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BC do Canadá corta juros em 0,50 pp, para 1,25%, por novo coronavírus

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São Paulo – Depois do corte emergencial de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), o Banco do Canadá seguiu a mesma tendência e reduziu sua taxa básica em 0,50 ponto percentual (pp), para 1,25%, afirmando que o surto do novo coronavírus representa um choque material negativos para a economia canadense e global.

“A perspectiva é claramente mais fraca agora do que em janeiro”, afirma comunicado com a decisão. “À medida que a situação evolui, o conselho está pronto para ajustar ainda mais a política monetária, se necessário, para apoiar o crescimento econômico e manter a inflação na meta”, acrescenta a nota.

O banco central canadense disse ainda que a economia global mostrou sinais de estabilização antes do início do surto do novo coronavírus, no entanto, a disseminação da doença levou a um declínio acentuado da atividade comercial em algumas regiões, bem como a interrupções na cadeia de suprimentos, diminuindo os preços das commodities e fazendo com que o dólar canadense se depreciasse.

“É provável que, à medida que o vírus se espalhe, a confiança das empresas e do consumidor se deteriore, prejudicando ainda mais a atividade”, afirmou o Banco do Canadá em nota.

Ontem, o Fed realizou um corte de juros de emergência, passando a taxa da faixa de 1,50% a 1,75% ao ano para a faixa de 1,00% a 1,50% ao ano. A ação inesperada não era vista desde a crise de 2008. Na coletiva que seguiu a decisão, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que o novo coronavírus representa um risco para a atividade econômica norte-americana.

MERCADO AGORA: Veja um resumo dos negócios até o momento

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São Paulo – Após chegar a subir mais de 2% pela manhã, o Ibovespa zerou ganhos e ensaia uma queda puxada pelas ações de bancos. Mesmo a alta de Bolsas no exterior hoje e a expectativa de queda da Selic, após sinalização do Banco Central (BC) ontem, não está sendo suficiente para manter o índice em alta, diante das incertezas trazidas pelo surto de coronavírus, o que também tem levado a maior saída de estrangeiros da Bolsa.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava ligeira alta de 0,16% aos 105.709,03 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 11,1 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em abril de 2020 apresentava avanço de 0,55% aos 106.055 pontos.

“O mercado tentou sustentar a alta, mas também falta dinheiro, podem ser investidores estrangeiros saindo de ações de bancos, que têm grande peso no índice. Mesmo o BC podendo baixar juros não está sendo suficiente”, disse o operador de renda variável da Commcor, Ari Santos.

Após oscilar e ensaiar queda, o dólar comercial acelerou os ganhos e renova máximas históricas intraday, agora acima de R$ 4,55, em meio à leitura de que o BC deverá cortar a taxa básica de juros (Selic) na reunião de política monetária nos dias 17 e 18.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 0,79%, sendo negociado a R$ 4,5490 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em abril de 2020 apresentava avanço de 0,71%, cotado a R$ 4,556.

“O comunicado do BC ontem ratificou a leitura do mercado doméstico de que o Copom [Comitê de Política Monetária] deve cortar a Selic no dia 18. A magnitude, se será corte de 0,25 ponto percentual ou de 0,50 seguindo o Fed [Federal Reserve, o banco central norte-americano], ainda é dúvida entre os investidores”, comenta o economista da Guide Investimentos, Victor Beyrutti.

O economista ressalta que, diante dessa perspectiva, o cenário segue “bastante” negativo para o dólar, uma vez que a pressão altista seguirá. “Enquanto o BC cortar juros, a gente seguirá com a moeda nas máximas. Cortar a taxa pode até amortecer os efeitos dos coronavírus, mas não vai resolver os impactos.

“O Copom deveria esperar mais um pouco para algum ajuste monetário em decorrência dos impactos do surto da doença, principalmente agora, após o Fed cortar os juros, o que na verdade, provocou mais pânico do que alívio nos mercados”, acrescenta Beyrutti.

