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Indústria interrompe três altas e cai mais que o esperado em novembro

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São Paulo – A produção industrial brasileira interrompeu três altas consecutivas em novembro e caiu 1,2% em relação a outubro, eliminando parte da alta de 2,2% acumulada de agosto a outubro de 2019, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A queda é maior que a previsão, de -0,60%, conforme mediana das estimativas coletadas pelo Termômetro CMA.

Na comparação anual, a produção industrial brasileira recuou 1,7%, interrompendo dois resultados positivos consecutivos nesse tipo de confronto. A queda também é maior que mediana das expectativas, de -0,70%, ainda conforme o Termômetro CMA. Com o resultado, a indústria nacional acumula quedas de 1,1% em 2019 e de 1,3% nos últimos 12 meses, até novembro.

Segundo o IBGE, com esses resultados, o setor industrial se encontra 17,1% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011. No confronto mensal, 16 das 26 atividades pesquisadas apresentaram variações negativas na produção em novembro em relação a outubro, com quedas em todas as quatro grandes categorias econômicas.

Entre os destaques, as influências negativas mais importantes foram verificadas nas atividades de produtos alimentícios (-3,3%); veículos automotores, reboques e carrocerias (-4,4%) e indústrias extrativas (-1,7%). Por outro lado, merece atenção a alta em coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (+1,6%).

Entre as grandes categorias econômicas, ainda em relação ao mês anterior, destaque para os setores produtores de bens de consumo duráveis (-2,4%). O segmento de bens intermediários recuou 1,5% e de bens de capital cedeu 1,3%, enquanto bens de consumo semiduráveis e não duráveis teve queda de 0,5%.

Já na comparação com novembro de 2018, houve queda em duas das quatro grandes categorias econômicas, atingindo 18 das 26 atividades pesquisadas. O IBGE ressalta que novembro de 2019 teve o mesmo número de dias úteis que o mesmo mês do ano anterior.

Entre as atividades, indústrias extrativas (-8,9%) e metalurgia (-8,4%) exerceram as maiores influências negativas, ao passo que a produção de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (+5,4%) e de bebidas (+6,7%) foram os maiores impactos positivos. Nas categorias, os segmentos de bens de consumo semi e não-duráveis (1,1%) e de bens de consumo duráveis (0,7%) marcaram os resultados positivos, enquanto bens de capital (-3,1%) e bens intermediários (-2,8%) caíram, na mesma base de comparação.

RADAR DO DIA: Fala moderada de Trump reanima mercados

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São Paulo – O pronunciamento moderado do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após o ataque iraniano a bases norte-americanas no Iraque, fez o Ibovespa reduzir as perdas ontem, embora tenha fechado em queda pelo quarto pregão seguido.

Trump afirmou que os Estados Unidos estão prontos para se defender e que seu governo deve impor uma nova rodada de sanções contra Teerã. Segundo ele, nenhum norte-americano foi atingido pela ação do Irã.

Além disso, continua no radar dos investidores a assinatura do acordo comercial entre Estados Unidos e China, prevista para acontecer nos próximos dias.

O arrefecimento na tensão no Oriente deu um novo tom aos mercados, com as bolsas da Ásia encerrando o pregão em alta, assim como na Europa que operam em alta e os futuros dos mercados nos Estados Unidos subindo e mostrando uma abertura em alta.

Internamente o destaque fica por conta da fala do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que ressaltou que o governo vai propor instrumento para conter preços de combustíveis até março.

Em publicação do jornal “O Estado de S.Paulo”, o ministro disse que umas das possibilidades seria a criação de um fundo que seria abastecido com recursos de royalties e participações especiais oriundas de petróleo e gás.

A iniciativa acontece diante da crise entre Estados Unidos e Irã que tem impactado o preço do barril do petróleo tipo Brent, usado pela Petrobras para reajustar o preço dos combustíveis, podendo impactar o preço da gasolina, que chegou a atingir quase US$ 70.

O presidente Jair Bolsonaro passou ontem por exames médicos de rotina e, segundo a avaliação da equipe médica, os resultados foram considerados “completamente normais” e ele está com “saúde de ferro”, disse o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, a jornalistas.

De acordo com Rêgo Barros, Bolsonaro deve retomar a agenda de compromissos oficiais na terça-feira (14), quando voltará do Guarujá (SP) e participará de uma reunião com os ministros do governo.

