Pedro Malan fala, em São Paulo, sobre os desafios do mundo pós-pandêmico

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São Paulo – O 17º Seminário Internacional Acrefi (SIAC), que aconteceu nesta manhã em São Paulo, debateu temas amplamente discutidos nas últimas semanas e que têm afetado diretamente tanto o mercado financeiro quanto as perspectivas para os próximos anos, no Brasil e no mundo. Como não poderia deixar, os desafios em mundo pós-pandêmico, como a inflação global, uma possível recessão e modelos sustentáveis de desenvolvimento para o futuro foram os protagonistas.

O ex-ministro da Fazenda Pedro Malan, entende que “começamos mal a terceira década do século 21, com a Covid que ceifou milhões de vidas e a invasão Rússia à Ucrânia, em fevereiro deste ano”.

Malan acredita que os Estados Unidos tiveram uma expansão de demanda muito rápida, mas não de oferta. E observa que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), assim como outros bancos centrais, demorou a agir, com a inflação tendo acumulada de 12 meses chegando a atingir 10%.

O ex-ministro acredita que existe um descontentamento com a hiper globalização, e que isso, no caso norte-americano, é manifestado nos votos, e no aumento da população desalentada.
Europa e China

“Tem um ponto alentador que é a proposta de mudança da governança na Europa, definindo uma relação entre sustentabilidade da dívida e investimentos. É preciso ter um arcabouço comum para negociar, e acho que os europeus estão na direção certa”, disse Malan.

Já sobre a China, o ex-mandatário da Fazenda entende que o problema do país asiático não é simples: “Fechar as cidades tem um impacto nas cadeias de suprimentos”.

“As incertezas se elevam no mundo e terão impactos em 2023. Existe busca por segurança energética, alimentar, sanitária, cibernética, ambiental e militar”, contextualizou Malan, que ainda disse que os padrões desenvolvimentistas não se adequam necessariamente a países emergentes como o Brasil.