Em meio à pressão do mercado doméstico para mais um corte da Selic, o que reflete em forte queda das taxas dos contratos futuros de juros (DIs), o economista aponta que seria mais eficaz para o dólar se o BC não cortar juros do que fazer operações seja de swap cambial tradicional – equivalente à venda de dólares no mercado futuro, seja venda das reservas cambiais  por meio de leilões.

Mais cedo, saíram os dados da criação de vagas de trabalho no setor privado norte-americano, divulgados pela ADP, no qual apontou novos 183 mil vagas em fevereiro, ante expectativa de 155 mil vagas. “Os números vieram um pouco acima, mostrando que não pegou muito efeito do coronavírus nos Estados Unidos. O que pode indicar um payroll um pouco forte ainda sem sentir os efeitos do avanço da doença”, destaca.

As taxas dos contratos futuros de juros seguem em forte queda, sustentando os níveis observados logo na abertura do pregão. Os investidores reagem ao comunicado do Banco Central ontem, no qual ajustou a comunicação sobre a condução da Selic, sinalizando novos cortes, e também aos números fracos da economia brasileira ao final de 2019.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 3,695%, de 3,85% após o ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2022 estava em 4,13%, de 4,25% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 4,74%, de 4,87% ao final da última sessão; e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 5,72%, de 5,84%, na mesma comparação.

Bancos centrais agem de maneira diferente frente a riscos, diz Georgieva

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São Paulo – Os bancos centrais estão em coordenação para conter os efeitos do surto do novo coronavírus na economia global, mas cada um deles tem uma maneira de agir para sustentar a expansão e cumprir suas metas, segundo a diretora gente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva.

“Os bancos centrais estão em coordenação e o importante é que, neste momento, o sistema financeiro global é sólido”, disse Georgieva em coletiva de imprensa. “O maior risco hoje está ligado ao crédito”, acrescentou.

Questionada sobre a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Georgieva não quis ser específica, mas disse que é importante ver as autoridades agirem para conter os efeitos do surto.

Ontem, o Fed realizou um corte de juros de emergência, passando a taxa da faixa de 1,50% a 1,75% ao ano para a faixa de 1,00% a 1,50% ao ano. A ação inesperada não era vista desde a crise de 2008. Na coletiva que seguiu a decisão, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que o novo coronavírus representa um risco para a atividade econômica norte-americana.

Hoje, seguindo o Fed, o banco central canadense também reduziu sua taxa básica em 0,50 ponto percentual, para 1,25%, citando riscos materiais do surto na economia do país e na economia global.

No final de 2019, a China relatou um surto de pneumonia na cidade chinesa de Wuhan, capital da província de Hubei, causada por uma nova variedade de coronavírus denominada SARS-CoV-2, enquanto a doença que causa foi chamada Covid-19.
Globalmente, o novo vírus já infectou mais de 94 mil pessoas em mais de 70 países e causou mais de 3.200 mortes, a esmagadora maioria na China.

FMI alerta que crescimento global ficará abaixo de 2019 por novo coronavírus

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São Paulo – O crescimento econômico global este ano cairá abaixo dos níveis de 2019 devido aos efeitos do surto do novo coronavírus, mas é difícil prever até que ponto e quanto tempo durará a desaceleração, disse a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva.

Em janeiro, o FMI projetou a expansão global de 2020 em 3,3%, uma aceleração em relação aos 2,9% de 2019. “Trabalhamos com vários cenários, que vão desde o controle do surto até o pior cenário. Até então, o surto estava restrito à China, mas essa situação mudou, então precisamos de tempo para rever nossas projeções”, disse Georgieva durante uma coletiva de imprensa.

Nesse cenário, Georgieva disse que a China deve sentir a maior parte do impacto econômico derivado do surto e a desaceleração do crescimento global dependerá da eficácia das ações políticas. “Os países que têm espaço fiscal, devem usá-lo neste momento para mitigar os efeitos do surto”, afirmou.

Na coletiva, Georgieva anunciou que o FMI desembolsará o mais rápido possível um montante equivalente a US$ 50 bilhões para países de baixa renda para que possam combater o novo coronavírus.