O porta-voz afirmou ainda que Bolsonaro cancelou a viagem que faria ao Fórum Econômico Mundial de Davos, que acontece de 21 a 24 de janeiro na Suíça, mas enviará um representante do governo brasileiro em seu lugar.

Em relação a indicadores, a produção industrial brasileira deve interromper três meses seguidos de alta e cair 0,60% em novembro em relação a outubro, conforme a mediana das estimativas coletadas pelo Termômetro CMA. Em relação a novembro doe 2018, a indústria deve recuar 0,70%, interrompendo dois resultados positivos consecutivos nesse tipo de confronto.

Lá fora, o mercado de trabalho dos Estados Unidos criou 160 mil vagas em dezembro, após a abertura de 266 mil postos em novembro, e a taxa de desemprego ficou estável em 3,5%, segundo analistas consultados pela Agência CMA.

EMPRESAS

O Ministério Público de Minas Gerais deve denunciar a Vale por homicídio doloso no processo do rompimento da barragem da mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, em janeiro do ano passado.

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) informou que foram cadastrados 158 projetos para os leilões de energia A-4 e A-5, que serão realizados em 30 de abril, no qual vão oferecer usinas de fontes termelétricas a gás natural e a carvão.

A Eletrobras informa que se iniciou o processo de transferência da gestão e operação do Hospital Nair Alves de Souza (HNAS) para a União, Estado da Bahia e Município de Paulo Afonso, o qual estava sob responsabilidade da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf) desde a construção da Usina de Paulo Afonso.

A agência de classificação de riscos S&P Global Ratings cortou o rating global da Natura Holding de “BB” para “BB-“após a conclusão da aquisição da Avon pela Natura. A agência manteve a perspectiva como estável.

A Petrobras lamentou a morte de um trabalhador da empresa holandesa Baskalis durante o transporte da plataforma P-70, da China para o Brasil. A empresa foi contratada pelo estaleiro COOEC, em Qingdao, na China. Segundo a estatal, seis trabalhadores passaram mal após a ingestão de álcool etílico e um deles morreu. “Os demais foram internados na África do Sul e estão estáveis”.

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e a Confederação Nacional do Transporte (CNT) firmaram um acordo de cooperação técnica com o objetivo de somar esforços para o desenvolvimento e aperfeiçoamento das várias atividades do setor rodoviário de cargas.

ANTT e CNT firmam cooperação no setor rodoviário de cargas

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São Paulo – A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e a Confederação Nacional do Transporte (CNT) firmaram um acordo de cooperação técnica com o objetivo de somar esforços para o desenvolvimento e aperfeiçoamento das várias atividades do setor rodoviário de cargas.

Entre as tarefas destacam-se atividades relacionadas a inscrição e manutenção do cadastro Empresas de Transporte de Cargas no Registro Nacional de Transportadores Rodoviário (RNTRC), intercâmbio de informações entre os sistemas de registros, fiscalizações e estudos de viabilidade técnica econômica e análises de impacto regulatório.

A agência ressaltou que essas atividades vão trazer diversos avanços na prestação de serviços e maior eficiência para o setor de transporte rodoviário de carga. Além disso, o acordo vai permitir maior rapidez na adaptabilidade e criações de novas normas e marcos regulatórios.

Bolsonaro cancela ida a Fórum de Davos, mas enviará representante

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São Paulo – O presidente Jair Bolsonaro cancelou a viagem que faria ao Fórum Econômico Mundial de Davos, que acontece de 21 a 24 de janeiro na Suíça, mas enviará um representante do governo brasileiro em seu lugar, disse o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, a jornalistas ontem à noite.

Durante a entrevista, Barros evitou apontar um único motivo para o cancelamento da viagem. “O presidente e a equipe de assessores analisam uma série de aspectos”, disse ele. “O somatório destes aspectos, quando levados à apreciação do presidente, lhe permitiu avaliar que não seria o caso de participar deste fórum”, acrescentou.

O porta-voz, porém, negou que a ausência de Bolsonaro esteja relacionada exclusivamente a preocupações com a segurança do presidente ou com o aumento na tensão entre os Estados Unidos e o Irã.

“Toda vez que fazemos o que fazemos análise da conjuntura incluímos análise de risco, mas não é exclusivamente por questões de segurança que o presidente declinou de ida a Davos.”

Barros disse também que, apesar de não comparecer ao Fórum de Davos, o governo brasileiro enviará um representante – ainda não definido – e que a viagem de Bolsonaro à Índia está “praticamente confirmada”.

