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Vacina contra o novo coronavírus deve passar por testes clínicos em 6 semanas, diz Pence

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São Paulo – O governo norte-americano está em coordenação com empresas do país no desenvolvimento de vacinas e medicamentos contra o novo coronavírus e os testes clínicos devem começar em seis semanas, segundo o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence.

“O presidente [Donald] Trump se reuniu com muitas empresas do setor farmacêutico que apresentaram avanços sobre vacinas e medicamentos contra o novo coronavírus. Acredito que em meados deste ano já teremos algo eficiente para vencer a doença”, afirmou.

Falando em uma coletiva na Casa Branca, Pence fez um novo balanço sobre o surto nos Estados Unidos. Segundo ele, existem hoje 43 casos da doença no país e seis mortes.
“Infelizmente, o número de mortos subiu de cinco para seis, mas o risco para a população norte-americana permanece baixo”, disse.

Casos do novo coronavírus passam de 8 mil em 61 países, diz OMS

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São Paulo – O número de mortes provocadas pelo novo coronavírus fora da China soma 127 e os casos já chegam a 8.739 casos em 61 países, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Nas últimas 24 horas foram quase nove vezes mais casos reportados fora de território chinês do que dentro dele, segundo o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Segundo Ghebreyesus, as epidemias localizadas na Coreia do Sul, Itália, Irã e Japão são, no momento, os motivos de maior preocupação. “Uma equipe da OMS foi a território iraniano para entregar suprimentos necessários e dar suporte ao governo no controle da doença”, disse ele.

“Dos 8739 casos relatados fora da China, 81% são de quatro países”, disse ele. De acordo com Ghebreyesus, dos outros 57 países afetados, 38 relataram 10 casos ou menos, 19 relataram apenas um caso e um bom número de países já havia contido o vírus e não relatou mais casos nas últimas duas semanas.

Ghebreyesus destacou que na Coreia do Sul já são mais de 4.200 infectados e 33 mortes, representando mais da metade dos casos fora da China no mundo. “No entanto, os casos na República da Coreia parecem vir principalmente de casos suspeitos dos 5 grupos conhecidos, e não da comunidade. Isso é importante porque indica que as medidas de vigilância estão funcionando e a epidemia da Coréia ainda pode ser contida”, disse.

O diretor-geral também disse que “se a evidência sugerir, a OMS não irá hesitar em chamar isso de pandemia”, mas que, aparentemente, esse ainda não era o caso.

Segundo ele, a OMS vem orientando os países a lidarem com três cenários: o primeiro caso, o primeiro conjunto de casos e a primeira transmissão dentro de comunidade. “As ações básicas são as mesmas, porém sua intensidade muda de acordo com cada alternativa”, disse ele.

BCE está pronto para adotar medidas apropriadas caso necessário, diz Lagarde

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São Paulo – O Banco Central Europeu (BCE) está pronto para agir caso o surto do novo coronavírus prejudique a economia da eurozona ou o compromisso com a estabilidade de preços, disse a presidente da autoridade monetária, Christine Lagarde, em um curto comunicado publicado na página da instituição.

Na nota, Lagarde reconhece o potencial negativo que a epidemia tem sobre a economia, a inflação e para os mercados financeiros.

“O surto do novo coronavírus é uma situação de rápido desenvolvimento, que cria riscos para as perspectivas econômicas e o funcionamento dos mercados financeiros. O BCE está monitorando de perto os desenvolvimentos e suas implicações para a economia, a inflação de médio prazo e a transmissão de nossa política monetária. Estamos prontos para tomar as medidas apropriadas e direcionadas, conforme necessário e proporcionais aos riscos subjacentes”, afirmou.

Em janeiro, o BCE manteve a taxa básica de juros em zero, a taxa de depósitos em -0,5% ao ano e a taxa da linha mantida com bancos comerciais para concessão de liquidez de curto prazo em 0,25% ao ano. A próxima reunião de política monetária do BCE acontece no dia 12.