O presidente do Bando Mundial, David Malpass, que também participou da coletiva, afirmou que os países em desenvolvimento e as nações mais pobres sentirão o impacto da desaceleração global por conta do surto de uma maneira mais intensa.

No entanto, Malpass se mostrou otimista e disse que a ação coordenada de bancos centrais, de órgãos multilaterais como o FMI e o Banco Mundial e do G-7 (grupo composto por Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá) devem apoiar o investimento privado mesmo em um cenário de turbulência como o atual.

Ontem, o G-7 divulgou comunicado indicando que irão utilizar “todas as ferramentas apropriadas para alcançar um crescimento forte e sustentável e oferecer proteção contra riscos possíveis” em meio aos efeitos possíveis da epidemia do novo coronavírus na economia global.

Na segunda-feira, o FMI e o Banco Mundial colocaram seus instrumentos de financiamento e seu corpo técnico à disposição de países que precisarem de ajuda para combater o surto do novo coronavírus.

No final de 2019, a China relatou um surto de pneumonia na cidade chinesa de Wuhan, capital da província de Hubei, causada por uma nova variedade de coronavírus denominada SARS-CoV-2, enquanto a doença que causa foi chamada Covid-19.

Globalmente, o novo vírus já infectou mais de 94 mil pessoas em mais de 70 países e causou mais de 3.200 mortes, a esmagadora maioria na China

Setor privado dos EUA cria 183 mil vagas em fevereiro, segundo pesquisa ADP

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São Paulo – O setor privado dos Estados Unidos criou 183 mil vagas de trabalho em fevereiro, excluindo o setor rural, de acordo com relatório publicado pela Automatic Data Processing (ADP) e pela Macroeconomic Advisers.

Analistas esperavam a criação de 155 mil vagas. O número de vagas criadas em janeiro foi revisado para baixo, de 291 mil para 209 mil.

Os dados indicam que as pequenas empresas, que têm menos de 50 funcionários, abriram 24 mil vagas em fevereiro. As médias (de 50 a 499 empregados) geraram 26 mil vagas e as grandes, que contam com 500 trabalhadores ou mais, criaram 133 mil vagas.

Na divisão por setores, a indústria – que inclui manufatura, construção e mineração – abriu 11 mil postos de trabalho, enquanto o setor de serviços criou 172 mil. Entre os segmentos industriais, as manufaturas fecharam 4 mil vagas em fevereiro, as empresas de extração e mineração fecharam 3 mil postos de trabalho e o setor de construção abriu 18 mil posições.

“O mercado de trabalho permanece firme, pois as folhas de pagamento do setor privado continuaram a se expandir em fevereiro”, disse Ahu Yildirmaz, vice-presidente e codiretor do Instituto de Pesquisa ADP. “A criação de empregos permaneceu fortemente concentrada nas grandes empresas, que continuam sendo as mais fortes”, completou.

Mercado de petróleo voltará ao equilíbrio com ação agressiva da Opep+

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São Paulo – A atual preocupação do mercado de petróleo é com o efeito do novo coronavírus (Covid-19) sobre a demanda global por energia. Para responder aos sinais de excesso de oferta provocada pelo surto, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados – grupo conhecido como Opep+ – devem anunciar um corte adicional na produção de pelo menos 600 mil barris por dia (bpd) após reunião de dois dias que começa amanhã, segundo especialistas consultados pela Agência CMA, que apostam que a Rússia apoiará a iniciativa.

“Acreditamos que cortes mais profundos de 600 mil bpd no segundo trimestre de 2020 devem ser suficientes para manter o mercado amplamente equilibrado no momento”, disse o chefe de estratégias de commodities da ING, Warren Patterson.

Em janeiro deste ano entrou em vigor um acordo firmado entre a Opep e seus aliados, liderados pela Rússia, que retira um total de 2,1 milhões de bpd do mercado, em uma tentativa de equilibrar a oferta e a demanda e, consequentemente, apoiar os preços do petróleo.

