São Paulo – A piora do cenário macroeconômico brasileiro vista nos últimos 30 a 40 dias, em função principalmente de um recrudescimento da pandemia de coronavírus e ruídos sobre o orçamento federal, atrapalha no andamento de ofertas públicas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês), mas não deve mudar os principais fundamentos, com diversas companhias mantendo planos, acredita o presidente da B3, Gilson Finkelsztain.
Segundo o executivo, o começo de 2021 foi bastante positivo, com 18 IPOs até a semana passada e mais de R$ 20 bilhões captados, mas nos últimos 30 a 40 dias houve o que chamou de um “soluço”, com algumas empresas adiando planos de abrir capital. No entanto, afirma que ainda há mais de 40 empresas com intenção de entrar na Bolsa.
“Veio esse espiral negativo, com uma piora significativa da pandemia, esse soluço. Houve uma combinação muito ruim nos últimos dias, que atrapalham, mas não tiram o cerne do fundamento. Há ruídos em função do orçamento, pandemia, inflação, além de o stf [Supremo Tribunal Federal] ter revisto procedimentos sobre condenações anteriores”, afirmou Finkelsztain em live promovida pela Genial Investimentos.
No entanto, acredita que o avanço da vacinação contra o coronavírus, aliado a uma grande liquidez internacional, uma recuperação econômica dos Estados Unidos e um bom cenário para commodities, leva a crer que haverá uma melhora nas próximas semanas.