Bolsa e dólar sobem em dia volátil e com possível apoio dos BCs

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São Paulo – Após um dia de forte volatilidade, o Ibovespa voltou a acelerar ganhos no fim do pregão seguindo o movimento das Bolsas norte-americanas, e subiu pelo segundo dia seguido, com alta de 2,35%, aos 106.625,41 pontos. A expectativa de que bancos centrais mundiais ajam de forma coordenada para minimizar impactos negativos do novo coronavírus na economia e a possível criação de uma vacina de forma mais rápida ajudaram o índice a subir.

Na máxima do dia, o índice chegou aos 107.220,02 pontos, chegando a avançar quase 3%, já a mínima foi de 103.779,26 pontos perto da abertura, com o Ibovespa chegando a operar em queda. O volume total negociado hoje foi de R$ 32,4 bilhões.

“A notícia de que os ministros do G7 irão conversar por telefone ajudou. O mercado está precificando um movimento de ação coordenada por parte de bancos centrais mundiais”, disse o diretor de investimentos da SRM Asset, Vicente Matheus Zuffo.

Os ministros das Finanças do G-7 (grupo composto por Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá) manterão uma conversa por telefone nesta semana para coordenar sua resposta ao surto. Enquanto isso, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial afirmaram, por meio de comunicado, que colocaram seus instrumentos de financiamento e seu corpo técnico à disposição de países que precisarem de ajuda para combater a disseminação do vírus.

Na semana passada, o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) já havia sinalizado que pode agir, o que faz investidores precificarem uma queda de juros. Além disso, hoje, o banco central do Japão também deu indicações de estímulos.

Com isso, o dia foi de alívio nas principais Bolsas no exterior, com destaque para a aceleração dos índices nos Estados Unidos no fim do dia, com o Dow Jones subindo 5,09%. Segundo um operador de renda variável, a afirmação do presidente norte-americano, Donald Trump, de que o governo está discutindo como pode acelerar a criação de uma vacina contra o vírus também ajudou no movimento.

Entre as ações, diversos papéis mostraram recuperação, caso das ações da Vale (VALE3 4,82%) e da CSN (CSAN3 10,01%), que ficaram entre as maiores altas do índice e refletiram a forte valorização dos preços do minério de ferro. Já a maior alta foi das ações da Hypera (HYPE3 19,27%), que atingiram sua máxima histórica reagindo o acordo com a Takeda Pharmaceutical International para aquisição de 18 medicamentos na América Latina pelo preço de US$ 825 milhões.

Na contramão, as maiores quedas foram da CVC (CVCB3 -10,61%), do IRB Brasil (IRBR3 -7,66%) e da Yduqs (YDUQ3 -3,41%). Os papéis da CVC reagiram a possíveis erros contábeis detectados pela empresa.

Apesar do otimismo visto com a possível ação de bancos centrais, alguns analistas afirmam que embora elas possam trazer alívio no curto prazo, há dúvidas se evitará uma recessão em algumas economias. Além disso, a previsão é que a volatilidade continue nos mercados. “A volatilidade está grande e vai seguir assim. Parte do mercado ainda acredita que o coronavírus vai ser mais complicado e ele vai continuar sendo o grande determinador dos movimentos”, disse o economista-chefe do banco digital Modalmais, Alvaro Bandeira.

Bandeira ainda lembra que, além do coronavírus, entrarão no radar de investidores as eleições presidenciais norte-americanas, com uma série de prévias previstas para ocorrer amanhã, apontando os possíveis candidatos.

O dólar comercial fechou em alta de 0,13% no mercado à vista, cotado a R$ 4,4900 para venda, renovando a máxima histórica de fechamento pelo oitavo pregão seguido e engatou a nona alta seguida. Em sessão volátil, depois de oscilar próximo à estabilidade sem rumo único na segunda parte dos negócios, a moeda acelerou os ganhos na reta final dos negócios.

O gerente de mesa de câmbio da Correparti, Guilherme Esquelbek, destaca que as sinalizações de estímulos de autoridades monetárias como o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e o Banco do Japão (BoJ), na tentativa de minimizar os possíveis efeitos negativos do coronavírus, animaram os mercados.

“Aqui, saída de investidores estrangeiros com o enfraquecimento das moedas [de países] emergentes, como o peso chileno e mexicano levaram o dólar a atingir novamente o patamar de R$ 4,50”, comenta o gerente da Correparti.

