Por Danielle Fonseca, Flavya Pereira e Olívia Bulla
São Paulo – Após abrir em leve alta, o Ibovespa passou a operar quase estável, sem uma direção definida, com investidores digerindo o noticiário em torno do pedido de impeachment do presidente norte-americano Donald Trump e da guerra comercial entre Estados Unidos e China. No início da tarde, o Ibovespa voltou a subir.
Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 0,58% aos 105.090,14 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 6,0 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento para outubro de 2019 apresentava avanço de 0,57% aos 105.320 pontos.
A divulgação das informações que geraram o pedido de impeachment pelo Comitê de Inteligência da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos ajudou a deixar o mercado um pouco mais cauteloso, com as bolsas norte-americanas mostrando leve queda. A denúncia foi de um funcionário da inteligência dos Estados Unidos, que alega que o presidente do país está usando seu poder para solicitar interferência de um país estrangeiro nas eleições presidenciais norte-americanas de 2020, detalhando ainda o telefonema de julho entre Trump e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.
“Temos um novo problema, que é a questão do impeachment. Ontem, o mercado ‘deu de ombros’, mas voltou a ficar um pouco ressabiado”, disse o economista da Órama Investimentos, Alexandre Espírito Santo.
A questão da tensão comercial também segue no radar, com a China confirmando que voltou a comprar mais soja e carne de porco dos Estados Unidos e com Trump afirmando ontem que um acordo pode sair antes do esperado. No entanto, na Organização das Nações Unidas (ONU), na última terça-feira, Trump havia criticado fortemente a China.
Na cena doméstica, o economista acredita que há notícias positivas, como dados recentes de emprego melhores e o Relatório Trimestral de Inflação mostrando um cenário favorável. No entanto, afirma que o menor volume negociado da Bolsa também impede que a alta se firme.
Após exibir queda na primeira parte dos negócios, o dólar virou e passa a subir frente ao real acompanhando o exterior, onde o dólar passou a ganhar força em meio à uma denúncia de um
funcionário da inteligência dos Estados Unidos que alega que o presidente, Donald Trump, está usando seu poder para solicitar interferência de estrangeiros nas eleições presidenciais de 2020. No início da tarde o dólar apresentou volatilidade e voltou a cair.
Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 0,09%, sendo negociado a R$ 4,1510 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em outubro de 2019 apresentava ligeira alta de 0,04%, cotado a R$ 4,152.
A denúncia foi publicada nesta manhã pelo Comitê de Inteligência da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, após a presidente da casa, Nancy Pelosi, apresentar oficialmente um pedido de afastamento contra Trump. A notícia levou o mercado de ações norte-americano a operar no negativo, enquanto o dólar passou a ganhar força sobre as moedas pares e de países emergentes.
Aqui, as mínimas da moeda a R$ 4,1230 (-0,77%) na primeira hora de negócios, “atraiu o importador para compras”, comenta o operador de câmbio da corretora Advanced, Alessandro Faganello.
As taxas dos contratos futuros de juros (DIs) mantêm um viés negativo, mas reduziram a trajetória de queda, com o dólar voltando a ser negociado na faixa de R$ 4,15. Os investidores calibram as apostas em relação a Selic, após o Banco Central indicar, no Relatório Trimestral de Inflação (RTI), que a Selic pode vir abaixo de 5,00% até o fim do ano.
Às 13h30, o DI para janeiro de 2020 tinha taxa de 5,085%, de 5,095% no ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2021 estava em 4,98%, de 5,01%; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 6,09%, de 6,12% após o ajuste anterior; e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 6,70%, de 6,73%.