O novo acordo foi resultado de uma reunião da Opep+ em dezembro de 2019. O grupo, no entanto, falhou em estender o limite de 2,1 milhões de bpd até o final de junho de 2020, o que ainda deixava um superávit de oferta para o segundo trimestre deste ano. Na ocasião, a Opep+ decidiu que revisaria a situação do mercado em reunião prevista para começar amanhã, antes de concordar com qualquer ação para o segundo trimestre. No entanto, o surto de Covoid-19 fez com que a ação da Opep+ se tornasse mais premente.

Por isso, no início de fevereiro, a situação atual do mercado voltou a ser discutida pelo comitê da Opep+. Os técnicos recomendaram então estender o acordo de corte de produção de petróleo até o final do ano, propondo reduções ainda maiores, pelo menos até o segundo trimestre. Na ocasião, a Arábia Saudita havia pressionado por uma redução de pelo menos 600 mil bpd, proposta rejeitada pela Rússia.

Para o estrategista de commodities do Rabobank, Ryan Fitzmaurice, existe uma alta probabilidade – de 70% a 80% – de que a Opep+ anuncie cortes adicionais no encontro de quinta e sexta-feira, a fim de atender às preocupações de demanda relacionadas ao Covid-19.

“A recente e acentuada liquidação nos preços do petróleo apenas aumenta a probabilidade de o grupo avançar com a ação recomendada ou correr o risco de uma queda adicional nos preços”, afirmou Fitzmaurice.

Na última semana, o preço do petróleo WTI acumulou uma baixa de 16,15%, configurando a maior queda semanal desde dezembro de 2008. Considerando o mês de fevereiro, a baixa foi de 13,19%. Já o Brent – usado de referência no mercado internacional -, acumulou perda de 13,64% na semana passada e queda mensal de 13,14%.

“A pressão renovada que estamos vendo sobre os preços deve ser suficiente para enviar um sinal para a Opep+ de que precisam agir nesta reunião. Não fazer isso significaria apenas uma desvantagem adicional à queda dos preços”, disse Patterson, da ING. “Acredito que o mercado ficará desapontado com qualquer coisa que não atenda à recomendação do comitê técnico”, acrescentou ele, fazendo referência ao corte de 600 mil bpd.

A BARREIRA RUSSA

O surto do novo coronavírus causou um choque entre a Opep, liderada pela Arábia Saudita, e a Rússia. Os dois lados colaboram desde 2016 em uma tentativa coordenada de equilibrar o suprimento global de petróleo. Além de ter rejeitado a antecipação da reunião de março para fevereiro, Moscou pediu um prazo maior para avaliar a necessidade de um corte extra na produção em resposta aos efeitos do Covid-19 sobre o mercado de energia.

Para os especialistas consultados pela Agência CMA, a diferença entre sauditas e russos poderá enfraquecer ainda mais a capacidade do cartel de influenciar os preços do petróleo.
“Embora inicialmente sinalize alguma resistência, fontes das principais empresas de petróleo da Rússia indicaram que faria sentido aprofundar os cortes – embora sem qualquer indicação de qual nível seria satisfatório”, disse o estrategista global e economista chefe da ADM Investor Services International, Marc Ostwald.

Na última quinta-feira, o ministro da Energia da Rússia, Alexander Novak, disse que seu país quer continuar com a cooperação bilateral e multilateral com a Arábia Saudita e que nunca teve divergências com o reino sobre a redução da produção dentro do acordo da Opep+.

A declaração foi uma resposta às notícias da semana passada indicando que os sauditas estariam considerando romper a aliança de quatro anos na produção de petróleo com a Rússia em função da resistência de Moscou em se juntar ao novo plano de limite de produção.

Em uma reunião de emergência no início de fevereiro, a Rússia rejeitou a tentativa da Arábia Saudita de aumentar os atuais cortes de produção da aliança em 600 mil bpd.

“A Rússia tem demorado a adotar os cortes de oferta sugeridos até o momento, no entanto, esperamos que eles venham à mesa de negociação neste encontro”, afirmou Fitzmaurice, do Rabobank, acrescentando que a produção de petróleo russa tem sido instável, oscilando apenas 250 mil bpd abaixo do recorde de 11,5 milhões de bpd.

