Para maioria do Fed, corte de juros calibrou bem política monetária

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São Paulo – A maioria dos membros do comitê de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) considerou que o corte de 0,25 ponto porcentual nos juros do país, anunciado no final de outubro, alinhou a política monetária às perspectivas econômicas, descartando a necessidade de novas reduções futuras caso o cenário continuasse igual.

“A maioria dos participantes julgou que a postura da política [monetária], após a redução de 25 pontos-base nesta reunião, ficaria bem calibrada para apoiar a perspectiva de crescimento moderado, de um mercado de trabalho forte e de inflação perto da meta simétrica de 2% do comitê”, afirmou o Fed na ata da reunião de outubro.

O documento acrescenta que, para este grupo, a calibragem continuaria adequada “enquanto as informações sobre a economia não resultassem numa reavaliação material da perspectiva econômica”.

Apesar disso, “participantes destacaram que a política [monetária] não está em um caminho predefinido e que estarão monitorando os efeitos das ações recentes do comitê, assim como outras informações que influenciassem a perspectiva econômica, para avaliar a trajetória adequada” dos juros, acrescentou a ata.

DISSIDÊNCIAS

A ata mostrou também que alguns participantes defenderam a manutenção dos juros na reunião de outubro porque as projeções econômicas eram favoráveis.

“Eles também julgavam que a acomodação já era adequada e que, à luz dos atrasos na transmissão da política monetária, era preferível usar algum tempo para avaliar os efeitos econômicos das decisões anteriores” antes de promover novas reduções nos juros, disse a ata.

“Vários participantes notaram que os riscos negativos diminuíram no período entre reuniões e viram pouca indicação de que a fraqueza na confiança das empresas estava se espalhando para os mercados de trabalho e para os gastos com consumo”, afirmou o documento.

“Alguns participantes manifestaram receio de que um afrouxamento adicional da política monetária poderia encorajar uma tomada de riscos excessiva e exacerbar desequilíbrios no setor financeiro”, acrescentou.

Gustavo Nicoletta / Agência CMA (g.nicoletta@cma.com.br)