São Paulo – O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, voltou a dizer hoje que o governo brasileiro deve se ater às metas fiscais estabelecidas, uma vez que ainda há incertezas no cenário global e essas mudanças minariam a credibilidade do país.
Em sua declaração, Campos Neto disse que é preciso ter em vista o cenário externo com perspectivas de juros mais altos por mais tempo, salientando que é preciso fazer “o dever de casa” na política fiscal.
“Mudar a regra fiscal geraria muitas incertezas”, disse Campos Neto em discurso num painel promovido pelo Valor Community. “Não existir uma meta significaria que o quadro fiscal foi abandonado (…) e no Brasil se o mercado não acredita no fiscal ele também não acredita nas metas de inflação”.
O presidente do BC, no entanto, chegou a elogiar os esforços que estão sendo realizado pelo Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para atingir a meta fiscal estabelecida este ano.
“Ainda há muitas incertezas sobre o crescimento da economia mais à frente (…) porém muitas das reformas já estão começando a subir seus efeitos”, afirmou Campos Neto.
Ao comentar as incertezas no cenário externo, o líder do BC mencionou que os juros mais altos nos países centrais devem seguir nesse patamar por mais tempo, e que ainda há incertezas sobre o processo de desinflação nos Estados Unidos e na Europa.
“Os líderes de bancos centrais com quem conversei nos últimos meses estão cautelosos de onde virá esse processo de desinflação”, disse Campos Neto.