Taxa de desemprego na zona do euro fica em 7,5% em novembro

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São Paulo – A taxa de desemprego dos países que compõem a zona do euro ficou inalterada em 7,5% em novembro, mesma taxa de outubro, mantendo seu menor nível desde julho de 2008, segundo dados da agência de estatísticas da União Europeia, a Eurostat. Em novembro de 2018, a taxa de desemprego da zona do euro estava em 7,9%.

Na União Europeia (UE), a taxa de desemprego ficou inalterada em 6,3% em novembro, mesma taxa de outubro, mantendo o menor patamar desde que as estatísticas  mensais de desemprego da UE começaram a ser calculadas, em janeiro de 2000. Em novembro de 2018, a taxa estava em 6,6%.

Em termos absolutos, o número de desempregados na zona do euro somou 12,315 milhões em novembro, uma baixa de 10 mil ante outubro e uma baixa de 624 mil ante novembro de 2018. Na União Europeia, o número de desempregados foi de 15,582 milhões em novembro, alta de 34 mil em base mensal e baixa de 768 mil em base anual.

As menores taxas de desemprego foram registradas na República Tcheca (2,2%), na Alemanha (3,1%) e na Polônia (3,2%), enquanto as maiores foram observadas na Grécia (16,8% em setembro) e na Espanha (14,1%).

Preços ao consumidor na China sobem 4,5% em dezembro

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São Paulo – O índice de preços ao consumidor da China subiu 4,5% em dezembro na comparação com igual período de 2018, mesma alta de novembro e mantendo seu maior nível em quase oito anos, segundo dados do departamento de estatísticas do país.

Na comparação com o mês anterior, o índice de preços ao consumidor da China ficou estável em dezembro, após avançar 0,4% em novembro. Nos doze meses do ano, o índice avançou 2,9%.

O preço dos alimentos, que representa quase um terço do índice, subiu 17,4% em dezembro em base anual, após avançar 19,1% em novembro. Em termos mensais, os preços de alimentos caíram 0,4% em dezembro, após a alta de 1,8% no mês anterior.

Os preços de carne de porco subiram 97,0% em dezembro em base anual, após a alta de 110,2% de novembro, afetando o índice de preços ao consumidor em cerca de 2,34 ponto percentual (pp), com a oferta reprimida devido ao surto de gripe suína africana.

Os itens não alimentícios ficaram 1,3% mais caros no ano, após a alta de 1,0% do mês anterior, e avançaram 0,1% em dezembro em base mensal, depois de ficarem estáveis em novembro.

Os preços de bens de consumo tiveram inflação anual de 6,4% e ficaram estáveis em termos mensais, após registrar em novembro 6,5% e 0,8%, respectivamente. Os preços de serviços, por sua vez, aumentaram 1,2% em base anual e ficaram estáveis em base mensal. Em novembro, também houve alta anual de 1,2% e queda mensal de 0,4%.

EPE cadastra 158 termelétricas para leilões A-4 e A-5

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São Paulo – A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) informou que foram cadastrados 158 projetos para os leilões de energia A-4 e A-5, que serão realizados em 30 de abril, no qual vão oferecer usinas de fontes termelétricas a gás natural e a carvão.

Do total de usinas, 146 são de gás natural e 12 movidas a carvão. Para o certame A-4, foram cadastrados 76 projetos que somam capacidade de 36 gigawatts (GW), enquanto para o A-5 foram 82 empreendimentos que somam 43 GW.

As regiões com mais projetos cadastrados são Nordeste com 61 usinas e Sudeste com 50 empreendimentos.

Banco Mundial corta projeção de alta do PIB global de 2,7% para 2,5% em 2020

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São Paulo – O Banco Mundial reduziu a previsão de crescimento da economia global em 2019 e em 2020 para 2,4% e 2,5%, respectivamente, de 2,6% e 2,7% estimados em junho do ano passado. O órgão também cortou a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2021 em 0,2 ponto porcentual, para 2,6%, e previu expansão de 2,7% em 2022.

Segundo previsões, o crescimento econômico mundial será impulsionado neste ano pela a recuperação gradual do comércio e investimento em relação à fragilidade significativa do ano passado, mas riscos negativos persistem.

Já a projeção do Banco Mundial para as economias avançadas caiu de 1,7% para 1,6% em 2019 e de 1,5% para 1,4% para este ano. O órgão manteve a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2021 em 1,5%, a mesma taxa de expansão projetada para 2022.