A leitura de que o Banco Central (BC) brasileiro pode seguir a tendência dos bancos centrais e cortar a taxa básica de juros (Selic) a 4,00% na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) entre os dias 17 e 18, sustentou o dólar em alta.

“Se a Selic cair mais [hoje em 4,25% ao ano], o dólar vai a R$ 5,00. Quanto menor os juros, mais alto o dólar perante a nossa moeda. E não vai adiantar o Fed cortar juros. Agora, se o banco central dos Estados Unidos cortar e a Selic seguir no atual nível, aí poderemos ver um respiro da moeda”, avalia o economista da Guide Investimentos, Alejandro Ortiz.

Amanhã, com a agenda de indicadores menos forte, a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, ressalta que os mercados deverão ficar “vulneráveis” ao noticiário relacionado ao coronavírus, que atinge até o momento, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 61 países e acumula mortes na Ásia, Estados Unidos, Europa e Oriente Médio.

Sinal de alerta da economia chinesa impulsiona ação conjunta de bancos centrais

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São Paulo – Os dados econômicos mais fracos da China em reflexo ao surto do novo coronavírus que paralisou o país alimentam a expectativa de que os bancos centrais ao redor do mundo possam agir de maneira coordenada para fornecer alguma acomodação e evitar uma desaceleração mais brusca da economia global.

“O fim de semana falhou em trazer qualquer resposta coordenada das autoridades fiscais ou monetárias que muitos esperavam. Mas a comunicação de muitos bancos centrais globais não descarta que estamos nos aproximando dessa resposta”, disse o diretor executivo e chefe de estratégia de juros da América do Norte, Ian Pollick.

O mais recente sinal nessa direção veio do Japão, depois que o presidente do banco central do país, o BOJ, Haruhiko Kuruda, disse que a autoridade monetária vai agir para garantir liquidez e assegurar a estabilidade do mercado.

O BOJ tem reunião marcada para os próximos dias 18 e 19. Em janeiro, a autoridade monetária manteve a taxa de depósitos em -0,1% e a meta para juros de 10 anos em zero.

Na sexta-feira, em um comunicado inesperado, o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, apontou o surto do novo coronavírus como um risco às perspectivas e disse que o banco central norte-americano estava pronto para usar todas as ferramentas de maneira adequada para apoiar a economia atingir o mandato duplo de estabilidade de preços e pleno emprego.

O Fed tem reunião de política monetária marcada para os próximos dias 17 e 18. O banco central norte-americano cortou a taxa básica três vezes ano passado, para a faixa atual de 1,50% a 1,75% ano.

“Até o momento, os bancos centrais fora da China têm se intimidado em se tornar proativos. Fundamentalmente, a política monetária é um instrumento inadequado para reagir a choques econômicos como o Covid-19. No entanto, uma instabilidade financeira séria ou severas correções de mercado ainda podem trazer os bancos centrais globais de volta à ação”, afirmou o chefe de pesquisa para Ásia e economista chefe para Ásia-Pacífico do Société Générale, Klaus Baader.

Uma autoridade sênior do Banco Central Europeu (BCE) também disse à imprensa local que a autoridade monetária poderia levar suas taxas de juros para um território ainda mais negativo e iniciar novas compras de títulos para apoiar a economia da zona do euro. O vice-presidente do BCE, Luis de Guindos, alertou que o surto pode prejudicar as exportações, as cadeias de suprimentos e a demanda por serviços.

Em janeiro, o BCE manteve a taxa básica de juros em zero, a taxa de depósitos em -0,5% ao ano e a taxa da linha mantida com bancos comerciais para concessão de liquidez de curto prazo em 0,25% ao ano. A próxima reunião de política monetária do BCE acontece no dia 12.

Da mesma forma, o Banco da Inglaterra disse que garantirá que todas as medidas necessárias sejam tomadas para proteger a estabilidade financeira e monetária, enquanto trabalha em estreita colaboração com o Tesouro do Reino Unido e os parceiros globais.

“Esta é uma linguagem muito semelhante à que foi empregada após o choque do Brexit, quando o BoE posteriormente afrouxou a política monetária”, afirmou o vice-presidente da Scotiabank Economics, Derek Holt, referindo-se ao processo de saída do Reino Unido da União Europeia.