“Dada essa dinâmica, a Rússia tem condições de participar de qualquer aumento dos cortes de produção sem precisar ceder muita participação de mercado. Por esse motivo, não esperamos que a Rússia seja um obstáculo neste encontro”, acrescentou Fitzmaurice.

OS SAUDITAS QUEREM MAIS

Em meio aos sinais de tensão com Moscou, a Arábia Saudita prepara uma proposta de corte adicional da produção ainda mais arrojada do que o comitê técnico da Opep sugeriu no mês passado, da ordem de 600 mil bpd.

A Arábia Saudita pretende propor um corte adicional de 1 milhão de bpd neste encontro da Opep+, já que as preocupações com o novo coronavírus continuam a minar as previsões de demanda de petróleo.

Neste cenário, Riade está pronta para assumir a maior parte dos novos cortes, enquanto as reduções restantes seriam distribuídas entre o Kuwait, os Emirados Árabes Unidos e a Rússia.

“A proposta saudita parece ser de 1 milhão de bpd. Embora não seja suficiente para equilibrar o mercado, e considerando que, em janeiro, o nível de adesão da Opep aos limites de produção atuais foi de 134% – ou seja, acima do que o que foi acordado -, a questão é se isso será suficiente, uma vez que existem algumas estimativas que sugerem que a queda na demanda de petróleo da China pode chegar a 3,0 milhões de barris no primeiro e segundo trimestres de 2020”, afirmou Ostwald, da AMD.

Os especialistas ouvidos pela Agência CMA apontam que o fiel dessa balança é a Líbia, cuja produção caiu de uma média de 1,14 milhão de bpd em dezembro de 2019 para 120 mil bpd atualmente, em função da instabilidade política do país e de conflitos com milícias que levaram à paralisação de campos de petróleo.

“Há incertezas sobre quando o fornecimento da Líbia voltará ao normal. Se a produção no país voltar ao normal rapidamente, provavelmente precisaremos de cortes mais próximos de 1 milhão de bpd pelos quais a Arábia Saudita está pressionando”, disse Patterson, da ING.

Cálculos da ADM mostram que a produção de petróleo da Líbia deve cair para menos de 100 mil bpd em fevereiro. “Se um cessar-fogo obtiver alguma tração na Líbia, e a produção for restaurada para o nível de janeiro, ou para 1,0 milhão de bpd vistos em grande parte de 2019, isso terá que ser levado em consideração pela Opep+, embora essa situação seja difícil de monitorar no momento”, disse Ostwald.

DEMANDA E PREÇOS

O surto do novo coronavírus tem um forte impacto em curto prazo na economia global e no crescimento da China, resultando em previsões abrangentes de perda de demanda de petróleo.

A Opep, por exemplo, espera perda de demanda de, em média, 200 mil bpd em 2020 como resultado do vírus, enquanto a British Petroleum estima perdas de demanda de até 500 mil bpd. Já a ING prevê uma desaceleração da demanda em torno de 400 mil bpd ao longo do ano, fazendo com que o aumento da demanda em 2020 some 800 mil bpd.

“Essa é uma estimativa muito difícil de calcular, já que depende, por exemplo, se mais países irão restringir o movimento aéreo e/ou rodoviário em seus esforços para conter o surto e, em segundo lugar, por quanto tempo esses bloqueios continuarão”, afirmou Ostwald, da ADM.

O outro ponto apontado pelo estrategista global e economista chefe da ADM é que, quando a China estiver em condições de recuperar sua economia, haverá um aumento na demanda. “A medida que essa recuperação for acontecendo, podemos acompanhar o surgimento de alguns gargalos”, acrescentou.

Diante dessas variáveis, a ADM projeta que os preços do WTI se estabeleçam na faixa entre US$ 40 e US$ 50 o barril no primeiro semestre do ano, enquanto o Brent – referência no mercado internacional – flutue entre US$ 43 e US$ 53 o barril no mesmo período.
“Tudo depende muito de quão prolongado e extenso o surto e os esforços para contê-lo serão”, concluiu Ostwald.