O Banco Mundial diz que essa desaceleração das economias avançadas se dá, em parte, em função da debilidade contínua no setor manufatureiro.

Para as economias emergentes, a projeção do Banco Mundial caiu de 4,0% para 3,5% em 2019 e de 4,6% para 4,1% para este ano. O órgão também cortou a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2021 em 0,3 ponto porcentual, para 4,3%, e previu expansão de 4,4% em 2022.

A expansão dos países emergentes e em desenvolvimento, segundo o Banco Mundial, não será abrangente, mas pressupõe um desempenho melhor de um pequeno grupo de economias maiores, das quais algumas estão saindo de um período de fragilidade substancial.

O documento indica ainda que aproximadamente um terço das economias emergentes e em desenvolvimento deve desacelerar neste ano em razão da debilidade das exportações e investimentos.

BRASIL

O Banco Mundial reduziu a previsão de crescimento da economia brasileira em 2019 e em 2020 para 1,1% e 2,0%, respectivamente, de 1,5% e 2,5% estimados em junho do ano passado. O órgão, no entanto, elevou projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021 em 0,2 ponto porcentual, para 2,5%, e previu expansão de 2,4% em 2022.

De acordo com o Banco Mundial, a economia brasileira tem sido beneficiada por condições mais favoráveis aos empréstimos e pelo progresso na agenda de reformas econômicas. Ao mesmo tempo, as dúvidas sobre a implementação destas reformas daqui para frente são listadas como um dos riscos ao crescimento do Brasil.

“No Brasil, Rússia e África do sul, a elevada incerteza em torno das políticas deve sofrer moderação. No entanto, a recuperação nestes países deve ser frágil por causa dos contínuos desafios associados à implementação de reformas, das sanções ou de gargalos de infraestrutura”, disse o Banco Mundial.

O órgão espera que o aumento na confiança dos investidores após a aprovação da reforma da Previdência, no ano passado, somada ao avanço de outras reformas – como a tributária -, a facilitação do crédito e melhoras graduais no mercado de trabalho ajudarão a impulsionar os investimentos e o consumo privado, o que servirá de base para a recuperação da economia.

EUA

O Banco Mundial reduziu a previsão de crescimento da economia norte-americana em 2019 para 2,3% de 2,5% estimados em junho do ano passado. Para 2020, no entanto a previsão subiu de 1,7% para 1,8%. O órgão também elevou a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2021 em 0,1 ponto porcentual, para 1,7%, a mesma taxa de expansão projetada para 2022.

A desaceleração da economia norte-americana este ano com relação ao ano passado reflete, segundo o Banco Mundial, o impacto negativo de aumentos anteriores de tarifas na guerra comercial com a China e também as incertezas provocadas por esse ambiente.

CHINA

O Banco Mundial reduziu a previsão de crescimento da economia da chinesa em 2019 e em 2020 para 6,1% e 5,9%, respectivamente, de 6,2% e 6,1% estimados em junho do ano passado. O órgão também cortou a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2021 em 0,2 ponto porcentual, para 5,8%, e projetou expansão de 5,7% em 2022.

“Essa é a primeira vez que a China registra um ritmo de expansão abaixo de 6% desde 1990, em meio a uma desaceleração no crescimento da produtividade do trabalho e ventos externos contrários”, diz o Banco Mundial em relatório.

O crescimento da China, segundo o órgão, desacelerou mais do que o esperado em meio à queda da demanda doméstica e ao aumento das tensões comerciais. “A incerteza da política comercial e as tarifas mais altas no comércio com os Estados Unidos pesaram sobre a confiança dos investidores durante a maior parte de 2019. O crescimento da produção industrial atingiu níveis mínimos de vários anos”, diz o Banco Mundial em relatório.

 

Bolsa cai pelo 4º dia seguido e dólar recua

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Por Danielle Fonseca e Flávya Pereira

São Paulo – O Ibovespa fechou em queda pelo quarto dia seguido, com perdas de 0,35%, aos 116.247,03 pontos, refletindo as baixas de ações de peso, como de bancos e da Petrobras. O índice, porém, chegou a reduzir perdas após um discurso mais moderado do presidente norte-americano, Donald Trump, sobre a tensão com o Irã. O volume total negociado foi de R$ 24,3 bilhões.