A próxima reunião de política monetária do Banco da Inglaterra está marcada para o dia 26 deste mês. No final de janeiro, o Banco da Inglaterra manteve a taxa básica de juro do Reino Unido em 0,75% ao ano.

Mesmo diante desse cenário, o analista chefe de mercado da CMC Markets, Michael Hewson, é cético quanto ao uso do corte de juros para mitigar o efeito do novo coronavírus sobre as economias.

“Precisamos encarar a possibilidade de que simples cortes de juros possam ser o equivalente político de usar uma mangueira de jardim para apagar um incêndio leve, o que pode amortecê-lo por um tempo, mas pouco faria para resolver o problema”, disse.

Ele sugere uma benevolência maior dos bancos centrais em termos de condições de crédito à medida que os problemas de fluxo de caixa começarem a se acumular para as empresas em dificuldade.

O BANCO DO POVO

Antecipando-se aos problemas que o surto do novo coronavírus poderia provocar na economia chinesa, o Banco do Povo da China (Pboc, o banco central do país) agiu em janeiro, reduzindo sua taxa de compulsório bancário para todos os bancos em 0,5 ponto percentual (pp), injetando mais de 800 bilhões de iuanes (US$ 114,9 bilhões) no sistema financeiro.

Com isso, a taxa de compulsório bancário oficial para a maioria dos grandes bancos caiu de 13,0% para 12,5% após a entrada do corte em vigor, enquanto a alíquota para bancos menores recuou de 11% para 10,5%.

“Como de costume, o PBoC afirmou que a mudança foi uma tentativa cautelosa de apoiar a economia real”, disse a economista do Société Générale, Wei Yao.

“No entanto, acreditamos que fornecer liquidez por meio de reduções na taxa de compulsório não é suficiente, e o banco central provavelmente precisará de operações adicionais de mercado aberto nas próximas semanas”, acrescentou.

COORDENAÇÃO MULTILATERAL

Além de uma ação coordenada dos bancos centrais ao redor do mundo, os organismos multilaterais internacionais também já sinalizaram que estão prontos para agir e conter o choque o surto na economia global.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial colocaram hoje seus instrumentos de financiamento e seu corpo técnico à disposição de países que precisarem de ajuda para combater o surto do coronavírus, de acordo com comunicado conjunto divulgado pelas instituições.

O G-7 (grupo composto por Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá) também anunciou hoje que manterá uma conversa por telefone nesta semana para coordenar sua resposta ao surto do novo coronavírus, em seus esforços para limitar o impacto econômico da epidemia, segundo o ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire.

Le Maire disse ontem que conversou com o secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin, por telefone, que atualmente é presidente do G-7, e que ele falaria esta semana com a presidente do BCE, Christine Lagarde.

A PROVA DO CHOQUE

Uma série de indicadores divulgados desde a noite de sexta-feira na China mostrou o potencial que o surto do novo coronavírus tem sobre a economia do país e, consequentemente, a economia global.

O índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) sobre a atividade do setor industrial da China divulgado no final de semana caiu a 35,7 pontos em fevereiro, a menor leitura desde o início da série histórica, em janeiro de 2005, segundo dados divulgados pelo governo chinês. Da mesma forma, o PMI industrial da China medido pelo instituto IHS Markit e pela Caixin caiu a 40,3 pontos em fevereiro – o menor nível desde o início da série histórica, em 2004.

Já o índice que acompanha os planos de compras no setor de serviços da China caiu para uma mínima recorde de 29,6 pontos no mês passado – bem abaixo da marca de 50 que separa expansão da contração – sugerindo fraqueza na construção, transporte, restaurantes e turismo.

“[O potencial do surto] pode ser confirmado pelos dados mais recentes do PMI da China de fevereiro, referentes ao setor industrial e de serviços que, para todos os efeitos, só podem ser descritos como péssimos”, afirmou Hewson, da CMC.

“Com muitas fábricas chinesas ainda paralisadas, março pode ter uma melhora, mas é improvável que seja particularmente dinâmico”, acrescentou.

