Perspectivas futuras para taxas de juros na zona do euro divergem em relação aos EUA, revela ata do BCE

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São Paulo – O Banco Central Europeu (BCE) divulgou nesta sexta-feira a ata de sua última reunião de política monetária, realizada nos dias 10 e 11 de abril. O documento ressalta a crescente divergência entre as trajetórias de política monetária esperadas na zona do euro e nos Estados Unidos.

Conforme destacado na ata, “desde a anterior reunião de política monetária do Conselho do BCE, de 6 a 7 de março de 2024, os mercados financeiros começaram a avaliar alguma divergência entre as trajetórias de política monetária esperadas na área do euro e nos Estados Unidos”. Essa divergência tem sido impulsionada por uma série de fatores, incluindo “publicações de dados econômicos sólidos nos Estados Unidos, sinalizando a resiliência da economia norte-americana aos atuais níveis das taxas de juro”.

Em relação à inflação global, a ata revela que “a inflação global, medida pelo Indice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), tem melhorado gradualmente ao longo dos últimos meses”. Em destaque, “a inflação dos produtos energéticos subindo para -1,8% em março, face a -3,7% no mês anterior, principalmente devido a um efeito de base ascendente e à reversão de algumas medidas de apoio orçamental”.

O texto também aborda as pressões salariais, observando que “o crescimento anual da remuneração por trabalhador desacelerou para 4,6% no quarto trimestre de 2023, face a 5,1% no terceiro trimestre”. Esse resultado, conforme destacado na ata, ficou “0,2 pontos percentuais abaixo das projeções de março dos especialistas do BCE”.

Philip Lane, economista-chefe do BCE, propôs manter inalteradas as três taxas de juros diretoras do banco. Essa decisão foi baseada na avaliação das perspectivas de inflação, na dinâmica da inflação subjacente e na força da transmissão da política monetária. Segundo a ata, o Conselho do BCE enfatizou “a importância de mais confirmações de que o crescimento salarial está desacelerando conforme previsto e que as margens de lucro continuam a amortecer a transmissão dos custos laborais mais altos à inflação”.

Por fim, o banco central reafirmou o compromisso da instituição em manter as taxas diretivas em níveis que contribuam substancialmente para o processo de desinflação em curso, enquanto monitora de perto os desenvolvimentos globais e os dados econômicos.