“O dia de hoje já está sendo melhor que ontem em termos de risco, mesmo depois do ataque iraniano a bases dos Estados Unidos. Trump anunciou medidas contra o Irã, mas nada que leve a uma guerra”, acredita o analista da Guide Investimentos, Henrique Esteter.

Trump disse que os Estados Unidos estão engajados com a paz, mas que devem impor novas sanções aos Irã. Segundo o presidente norte-americano, os danos causados pelo ataque iraniano às bases do país no Iraque foram mínimos e eles estão preparados para se defender caso necessário.

Apesar do discurso, no fim do dia, notícias de que mísseis atingiram uma região de Bagdá, no Iraque, chegaram a voltar a trazer um pouco de cautela para os mercados, embora não se tenha detalhes de quais foram os danos e quem os lançou.

Entre as ações, alguns papéis de peso como as da Petrobras (PETR3 -1,62%,PETR4 -0,61%) também impediram uma maior recuperação do Ibovespa. Os papéis da estatal refletiram as perdas de mais de 4% dos preços do petróleo, que também foram influenciados pelo pronunciamento do presidente dos Estados Unidos.

Outras blue chips seguiram sem força hoje, caso de bancos, como o Itaú Unibanco (ITUB4 -1,62%), e da Vale (VALE3 0,01%). A Vale refletiu a notícia de que o Ministério Público de Minas Gerais deve denunciar a Vale por homicídio doloso no processo do rompimento da barragem da mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, em janeiro do ano passado.

Já as maiores baixas do índice foram das ações da WEG (WEGE3 -3,24%), da BR Malls (BRML3 -2,55%) e da Hapvida (HAPV3 -2,06%). Na contramão, as maiores altas foram da Braskem (BRKM5 5,38%), da Gol (GOLL4 3,95%), que mostrou dados operacionais positivos, e da Suzano (SUZB3 5,06%).

Para o sócio da Criteria Investimentos, Vitor Miziara, o Ibovespa ainda está “em tendência de alta”, mas no curto prazo tem espaço para uma realização de lucros até 115.297 e 114.500 pontos, o que também aconteceu nos últimos pregões. “Esse último ponto é um forte suporte e ponto para compra dada a expectativa de alta. Se perder, assume um movimento maior de queda projetando 110.600 e 109.400. Acima de 117.700 indica recuperação com objetivos em 118.800 e 119.500”, afirmou.

Amanhã, além de continuar a monitorar a situação entre Estados Unidos e Irã, os investidores devem ficar atentos a indicadores de inflação na China, da produção industrial brasileira e dos pedidos de seguro-desemprego dos Estados Unidos.

Já o dólar comercial fechou em queda de 0,27% no mercado à vista, cotado a R$ 4,0550 para venda, exibindo um pouco mais de otimismo do mercado global, principalmente entre as moedas de países emergentes, em reação ao discurso do presidente dos Estados Unidos.

“Mesmo com as incertezas decorrentes do conflito, investidores mudaram ‘de mão’ após o pronunciamento de Trump”, comenta o diretor da Correparti, Ricardo Gomes, acrescentando que o presidente norte-americano teve um discurso “contundente e áspero”.

Após a fala, o mercado renovou mínimas sucessivas e chegou a R$ 4,0420 (-0,59%) exibindo o bom humor dos mercados, incluindo as principais moedas de países emergentes com o peso mexicano se valorizando ao redor de 0,60% ante o dólar.

Gomes reforça que o Trump reafirmou a posição do governo em aumentar as sanções contra os iranianos, ao mesmo tempo que minimizou os efeitos da retaliação do Irã ontem à noite ao atacar duas bases militares dos Estados Unidos no Iraque, ao assegurar que nenhum norte-americano morreu e os danos às bases foram mínimos.

Amanhã, o foco do mercado deve voltar à agenda de indicadores, com destaque para os dados de inflação ao consumidor e ao produtor da China, em dezembro, que saem hoje à noite e podem dar o tom dos mercados na abertura dos negócios.

“Acredito que agora os investidores tiram o foco da tensão geopolítica efoca em dados inflacionários e na agenda de indicadores robusta desta semana”, diz o operador de câmbio da corretora Advanced, Alessandro Faganello.

 

Mercado prevê criação de 160 mil vagas nos EUA em dezembro

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São Paulo – O mercado de trabalho dos Estados Unidos criou 160 mil vagas em dezembro, após a abertura de 266 mil postos em novembro, e a taxa de desemprego ficou estável em 3,5%, segundo analistas consultados pela Agência CMA.