As estimativas do Rabobank são um pouco mais otimistas. O banco holandês espera que o WTI fique, em média, em US$ 60,50 o barril nos primeiros seis meses do ano, enquanto o Brent deve ser cotado, em média, em US$ 65 o barril nesse período.

“Embora esperemos que o consumo de petróleo se recupere acentuadamente à medida que a situação se estabilize, reduzimos nossas previsões de preços como resultado da natureza imprevisível do surto”, disse Fitzmaurice.

Ele lembra que o Rabobank espera uma interrupção prolongada do fornecimento de 600 mil bpd na Líbia este ano, o que compensaria amplamente as perdas de demanda esperadas pelo novo coronavírus.

Demanda por voos domésticos sobe 2,1% em jan, aponta Anac

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São Paulo – A demanda doméstica por voos aumentou 2,1% em janeiro na comparação com o mesmo mês do ano anterior, para 9,806 milhões de passageiros por quilômetros transportados (RPK) – número de passageiros pagantes multiplicados pela distância de cada voo. A informação é da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

A oferta total, por sua vez, aumentou 0,4% e somou 11,479 milhões de assentos-quilômetro oferecidos (ASK) – número de poltronas disponíveis multiplicado pela distância de cada voo – na mesma base de comparação. A taxa de ocupação subiu 1,7 pontos porcentuais (pp) em janeiro, para 85,4%.

No mercado internacional, a demanda caiu 10,2% no mês passado quando comparado ao mesmo período de 2019, para 3,9 milhões de passageiros, enquanto a oferta retraiu 11% e somou 4,6 milhões. No período, a taxa de ocupação subiu 0,9% para 85,1%.

Em relação aos passageiros, o mercado doméstico transportou 9,2 milhões, alta de 3,7% na comparação anual. O mercado internacional, por sua vez, transportou 852,3 mil passageiros, queda de 11,8% na base anual.

Em janeiro, a participação das companhias aéreas no mercado doméstico tinha como líder a Gol, com 38,6%, seguida pela Latam com 36,4% e a Azul, com 24,6%. No âmbito internacional, a Latam registrava participação de 64,5%, a Azul tinha 21,4% e a Gol detinha 14,1%.

Crescimento da economia desacelera em 2019, a 1,1%

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São Paulo – A economia brasileira cresceu pelo terceiro trimestre consecutivo entre outubro e dezembro de 2019, em +0,5% em relação ao período imediatamente anterior, quando avançou 0,6% frente ao segundo trimestre do ano passado, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou em linha com a mediana projetada pelo Termômetro CMA, de +0,5%.

Já em relação ao quarto trimestre de 2018, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro registrou o décimo segundo resultado positivo seguido ao final do ano passado, de +1,7%. O resultado na comparação anual ficou levemente acima da mediana projetada pelo Termômetro CMA, de +1,6%.

Com isso, a economia do país cresceu 1,1% em 2019, desacelerando-se em relação à expansão de 1,3% registrada em 2018 e 2017. Em valores, o PIB do Brasil somou R$ 7,257 trilhões no acumulado do ano passado, sendo R$ 1,893 trilhão apenas no quarto trimestre.

Entre os componente do PIB, na ótica da oferta, o setor agrícola interrompeu dois trimestres seguidos de alta e caiu 0,4% entre outubro e dezembro de 2019 em relação aos três meses anteriores, mas avançou avançou pelo sétimo trimestre seguido ante igual período de 2018, em +0,4%. O PIB do agronegócio somou R$ 60 bilhões no quarto trimestre do ano passado, acumulando alta de 1,3% em 2019 (R$ 322 bilhões).

Já o PIB da indústria subiu pelo terceiro trimestre seguido, nas duas bases de comparação, em +0,2% no confronto trimestral e em +1,5% em relação ao mesmo período de 2018. O PIB industrial somou R$ 331,7 bilhões no quarto trimestre do ano passado, acumulando alta de 0,5% em 2019 (R$ 1,301 trilhão).

