Por Daneille Fonseca, Flavya Pereira e Olívia Bulla
São Paulo – As ações de diversos setores mostram uma recuperação em meio a expectativas de estímulos econômicos no exterior e ajudam o Ibovespa a acelerar ganhos, com destaque para o de proteínas, com a China habilitando novas plantas de frigoríficos brasileiros para exportações. O dia também é positivo para siderúrgicas.
Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa
registrava alta de 0,87% aos 103.833,39 pontos. O volume financeiro do mercado
era de aproximadamente R$ 7,9 bilhões. No mercado futuro, o contrato de
Ibovespa com vencimento em outubro de 2019 apresentava avanço de 0,80% aos
104.425 pontos.
Entre os frigoríficos, a Marfrig mostrava a maior alta do
Ibovespa após informar que teve mais duas plantas habilitadas para exportação
de carne bovina à China. As unidades autorizadas foram as de Tangará da Serra e
Várzea Grande, ambas localizadas no estado Mato Grosso. Com isso, a companhia
passa a ter 11 plantas habilitadas para exportação ao país asiático, sendo
cinco no Brasil, quatro no Uruguai e duas na Argentina.
As ações da BRF são outras que avançam também refletindo a
habilitação de novas plantas, sendo uma de frango e uma de suíno, localizadas
em Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso, com capacidade de abate diária de
aproximadamente 300 mil aves e 5 mil suínos. Com essas novas autorizações, a
companhia passa a ter nove plantas para exportar para o país asiático.
Ainda estão entre as maiores altas do Ibovespa os papéis
da Usiminas, da Gerdau e da CSN, em meio a expectativas de que a China continue
estimulando sua economia depois de dados fracos da sua balança comercial e
depois de já ter reduzido taxa de depósitos compulsórios.
Apesar de dados mais fracos da balança, os analistas da
XP Investimentos destacam que as importações chinesas de minério de ferro
voltaram a subir em agosto, com alta de 4% ante julho. “Esse foi o nível
mais alto de importações desde janeiro de 2018”, afirmaram em relatório.
Depois de oscilar no início dos negócios sem direção
única, o dólar opera em alta frente ao real exibindo a cautela de investidores
às vésperas de decisões dos bancos centrais, em meio aos números mais fracos na
China, influenciado pelos reflexos da guerra comercial com os Estados Unidos.
Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de
0,12%, sendo negociado a R$ 4,0860 para venda. No mercado futuro, o contrato da
moeda norte-americana apresentava avanço de 0,54%, cotado a R$ 4,090.
Para o operador de câmbio da corretora Advanced,
Alessandro Faganello, esse movimento de “começo de semana” se deve
mais a cautela, diante de uma agenda econômica esvaziada até o meio da semana
quando tem a decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) e o
discurso do presidente da instituição, Mario Draghi.
“Bem como dados inflacionários norte-americanos que
podem dar indicações sobre a postura que do Fed [Federal Reserve, o banco
central norte-americano] terá pela frente em relação ao juro também”, comenta.
Já o diretor de câmbio do grupo Ourominas, Mauriciano
Cavalcante, destaca que a semana do mercado cambial começa
“estressada” por causa dos números da balança comercial da China,
divulgado no fim de semana, abaixo do esperado (-1,0% ante julho) influenciado
pela guerra comercial com os Estados Unidos.
Ele acrescenta que apesar disso, o governo do país
asiático pode estimular a economia para estancar os maus resultados, o que pode
favorecer. “Ademais das notícias negativas, o mercado está otimista com a
sinalização de trégua na guerra comercial”, diz. Os países marcaram uma
nova rodada de negociações para outubro.
As taxas dos contratos futuros de juros (DIs) seguem em
queda, amparadas pela perspectiva de que os principais bancos centrais globais
irão lançar estímulos monetários adicionais. O movimento, porém, é limitado
pela abertura das taxas de juros no exterior e pela alta ensaiada pelo dólar.
Às 13h30, o DI para janeiro de 2020 tinha taxa de 5,315%,
de 5,345% no ajuste anterior, na sexta-feira passada; o DI para janeiro de 2021
estava em 5,34%, de 5,37%; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 6,43%,
de 6,44% após o último ajuste; e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 6,99%,
de 7,00%, na mesma comparação.