Para presidente da Câmara, apesar da polarização, Brasil vai continuar um país de centro-direita após eleições

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Brasília – O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que, a despeito da polarização nas eleições presidenciais, o Brasil vai continuar sendo um país de centro-direita, espectro político que deve manter maioria no Congresso Nacional. Essa composição, segundo Lira, vai permitir o andamento das reformas estruturais.

“Em detrimento da polarização, o meu pensamento é que o Brasil continuará um país de centro-direita. O Congresso que for eleito em outubro, eu não tenho dúvida será um Congresso de centro-direita. Os partidos que se reforçaram na janela partidária foram os partidos de centro-direita”, disse Lira, acrescentando que o chamado Centrão tem cerca de 300 parlamentares. “O que quer dizer que no futuro as reformas continuarão na pauta do dia”, completou.

Lira citou as reformas administrativa, em tramitação na Câmara, e tributária, que está no Senado Federal, além de aumentar a segurança jurídica para investidores internacionais. O presidente da Câmara participou, nesta terça-feira, da conferência “Brazil &the World Economy”, promovida pelo BTG Pactul, em Nova York.

Neste momento, segundo as pesquisas de intenção de votos, o país está dividido entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na corrida pelo Palácio do Planalto.

URNAS ELETRÔNICAS

O deputado defendeu um pacto nacional da sociedade brasileira “para transformar em um país de todos”. Nesse momento, Lira disse que o país tem instituições fortes e defendeu a segurança do processo eleitoral brasileiro. Aliado de Bolsonaro, Lira foi na contramão do Palácio do Planalto e disse que as urnas eletrônicas são confiáveis.

“A polarização vai se dar, como se deu no mundo todo, no momento específico da eleição. O povo vai escolher, sem o eufemismo de dizer que aquela urna presta, aquela urna não presta. Eu fui eleito nesse sistema durante seis eleições e não posso dizer que esse sistema não funciona. O sistema é confiável. Precisa de ajustes? Precisa. Mas é importante que tenhamos tranquilidade política no pleito”, afirmou. “As instituições brasileiras são fortíssimas e funcionam plenamente”, completou.

No pronunciamento, Lira defendeu ainda o debate sobre o semipresidencialismo, argumentando que a decisão sobre o sistema de governo seria decidida pelos parlamentares que serão eleitos em outubro e, se aprovado, passaria a valer a partir de 2030.

“O Brasil precisa discutir o seu modelo. O modelo que aí está não vai permitir nunca que reformas estruturantes de grande porte andem na sua plenitude no Brasil, porque nós sempre teremos um presidente da República refém de 70-80 milhões de brasileiros para conseguir a sua reeleição”, afirmou. “Há de se ter essa discussão”, completou.