Por Danielle Fonseca, Flavya Pereira e Olívia Bulla
São Paulo – O Ibovespa opera em torno da estabilidade diante da ausência de novidades e influenciado pela queda de ações ligadas a commodities, como as de siderúrgicas e da Petrobras, que impedem o índice de se firmar em campo positivo até o momento. Porém, alguma volatilidade pode ser vista ao longo do pregão, com especulações e ajustes no último pregão do mês e do trimestre.
Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava queda de 0,40% aos 104.652,16 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 5,1 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em outubro de 2019 apresentava recuo de 0,54% aos 104.930 pontos.
“Vale e Petrobras, que têm grande peso no Ibovespa, explicam o fato de o Ibovespa não estar subindo. Os bancos também estão fracos e o dia está meio parado, o cenário externo não piorou, mas também não ajuda”, disse o analista da Necton Correrota, Glauco Legat.
Os papéis da Vale seguem no campo negativo, embora já tenham reduzido perdas. A Justiça determinou que a mineradora desse explicações sobre barragens no Pará após ações civis públicas propostas pelo Ministério Público Federal contra a Vale e a Agência Nacional de Mineração (ANM) solicitarem providências sobre riscos. Além disso, foram divulgados dados da economia chinesa, que apesar de terem subido, não empolgaram investidores no cenário de continuidade da guerra comercial.
Já as ações de siderúrgicas, como CSN e Usiminas, estão mais pesadas e entre as maiores quedas do Ibovespa, também refletindo dúvidas sobre a demanda chinesa, assim como os papéis da Suzano. As ações da Petrobras, por sua vez, caem refletindo a queda dos preços do petróleo. O dia ainda é de fraqueza para a maioria das ações de bancos, como do Itaú Unibanco. Na contramão, as maiores altas do Ibovespa no momento são das ações da Sabesp, da Energias do Brasil e da Cyrela.
No cenário externo, as bolsas norte-americanas mostram um tom pouco um pouco mais positivo do que a Bolsa brasileira, operando em leve alta depois de sinalizações de que o governo norte-americano não deve limitar investimentos na China no noticiado na última sexta-feira. No entanto, as negociações comerciais entre China e Estados Unidos e o pedido de impeachment do presidente Donald Trump seguem trazendo alguma cautela.
O dólar comercial firma alta frente ao real, após fortes oscilações na abertura dos negócios, com investidores locais na tradicional disputa pela formação de preço da taxa Ptax de fim de mês, que deve manter a oscilação da moeda até o início da tarde. Enquanto no exterior, o dólar ganha terreno ante as outras moedas pares e de países emergentes.
Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 0,24%, sendo negociado a R$ 4,1670 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em outubro de 2019 apresentava avanço de 0,21%, cotado a R$ 4,164.
“A Ptax [média das cotações apurada pelo Banco Central] está provocando essa volatilidade, além de o dólar estar mais forte no exterior”, comenta a economista da Capital Markets, Camila Abdelmalack. Além do fim de mês, é fim de trimestre e investidores aproveitam para ajustar posições atento ao último trimestre do ano.
Lá fora, o pano de fundo para o fortalecimento do dólar frente as moedas pares e de países emergentes segue pautado pelas incertezas com a guerra comercial entre Estados Unidos e China. A sinalização do governo norte-americano de que empresas podem limitar investimentos na China, a ponto de remover empresas chinesas da bolsa de valores dos Estados Unidos, adicionam volatilidade no mercado externo, apesar de “nenhuma” confirmação pelo Tesouro, comenta o economista-chefe da Infinity, Jason Vieira.
As taxas dos contratos futuros de juros (DIs) seguem com oscilações estreitas, alterando leves altas e leves baixas, em dia sem grandes novidades para os negócios. Enquanto aguardam os eventos esperados para os próximos dias, os investidores monitoram o comportamento do dólar e dos mercados no exterior, em busca de uma direção para o pregão.
Às 13h30, o DI para janeiro de 2020 tinha taxa de 5,055%, de 5,065% ao final do ajuste na última sexta-feira; o DI para janeiro de 2021 estava em 4,96%, repetindo o ajuste da semana passada; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 6,06%, de 6,06%; e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 6,67%, de 6,66% na mesma comparação.