a contratação de uma equipe de assessores financeiros, com o objetivo de ter uma condução das ações necessárias.

Em outro comunicado, a Eneva ressaltou que em razão da não manifestação da AES Tietê até o momento, enviou uma nova carta referente à proposta reiterando a disposição de sua administração e de seus assessores financeiros para uma apresentação e discussão da proposta de combinação de negócios entre as empresas.

A Eneva afirma ainda que a combinação dos negócios é uma oportunidade única de geração de valor para as companhias, e que entende que essa visão foi corroborada com grande ênfase pelos atuais acionistas das empresas, cujas ações subiram 8,4% e 23,6%, respectivamente, no dia do anúncio da combinação, e acumulam valorização de 3,6% e 16,0%, respectivamente, desde então.

A operação compreende uma relação de troca de 0,0461 ações ordinárias para cada ação ordinária ou preferencial de emissão da AES Tietê ou de 0,2305 por unit, mais uma parcela em dinheiro de R$ 2,750 bilhões, o equivalente a R$ 1,38 por cada ação ordinária ou preferencial ou R$ 6,89 por unit. O potencial do negócio é de R$ 6,6 bilhões.

ONS despacha Araucária como forma de preservar reservatórios do Sul

0

São Paulo – A Companhia Paranaense de Energia (Copel) disse que a termelétrica Araucária foi despachada dia 08 de março, conforme a programação do Operador Nacional do Sistema (ONS). A usina tem capacidade instalada de 484 megawatts (MW) e opera em ciclo combinado.

O despacho faz parte das medidas excepcionais adotadas na reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) na semana passada para recuperar os reservatórios das hidrelétricas da região Sul. O órgão vai avaliar semanalmente a necessidade de manutenção das medidas.

A remuneração da usina será pelo Custo Variável Unitário (CVU) de R$ 681,79 por megawatts-hora (MWh).

Lucro líquido cai e alcança R$ 238,8 milhões no 4T19

0

São Paulo – A Hypera Pharma reportou lucro líquido de R$ 238,8 milhões no quarto trimestre de 2019, queda de 23% ante igual período do ano anterior. O lucro líquido das operações continuadas diminuiu 20,4% no período e alcançou R$ 246,7 milhões.

A companhia informou que o aumento do lucro líquido das operações continuadas está relacionado à redução da taxa efetiva de imposto de renda por conta do aumento dos juros sobre capital próprio (JCP) declarados em 2019, que totalizaram R$ 675,3 milhões, além da reversão de parte do passivo fiscal relacionado a créditos tributários no segundo trimestre do ano, no valor de R$ 91,8 milhões.

Em 2019, o lucro líquido totalizou R$ 1,164 bilhão, 3% maior que o visto no mesmo período de 2018. O lucro das operações continuadas subiu 4,7% no ano, para R$ 1,189 bilhão, na mesma base de comparação.

Entre outubro e dezembro, a receita líquida somou R$ 928,6 milhões, alta de 0,1% na comparação anual. Os gastos com vendas, gerais e administrativa, excluindo marketing e P&D, cresceram 11,1% e somaram R$ 162,7 milhões.

O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) das operações continuadas do período caiu 31,7% e somou R$ 224,2 milhões na comparação anual.

A empresa apresentou crescimento do sell-out, que considera o preço médio de compra pelas farmácias e redes, de 11,3% no trimestre. No ano passado, o indicador 10,1%, com destaque para as unidades de consumer health e similares e genéricos.

De acordo com a companhia, o crescimento do sell-out em 2019 foi o maior dos últimos 3 anos e é resultado das iniciativas promovidas para ganho de market share nos mais diversos segmentos.

Ao final do trimestre, o endividamento líquido era de R$ 836 milhões, queda de 21,42% na comparação anual. No período, a empresa não teve fluxo de caixa livre. Em 2019, porém, o valor somou R$ 466,2 milhões, queda de 44,86%.

Sair da versão mobile