Ainda do lado da oferta, o PIB de serviços registrou o quarto trimestre consecutivo de alta e subiu 0,6%, em base trimestral. Na comparação anual, o PIB do setor teve alta de 1,6%, no décimo primeiro resultado positivo. O PIB de serviços somou R$ 1,223 trilhão no quarto trimestre do ano passado, acumulando alta de 1,3% em 2019 (R$ 4,590 trilhões).

Já pela ótica da demanda, o consumo das famílias subiu 0,5% no quarto trimestre de 2019, no sexto trimestre seguido de resultado positivo. Em relação ao mesmo período de 2018, o consumo das famílias teve alta de 2,1%, no décimo primeiro resultado positivo seguido. No quarto trimestre do ano passado, o consumo das famílias somou R$ 1,239 trilhão, acumulando alta de 1,8% em 2019 (R$ 4,712 trilhões).

Ainda nessa ótica, o consumo do governo interrompeu dois trimestres seguidos de queda, nas duas bases de comparação, e subiu 0,4% ante o trimestre anterior e +0,3% em relação ao mesmo período de 2018. Os gastos do governo somaram R$ 423,4 bilhões de outubro a dezembro de 2019, acumulando queda de 0,4% em todo o ano passado (R$ 1,472 trilhão).

Por fim, a formação bruta de capital fixo (FBCF) no país interrompeu dois trimestres seguidos de alta e caiu 3,3% no quarto trimestre de 2019 em relação ao período anterior. Trata-se da maior queda trimestral desde o terceiro trimestre de 2016. Já na comparação com igual período de 2018 houve leve baixa de de 0,4%, após oito trimestres seguidos de resultados positivos.

Essa parcela do PIB, que se refere aos investimentos produtivos, somou R$ 280,6 bilhões no quarto trimestre do ano passado, acumulando alta de 2,2% em 2019 (R$ 1,114 trilhão).

Número de mortes pelo coronavírus soma 2,9 mil na China

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São Paulo – O número de mortes na China desde ontem causadas por infecção pelo novo coronavírus subiu em 38, para 2,981 mil, de acordo com a Comissão Nacional de Saúde. Ao todo, 80,270 mil casos foram confirmados em 31 províncias chinesas, sendo que há 520 casos suspeitos.

Segundo as autoridades, 38 das novas mortes relatadas ocorreram na província de Hubei, onde fica a cidade de Wuhan, epicentro do surto de coronavírus. Apenas em Wuhan foram confirmadas 31 novas mortes.

Além disso, entre os 119 novos casos confirmados na China, 115 ocorreram em Hubei. Ao todo, 67,332 mil pessoas testaram positivo para o vírus na província. Do total, 49,540 mil pacientes estão na capital Wuhan.

Também foram adicionados 143 casos suspeitos no país. Os casos suspeitos em Hubei somam 340, sendo 234 na capital. Ao mesmo tempo, 2,652 mil novos pacientes foram curados e receberam alta na China, levando o total de curadas para 49,856 mil, sendo 38,556 mil em Hubei.

Nas regiões administrativas especiais da China, foram confirmados um total de 152 casos, sendo 100 deles em Hong Kong, com duas mortes e 37 pacientes dispensados; dez em Macau, onde nove pacientes receberam alta; e 42 em Taiwan, onde houve uma morte e 12 pacientes foram liberados do hospital.

Bolsonaro nega negociação sobre orçamento, mas cede ao Congresso

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São Paulo – O presidente Jair Bolsonaro negou ter negociado com o Congresso a distribuição das verbas representadas por emendas parlamentares que passariam a ser de execução obrigatória neste ano, mas cedeu a algumas demandas dos congressistas para conseguir manter um controle maior sobre a execução do orçamento.

No ano passado, o Congresso inseriu na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) dispositivos que obrigavam a execução de emendas feitas por comissões permanentes da Câmara dos Deputados, do Senado e do Congresso e pelo relator da peça orçamentária. Elas representavam uma verba de aproximadamente R$ 30 bilhões – ou cerca de um terço do dinheiro que o governo teria neste ano para gastar livremente.