Para evitar que o surto de espalhasse, autoridades chinesas isolaram várias cidades, suspenderam aulas e a circulação do transporte público. Muitas empresas suspenderam suas atividades e mantiveram seus funcionários em casa.

MERCADO AGORA: Veja um resumo dos negócios até o momento

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São Paulo – Após oscilar entre altas e baixas, o Ibovespa acelerou ganhos e chegou a subir mais de 1% com a abertura positiva das Bolsas norte-americanas e investidores apostando que bancos centrais mundiais devem agir para estimular economias diante no surto do novo coronavírus. Entretanto, a volatilidade segue elevada nos mercados.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 1,96% aos 106.213,82 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 12,5 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em abril de 2020 apresentava avanço de 1,57% aos 106.610 pontos.

Para o estrategista-chefe da Levante Investimentos, Rafael Bevilacqua, o dia tinha tudo para ser catastrófico diante da retração mostrada por indicadores da economia chinesa no final de semana. “No entanto, as ações subiram na Ásia devido a expectativas de que os principais bancos centrais devem reduzir os juros e anunciar medidas de estímulo econômico”, disse.

Porém, para Bevilacqua, nos próximos dias o mercado deve apresentar “muita volatilidade”, com a pressão de alta devido à expectativa de ação dos bancos centrais se contrapondo às eventuais notícias negativas sobre a expansão do coronavírus e sobre o impacto dessa expansão na economia. Na cena doméstica, espera-se uma sinalização mais forte do Banco Central (BC).

Hoje, o presidente do Banco do Japão (BoJ) afirmou que a instituição promoverá ampla liquidez nos mercados. Já na Europa, o Eurogrupo fará uma reunião esta semana para discutir medidas de apoio aos países mais atingidos pelo coronavírus e, na semana passada, o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) já tinha sinalizado que pode agir, se necessário.

No Brasil, foi confirmado o segundo caso do vírus, é um homem de 32 anos que mora em São Paulo (SP), funcionário da XP Investimentos. Ele foi atendido no Hospital Israelita Albert Einstein na sexta-feira (28) depois que chegou de Milão, na Itália, na última quinta-feira.

O dólar comercial operou a manhã em alta, mas passou a subir no início da tarde. No momento da alta, a moeda vinha acompanhando os desdobramentos do avanço do coronavírus enquanto a discussão de que Bancos Centrais deverão anunciar novos estímulos toma corpo entre os mercados, o que inclui o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e o Banco Central brasileiro.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 0,22%, sendo negociado a R$ 4,47740 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana apresentava recuo de 0,18%, cotado a R$ 4,481.

Mais cedo, o diretor da Correparti, Ricardo Gomes, reforçava que as questões envolvendo o coronavírus seguiam sustentando a alta da moeda, principalmente nos mercados de países emergentes. Ele acrescenta que as projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) global revisadas para baixo pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) corroboravam para a continuidade da aversão ao risco.

“Sensação de depressão global com os dados da OCDE. Enquanto não houver uma constatação de melhora das atividades globais, o viés é de alta mesmo”, comenta.

Segundo a Organização, a previsão para o crescimento da economia mundial em 2020 caiu de 2,9% para 2,4%, citando como justificativa os efeitos negativos do surto de coronavírus sobre a atividade mundial.

Na China, país mais atingido pela doença, a OCDE espera que o PIB cresça 4,9%, ou 0,8 ponto porcentual (pp) a menos do que previa em novembro do ano passado. Nos Estados Unidos, a expectativa foi reduzida em 0,1 ponto percentual (pp), para 1,9%. Enquanto no Brasil, a estimativa foi mantida em 1,7%.

Os rumores de que os Bancos Centrais podem ter ação coordenada de estímulos para a economia também precificam o dólar mais alto, diz Gomes. Ele acredita que os juros devem cair globalmente, incluindo na Europa e nos Estados Unidos. “Há uma tendência natural de os BCs cortarem a taxa de juros. E o nosso banco central deve seguir essa tendência”, ressalta.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) seguem em queda acelerada, testando mínimas históricas. O movimento acompanha o comportamento dos bônus no exterior, com os investidores retirando prêmios, diante da perspectiva de uma ação coordenada de estímulos monetários por parte dos principais bancos centrais globais.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 3,94%, de 4,095% no ajuste anterior, ao final da semana passada; o DI para janeiro de 2022 estava em 4,37%, de 4,59% após ajustes na última sexta-feira; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 5,01%, de 5,24%; e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 5,93%, de 6,14%, na mesma comparação.