Os dados são uma mediana produzida a partir das projeções dos economistas, que oscilam entre a criação de 150 mil e 168 mil vagas, enquanto as estimativas para a taxa de desemprego foram unânimes em 3,5%.

Segundo analistas da Nordea, os dados de dezembro devem ser menores porque em novembro houve a reversão da greve da General Mortos (GM), o que impulsionou
um forte ganho de emprego no mês passado.

Os trabalhadores da montadora estiveram parados por cerca de 40 dias entre os meses de setembro e outubro de 2019.

Apesar da provável desaceleração em dezembro ante novembro, a abertura de vagas deve continuar robusta nos Estados Unidos, de acordo com o economista da Capital Economics, Michael Pierce. “Uma série de evidências sugere que as perspectivas para o mercado de trabalho permanecem sólidas em 2020”.

Segundo ele, após cair no início de 2019, o emprego temporário recuperou-se, e tem sido um bom indicador do mercado de trabalho norte-americano nos últimos anos. Além disso, os subindicadores de emprego medidos pelo Instituto de Gerência e Oferta (ISM, na sigla em inglês) nos setores industrial e de serviços têm melhorado.

“Tão recentemente quanto há alguns meses, ambas as medidas apontavam para a desaceleração da contratação, mas agora voltaram a níveis consistentes com a abertura de vagas da ordem de 150 mil”, disse Pierce.

Já os pedidos de seguro-desemprego seguem em queda. Pierce explicou que o aumento no início de dezembro refletiu principalmente uma questão de ajuste sazonal em torno do feriado de Ação de Graças posterior ao habitual, com as solicitações caindo para 222 mil na última semana de 2019.

O índice de criação de vagas no setor privado, medido pela Automatic Data Processing (ADP) e pela Macroeconomic Advisers, é outro dado observado pelo mercado, que passou a acompanhá-lo como uma espécie de prévia do relatório mais amplo sobre o emprego do Departamento do Trabalho.

Em dezembro, o setor privado dos Estados Unidos criou 202 mil vagas de emprego, excluindo o setor rural. Analistas esperavam uma abertura menor, de 150 mil vagas. Em novembro, o resultado foi revisado para cima, passando de 67 mil vagas para 124 mil, segundo a ADP.

INFLUENCIA DO EMPREGO NA ECONOMIA

Além das vagas de trabalho criadas e a taxa de desemprego, o relatório de emprego do Departamento do Trabalho dos Estados Unidos traz detalhes interessantes que fornecem informações sobre muitas áreas da economia do país, segundo os especialistas consultados.

“Os dados da indústria têm sido mais voláteis ultimamente devido à greve anterior na GM e ao retorno de trabalhadores em greve nos dados de novembro”, de acordo com analistas do Wells Fargo, em relatório.

“A participação do setor industrial na criação de empregos vem melhorando gradualmente, sugerindo que a desaceleração da produção pode estar chegando ao fim”, disseram eles.

GANHOS POR HORA

O relatório de emprego do Departamento do Trabalho também traz dados sobre os salários. A média das projeções dos analistas consultados pela Agência CMA mostra que os ganhos por hora de dezembro cresceram 0,30% em base mensal e 3,1% em base anual.

As projeções variaram entre alta 0,20% e 0,30% na comparação mensal e foram unânimes em base anual. Em novembro, o salário médio por hora no setor privado somou US$ 28,29, alta de 0,24% ante os US$ 28,22 registrados em outubro e aumento de 3,13% ante os US$ 27,43 de novembro de 2018.

O crescimento dos salários possui impactos na inflação e influencia as decisões de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). Na última reunião, em dezembro, o Fed manteve a taxa básica de juros dos Estados Unidos inalterada na faixa entre 1,50% e 1,75%, depois de realizar três corte em 2019.

“A ata do Fed da semana passada mostrou que os formuladores de políticas dos Estados Unidos pareciam felizes com a direção da economia do país, com alguns expressando confiança de que seria possível um maior fortalecimento das condições do mercado de trabalho nos próximos meses, sem colocar muita pressão de alta na taxa de inflação”, segundo a analista da CMC Markets, Michael Hewson.

“Há também uma expectativa de que a taxa de participação geral tivesse o potencial de aumentar”, conclui ele.

A taxa de participação da força de trabalho, ou seja, a proporção da População Economicamente Ativa em relação à população civil total, ficou em 63,2% em novembro, baixa de 0,1 ponto percentual (pp) em relação a outubro.

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