Por Danielle Fonseca, Flavya Pereira e Olívia Bulla
São Paulo – O Ibovespa voltou a ter leve alta depois de chegar a cair e mostra dificuldades de definir uma tendência sem a referência do mercado norte-americano, que está fechado em função do feriado no país. As ações da Vale sobem refletindo a forte valorização dos preços do minério de ferro e ajudam a manter o índice no campo positivo, enquanto as ações de bancos e da Petrobras mostram pouco ímpeto.
Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa
registrava ligeira alta de 0,01% aos 101.146,42 pontos. O volume financeiro do
mercado era de aproximadamente R$ 4,6 bilhões. No mercado futuro, o contrato de
Ibovespa com vencimento em outubro de 2019 apresentava recuo de 0,43% aos
101.790 pontos.
“O Ibovespa está sem uma tendência muito clara sem a
referência dos Estados Unidos e, de maneira geral, não temos tantas notícias de
peso. Um dos destaques é o preço do minério de ferro, que subiu fortemente
depois do PMI mais forte na China”, disse o analista da Necton Corretora,
Glauco Legat.
O contrato futuro de minério mais negociado na bolsa
chinesa de Dalian subiu 4% depois que o índice dos gerentes de compras (PMI, na
sigla em inglês) sobre a atividade industrial da China subiu para 50,4 pontos
em agosto, após registrar 49,9 pontos em julho. O dado chamou a atenção ao
ficar acima de 50 pontos mesmo com a guerra comercial. Com isso, as ações da
Vale operam em alta.
Por outro lado, os papéis da Petrobras, que têm grande
peso no índice, têm leve queda refletindo a suspensão da oferta de debêntures
da Petrobras por até 30 dias e a extensão do prazo para empresas participarem
do processo de venda de ativos de refino e logística. Os papéis de bancos, por sua
vez, operam mistos, mas sem força de forma geral, caso do Itaú Unibanco.
Já entre as maiores altas do Ibovespa estão os papéis da
MRV, da Ultrapar e da Telefônica Brasil. Segundo o analista da Necton, as ações
do setor de telecomunicações têm um dia positivo hoje diante de avanços na
regulação que pode beneficiar o segmento. A senadora Daniella Ribeiro (PP-GO),
relatora do Projeto de Lei Complementar (PLC) 79, que propõe mudanças para o
setor, apresentou seu parecer com quase nenhuma alteração na Comissão de Ciência,
Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT), depois de longa demora
na tramitação do projeto.
O dólar comercial acelerou os ganhos frente ao real em
sessão de poucos negócios influenciado pelo feriado nos Estados Unidos, que
reduz a liquidez global, e opera no patamar entre R$ 4,15 e R$ 4,16 na primeira
dos negócios. Apesar do feriado, investidores se preparam para a semana
“pesada” na agenda econômica.
Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de
0,55%, sendo negociado a R$ 4,1600 para venda. No mercado futuro, o contrato da
moeda norte-americana com vencimento em outubro de 2019 apresentava avanço de
0,57%, cotado a R$ 4,171.
O operador de câmbio da corretora Advanced, Alessandro
Faganello, reforça mais um pregão seguindo o movimento externo que também
acompanha as cobranças adicionais de produtos norte-americanos e chineses
mantendo o tom elevado dos países na guerra comercial.
O exterior seguirá ditando os rumos do mercado com
destaque para a semana carregada de indicadores na Europa, Ásia e nos Estados
Unidos, incluindo o relatório de trabalho, o payroll, na sexta-feira junto com
o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central
norte-americano), Jerome Powell, após o início do período de tarifações entre
Estados Unidos e China. “Importante [o mercado] buscar pistas sobre os
próximos passos em relação a política monetária por parte do Fed”, diz.
As taxas dos contratos futuros de juros (DIs) seguem em
leves altas, influenciadas pelo avanço do dólar. Porém, o feriado nos Estados
Unidos hoje reduz o volume financeiro bem como a oscilação dos ativos, deixando
os negócios sem um direcional definido.
Às 13h30, o DI para janeiro de 2020 tinha taxa de 5,42%,
de 5,41% no ajuste de sexta-feira; o DI para janeiro de 2021 estava em 5,56%, de
5,54% do ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 6,63%, de
6,59% ao final da semana passada; e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 7,14%,
de 7,11%, na mesma comparação.