PMIs da China mostram possível efeito global do coronavírus

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São Paulo – O surto do novo coronavírus finalmente está mostrando ao mundo seu impacto negativo sobre o setor manufatureiro e seu potencial para desacelerar a economia global, embora para os especialistas consultados pela Agência CMA ainda haja incertezas sobre como afetará os Estados Unidos.

Um índice do governo chinês que rastreia a confiança entre gerentes de compras da indústria caiu em fevereiro para o nível mais baixo já registrado, mergulhando profundamente em território de contração. O Departamento Nacional de Estatística da China informou na sexta-feira à noite que o PMI do setor manufatureiro caiu de 50,0 pontos em janeiro para 35,7 pontos em fevereiro – o menor patamar registrado desde a crise financeira global de 2008.

Já o índice que acompanha os planos de compras no setor de serviços da China caiu para uma mínima recorde de 29,6 pontos no período – bem abaixo da marca de 50 que separa expansão da contração – sugerindo fraqueza na construção, transporte, restaurantes e turismo.

Os dados são os primeiros indicadores de controle econômico oficiais a serem divulgados após o agravamento do surto do novo coronavírus e confirmam um congelamento que data do final de janeiro, quando as autoridades sinalizaram que a doença – agora chamada de Covid-19 – estava se espalhando mais rapidamente do que o esperado, levando indústrias, comércio e os serviços a paralisarem suas atividades.

“O Covid-19 não apenas interrompeu a fabricação de bens, como também quebrou a cadeia de produção chinesa, o que explica o PMI muito baixo, assim como os pedidos de exportação”, disse a economista da ING para a China, Iris Pang.

O PMI do setor industrial chinês, que caiu a 35,7 pontos em fevereiro, situou-se durante a crise financeira global de 2008 e 2009, na faixa de 38,8 pontos a 45,3 pontos. Os subíndices do dado de fevereiro mostram problemas não apenas na produção, que foi surpreendentemente fraca – 27,8 pontos -, mas também em encomendas. Os pedidos de exportação atingiram 28,7 pontos e os novos pedidos, que representam pedidos domésticos, chegaram a 29,3 pontos.

“O novo coronavírus representa um evento econômico significativo, com sinais de desaceleração da economia da China, onde muitas regiões passam por quarentenas que reduzem a atividade industrial do país e dificultam a vida de empresas globais que não conseguem compensar a obstrução nas cadeias de suprimento chinesa”, disse o economista chefe da Scotiabank Economics, Jean-François Perrault.

Segundo Pang, da ING, mesmo que a produção industrial da China possa se recuperar em março, o setor ainda enfrentará o risco de um baixo nível de pedidos de exportação.

“Isso ocorre porque ainda haverá uma ruptura na cadeia de suprimentos, desta vez na Coreia do Sul, Japão, Europa e Estados Unidos, onde o Covid-19 começou a se espalhar”, afirmou ela, acrescentando que as exportações da China continuarão fracas até o segundo trimestre do ano.

O economista chefe do Wells Fargo para os Estados Unidos, Sam Bullard, é mais otimista quanto aos efeitos do novo coronavírus na economia norte-americana depois dos dados mais fracos dos setores industrial e de serviços da China.

“Até agora, os PMIs do setor industrial regional foram amplamente positivos nos Estados Unidos”, disse Bullard, lembrando que a leitura preliminar do PMI industrial norte-americano caiu a 50,8 pontos em fevereiro, mas permaneceu em território de expansão.

Segundo projeções do Wells Fargo, a atividade industrial dos Estados Unidos medida pelo índice do Instituto de Gerência e Oferta (ISM, na sigla em inglês) deve sofrer alguma alteração em fevereiro depois de alcançar 50,9 pontos em janeiro.

