País abre 131.010 postos de trabalho em julho

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Brasília – O Brasil registrou a abertura de 131.010 postos de trabalho em julho. O resultado é fruto da criação de 1.043.650 postos e fechamento de 912.640 postos. No ano foram fechadas 1.092.578 vagas, fruto de 7.821.801 admissões e 8.914.379demissões. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Economia.

Em julho, foram criadas vagas em quatro dos cinco grupamentos de atividades econômicas. A indústria da transformação teve a abertura de 53.590 postos, seguida pela construção (41.986), comércio (28.383) e agropecuária (23.027). O único setor que registrou saldo negativo foi serviços, com fechamento de 15.948 postos.

Por regiões, todas as cinco tiveram resultado positivo em julho. O melhor saldo pertence ao Sudeste, com a criação de 34.157 postos de trabalho, seguindo pelo Norte (13.297), Nordeste (22.664), Sul (20.128) e Centro-Oeste (14.084).

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o resultado positivo mostra que o país retomou o ritmo de criação de empregos. Segundo o ministro, a abertura de vagas confirma o diagnóstico do governo de que o país ia ter uma queda menos acentuado do que estava sendo previsto por analistas. Guedes afirmou ainda que, ao contrário das previsões, a queda do PIB deve ser em torno de 4%, e não 10%.

“A previsões era de queda do PIB em torno de 10%. Para mim, essas previsões eram excessivas e as revisões estão confirmando isso e o PIB deve cair em torno de 4%, praticamente a metade”.

Guedes anunciou também a extensão do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEM) por dois meses. “O BEM foi o programa mais efetivo do governo em termos de gastos, custando pouco mais de R$ 20 bilhões até agora, para preservar mais de 16 milhões de empregos. Por isso vamos estender o BEM por mais dois meses para continuar a preservar empregos na retomada”.

De acordo com o ministro, na próxima terça-feira (25) o governo irá anunciar novas medidas como o programa Renda Brasil e o relançamento do contrato emprego Verde Amarelo com novas regras.

Para a economista da XP Investimentos, Lisandra Barbero, o resultado refletiu os efeitos positivos que têm sido gerados na economia pelos atuais programas voltados para o mercado de trabalho formal brasileiro, como o programa que permite a suspensão de contratos e a redução de salários e de jornada (BEM).

“Olhando para frente, o nosso entendimento é de que, enquanto perdurarem todas as formas de incentivos (creditícias, fiscais e monetárias) atualmente vigentes na economia, o mercado de trabalho formal brasileiro deve continuar sendo beneficiado. A má notícia é que o risco paira principalmente sobre o ritmo de recuperação do mercado de trabalho informal brasileiro, cujos efeitos negativos trazidos pela pandemia não têm sido amenizados na mesma magnitude em que no mercado de trabalho formal”, avaliou.