Os dispositivos previam que a programação das emendas deveria ser feita de acordo com as indicações de beneficiários e respeitando a ordem de prioridades feitas pelas comissões e pelo relator do orçamento. Além disso, determinava que o Executivo teria 90 dias para fazer o empenho dos valores e punição caso a regra fosse descumprida.

Bolsonaro vetou estes trechos da legislação, e isto voltou a elevar a tensão entre o Congresso e o Executivo. No início de fevereiro, o presidente do Senado e do Congresso, Davi Alcolumbre (DEM-AP), chegou a dizer que o veto do presidente seria derrubado, mas a votação foi adiada algumas vezes para que fosse possível chegar a um acordo.

Ontem, este acordo foi selado e o veto de Bolsonaro deve ser mantido, mas o Executivo teve de fazer concessões.

Bolsonaro negou publicamente ter cedido aos congressistas. “Não houve qualquer negociação em cima dos 30 bilhões. A proposta orçamentária original do Governo foi 100% mantida. Com a manutenção dos vetos está garantida a autonomia orçamentária do Executivo. O PL encaminhado hoje preserva a programação original formulada pelo Governo”, disse ele no Twitter.

No entanto, o Executivo enviou três projetos de lei ao Congresso que, na prática, restringem um pouco mais o controle do Planalto sobre a execução das despesas.

O primeiro projeto de lei (PL 2/2020) atualiza os valores da meta fiscal, conforme havia sido anunciado no final de fevereiro pelo Tesouro Nacional. Sob a proposta, a meta de déficit primário do setor público consolidado neste ano deve passar de R$ 118,9 bilhões para R$ 127,9 bilhões.

A meta para o Governo Central – Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central – continua sendo déficit primário de R$ 124,1 bilhões. As empresas estatais poderão ter déficit de R$ 3,8 bilhões neste ano, como originalmente previsto. A meta fiscal de estados e municípios, porém, que era de superávit primário de R$ 9 bilhões, foi zerada.

A mudança, segundo o governo, ocorre por causa da repartição de R$ 11,73 bilhões dos recursos do excedente da cessão onerosa para estados e municípios, que só ocorreu em 31 de dezembro do ano passado. Como os governos locais não tiveram tempo de gastar o dinheiro em 2019, a execução das despesas em 2020 resultaria no descumprimento da meta original da LDO.

O projeto de lei também traz diversos acréscimos à LDO, sendo o principal deles o que remove a obrigação de o Planalto executar emendas feitas por comissões permanentes da Câmara dos Deputados, do Senado e do Congresso e pelo relator da peça orçamentária, mas passa a obrigar o governo a pedir autorização formal dos autores dessas emendas para remanejar os recursos.

Outro projeto (PL 4) determina que, quando as verbas previstas nas emendas de comissões e do relator do orçamento representarem acréscimo de valor em relação à programação orçamentária do Poder Executivo, o Planalto deverá seguir as indicações de beneficiários e de prioridades determinada pelos autores da emenda, mas apenas para o montante que foi acrescido à programação orçamentária pelas verbas dos congressistas.

Um terceiro projeto de lei (PL 3/2020) transforma R$ 9,599 bilhões que estavam previstos no orçamento como emendas do relator em gastos discricionários, e remaneja R$ 6,670 bilhões no Ministério da Saúde para atender ao Amapá, estado do presidente do Senado.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou na justificativa do PL que a alteração na identificação dos R$ 9,599 bilhões tem como objetivo viabilizar a execução de despesas gerais e evitar “a paralisação de ações contínuas dos Órgãos e entidades” do governo.

Ele também disse que a verba destinada ao Ministério da Saúde é para o atendimento da demanda por procedimentos cirúrgicos no estado do Amapá e foi solicitada por Alcolumbre.

A expectativa é de que o Congresso retome a votação dos vetos hoje, às 14h (de Brasília).

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