Paralisação no México é negativa para crédito da Braskem, diz Moody’s

890

São Paulo – A agência de classificação de risco Moody’s avaliou a paralisação das atividades da subsidiária Braskem Idesa, no México, como negativa para o crédito da Braskem porque adiciona despesas à companhia, além das provisões já anunciadas recentemente por conta do evento geológico no Estado de Alagoas.

Além disso, a suspensão ocorre em um momento em que as métricas de crédito da Braskem estão mais fracas do que níveis históricos e há pouca visibilidade do ciclo de baixa da indústria petroquímica em 2021.

“Acreditamos que a disposição da Braskem em fornecer suporte à joint venture diminuiu em função dos desafios atuais e da falta de transparência em relação às questões de abastecimento que a companhia enfrenta com as empresas estatais mexicanas, incluindo a petrolífera Petroleos Mexicanos (Pemex). Consequentemente, os riscos de liquidez relacionados à interrupção serão contidas no nível da Braskem Idesa”, disse a Moody’s, em nota.

A paralisação não implica queima de caixa material para a subsidiária, mas pode levar a métricas de crédito mais fracas para a joint venture e a renegociação de dívidas com os credores da joint venture dependendo de quanto tempo as operações permanecerem paralisadas.

Ontem, a agência de classificação de risco Fitch Ratings rebaixou a nota de crédito da Braskem Idesa para ‘B+’ de ‘BB-‘ após a paralisação das atividades operacionais do complexo petroquímico no país, devido à expectativa de que a empresa será capaz de encontrar fontes alternativas de combustível que permitirão a retomada da operação, mas em um nível de utilização de capacidade inferior e com uma estrutura de custos mais alta, e o risco elevado de que a empresa precisará renegociar seu contrato de fornecimento de etano com a Pemex com termos menos favoráveis.