“O ISM industrial de fevereiro deve ser mais sensível às questões de produção e cadeia de suprimentos na China do que muitas das pesquisas regionais e, portanto, oferece algum risco negativo. Além disso, a coleta de dados para as pesquisas regionais de indústria é tendenciosa na primeira parte do mês e, portanto, pode não capturar ramificação econômica negativa do novo coronavírus”, afirmou Bullard.

Na Europa, os agentes do mercado aguardam a confirmação da resiliência observada nas leituras preliminares dos PMIs de fevereiro.

“As leituras finais de fevereiro ajudarão a determinar o impacto econômico do novo Covid-19. Na pesquisa preliminar, o setor manufatureiro europeu observou restrições de fornecimento de materiais essenciais devido aos cancelamentos de remessas para fora da China, enquanto novos pedidos de exportação caíram substancialmente à medida que as vendas para a China recuaram”, disseram analistas do Deutsche Bank em nota.

Para Perrault, da Scotiabank Economics, a incerteza ainda deve predominar sobre mercados e indicadores até o final de março. “Estamos lidando como o medo.

Não sabemos ainda como as pessoas vão reagir, se as pessoas viajarão menos, e gastarão menos. Só saberemos de fato o impacto desse vírus sobre a economia global depois do primeiro trimestre”, completou.

OCDE mantém inalteradas previsões para crescimento do Brasil

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São Paulo – A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) manteve inalteradas as previsões para o crescimento da economia brasileira em 2020 e em 2021 em 1,7% e em 1,8%, respectivamente, embora tenha reduzido as projeções para a expansão da economia mundial e de vários outros países em função dos impactos do coronavírus.

Em um relatório, a Organização afirmou que muitas economias emergentes devem passar por uma recuperação “gradual, ainda que modesta”, neste ano e no próximo, mas disse ter dúvidas sobre a extensão deste movimento. “Uma virada para cima exigirá um impacto positivo de reformas e suporte da política monetária na Índia e o Brasil”, disse o órgão no documento.

A OCDE disse também que tanto o Brasil quanto outras economias emergentes que possuem câmbio flutuante e uma dívida externa gerenciável – como a Índia e o México – “têm escopo para afrouxar a política monetária desde que a inflação diminua, usando esta oportunidade para adotar medidas fiscais e estruturais que melhorem a confiança dos investidores.”

O órgão, porém, repetiu que o Brasil precisa de uma política fiscal mais restritiva e que o esforço para o ajuste nas contas públicas deve ser feito ao mesmo tempo em que se preservam programas sociais de transferência de renda e de apoio aos investimentos públicos e privados.

Mortes por coronavírus na China chegam perto de 3 mil

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São Paulo – Desde ontem, o número de mortes na China causadas por infecção pelo novo coronavírus subiu em 42, para 2.912, de acordo com a Comissão Nacional de Saúde do país, em comunicado. Ao todo, 80.026 casos foram confirmados em 31 províncias chinesas, e há 715 casos suspeitos.

Segundo as autoridades de saúde do país, todas as novas mortes relatadas ocorreram na província de Hubei, onde fica a cidade de Wuhan, epicentro do surto de coronavírus. Apenas em Wuhan foram confirmadas 32 novas mortes.

Além disso, entre os 202 novos casos confirmados na China, 196 ocorreram em Hubei. Ao todo, 67.103 pessoas testaram positivo para o vírus na província e, deste total, 49.315 pacientes estão na capital Wuhan.

Também foram adicionados 141 casos suspeitos no país, segundo as autoridades de saúde. Os casos suspeitos em Hubei somam 527, sendo 340 na capital. Ao mesmo tempo, 2.837 novos pacientes foram curados e receberam alta na China, levando o total de pessoas curadas para 44.462, 33.757 em Hubei.

Nas regiões administrativas especiais da China, foram confirmados um total de 148 casos, sendo 98 deles em Hong Kong, com duas morte e 36 pacientes dispensados; dez em Macau, onde oito pacientes receberam alta; e 40 em Taiwan, onde houve uma morte e 12 pacientes foram liberados do hospital.

OCDE reduz previsão para crescimento mundial em 2020

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São Paulo – A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) reduziu a previsão para o crescimento da economia mundial em 2020 de 2,9% para 2,4%, citando como justificativa os efeitos negativos do surto de coronavírus sobre a atividade mundial. Na China, país mais atingido pela doença, a OCDE agora espera que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 4,9%, ou 0,8 ponto porcentual (pp) a menos do que previa em novembro do ano passado.

“As perspectivas de crescimento são muito incertas”, disse a OCDE em um relatório. “As projeções são baseadas na premissa de que o surto atingirá um pico na China no primeiro trimestre e de que haverá uma recuperação [econômica] gradual no segundo trimestre, auxiliada por um afrouxamento significativo das políticas domésticas.”

“Junto com a recente deterioração das condições do mercado financeiro mundial, e da elevada incerteza, isto vai deprimir o crescimento do PIB mundial no início do ano, possivelmente o empurrando para menos de zero no primeiro trimestre.”

“Mesmo que os efeitos do COVID-19 diminuam gradualmente ao longo de 2020, como esperado, as simulações sugerem que o crescimento mundial possa cair em até 0,5 pp neste ano. Também se presume que novos casos do vírus em outros países serão esporádicos e contidos, mas se este não for o caso, o crescimento mundial será substancialmente mais fraco”, disse a OCDE.

Além da China, a organização considera que outros países terão o ritmo de crescimento afetado pelas medidas de contenção do coronavírus. Na zona do euro, que também foi atingida por um surto da doença, a previsão da OCDE é de que o PIB neste ano cresça 0,3 pp a menos que o esperado no final do ano passado, em 0,8% – com destaque para a Itália, onde a economia deve ficar estagnada, ante uma estimativa anterior de expansão de 0,4%.

A previsão para a expansão dos Estados Unidos diminuiu em 0,1 pp, para 1,9%, e no caso do Japão e da Coreia do Sul, as projeções de crescimento para 2020 caíram respectivamente em 0,4 e 0,3 pp, para 0,2% e 2,0%, respectivamente.

Entre os países considerados emergentes, as previsões também foram revisadas para baixo na maioria dos casos, com redução nas estimativas para o crescimento do PIB da Rússia (-0,4 pp, a 1,2%), da India (-1,1 pp, a 5,1%), da África do Sul (-0,6 pp, a 0,6%) e da Indonésia (-0,2 pp, a 4,8%). No caso da Argentina, a previsão passou a ser de contração ainda maior na economia, de -2,0%, ante -1,7% anteriormente.

A OCDE apontou que a chance de o desempenho destes países ser ainda mais fraco que o previsto é grande. “No curto prazo, o principal risco negativo é que o impacto do coronavírus seja mais duradouro e intenso do que o considerado nas projeções”, disse o órgão.

“Caso o surto se dissemine mais amplamente na região da Ásia e Pacífico ou nas economias avançadas do hemisfério norte, os efeitos adversos sobre o crescimento e o comércio mundial serão muito piores e abrangentes. AS simulações deste cenário sugerem que o PIB mundial poderia encolher em 1,5 pp em 2020, em vez de em 0,5 pp”, o que poderia levar a recessões em vários países, entre eles o Japão, e na eurozona. “O impacto geral na China também se intensificaria, refletindo o declínio nos principais mercados de exportação e nas economias fornecedoras.”

2021

A OCDE considera, no entanto, que 2021 deve ser um ano de recuperação econômica para as economias avançadas e para a China, o que deve levar o PIB mundial a aumentar em 3,3% – uma taxa 0,3 pp maior que a anteriormente estimada.

A expansão da zona do euro deve ser de 1,2% – estável em relação à previsão anterior -, e a economia dos Estados Unidos cresceria 2,1% (+0,1 pp em relação à projeção passada). A previsão para o Japão também seguiu intacta, em 0,7%.

No caso da China, a OCDE elevou em 0,9 pp a previsão de crescimento em 2021, para 6,4%, mas para outros países considerados emergentes houve redução nas previsões. Para a India, a previsão caiu 0,8 pp, para 5,6%, e para a Rússia a estimativa diminuiu em 0,1 pp, a 1,3%. No caso da África do Sul, a previsão diminuiu em 0,3 pp, para 1,0%, e para a Argentina está previsto um crescimento de 0,7%, sem alteração em relação à estimativa de novembro.

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