São Paulo – A BGC Strategy espera que a Petrobras corte o preço da gasolina vendida em suas refinarias em 8%, ante 5% previsto anteriormente, o que deve impactar em aproximadamente -16 pontos base na inflação.
“Nossa premissa é de que o reajuste ocorra em algum dia da semana que vem”, comentou a BCG, nesta segunda-feira. “Aumentamos nossa premissa para a diminuição que a Petrobras possivelmente fará pois os preços da gasolina vendida pela empresa estão consideravelmente acima das referências internacionais pelas contas da Abicom nos últimos dias. Os preços dos combustíveis (gasolina, GLP, etanol e diesel) vendidos nos postos continuaram oscilando pouco nas últimas semanas.”
A análise também considera os dados do último Levantamento de Preços dos Combustíveis da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que apontou queda nos preços da gasolina, do diesel e do etanol, e elevação dos preços do gás de cozinha na semana passada.
Em outra análise, a Genial Investimentos vê os preços do diesel e da gasolina da Petropbrs negociados com prêmio e espera corte da gasolina em breve. O rastreador de preços de combustíveis da Genial, que compara os Preços de Paridade de Importação (PPI) com o preço médio praticado pelas refinarias da Petrobras, de R$3,11 e R$3,89 por litro para gasolina e diesel, aponta que eles estão com prêmios de 16,4% na gasolina (ou R$ 0,51 por litro a mais) e 11,4% no diesel (R$0,44 por litro mais caro) versus a paridade de preços do mercado internacional.
“De acordo com as nossas estimativas para o preço em linha com a paridade de preços internacional, a gasolina e o diesel deveriam custar pelo menos R$2,60/litro e R$3,45/litro, respectivamente”, comentam os analistas.
“A gasolina segue com prêmio expressivo em relação ao preço de paridade de importação, voltando a apresentar uma queda nos preços do combustível nos polos internacionais, acumulando um prêmio expressivo de 16,4%, enquanto os preços no Brasil não são reajustados, sendo parcialmente ajustado pela valorização do dólar frente ao real na última semana”, acrescentam.
Para o diesel, a análise da Genial ainda não considerou o reajuste anunciado na semana passada, indicando que o seu efeito será sentido ao longo dessa semana, mas o preço do combustível segue caindo nos polos internacionais, o que deve manter a negociação do diesel com prêmio, mesmo com o reajuste.
“Acreditamos que caso essa tendência continue, é possível que vejamos em breve um novo corte nos preços de combustíveis pela Petrobras, dessa vez na gasolina, para alinhar os preços nacionais ao ppi e aliviar parte das pressões de preço”, concluem.
ANP
O preço médio do litro da gasolina nos postos de abastecimento do País voltou para R$ 5,62 na semana de 3 a 9 de dezembro, uma leve baixa, de 0,18%, em relação ao preço médio de R$ 5,63 na semana anterior, aponta o Levantamento de Preços dos Combustíveis da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O preço máximo do combustível encontrado nos postos foi de R$ 7,70 e o menor preço nas revendas foi de R$ 4,55, segundo a ANP, os mesmos valores registrados entre 26 de novembro e 2 de dezembro.
No mesmo período, o preço médio do litro do diesel S10 caiu 2,43% a R$ 6,01 na comparação com os sete dias anteriores, quando custou R$ 6,16 na média nacional. O preço mais alto identificado pela ANP foi de R$ 8,52 e o preço mínimo foi de R$ 4,99. Os valores apurados já refletem a redução linear média de R$ 0,27 anunciado pela Petrobras foram em 8 de dezembro no diesel S10.
O preço médio do etanol hidratado também abaixou, para R$ 3,54, de R$ 3,56, queda de 0,56% na comparação semanal. O preço mais alto identificado pela ANP foi de R$ 6,60 e o mínimo foi de R$ 2,79, também iguais aos da semana anterior.
Já o preço do botijão de 13 quilos de gás de cozinha, ou gás liquefeito de petróleo (GLP), subiu 0,28% na mesma base comparativa, para um preço médio de R$ 101,12, de R$ 100,84. O preço mais alto identificado pela ANP foi de R$ 154,00 e o mínimo foi de R$ 67,00, segundo a apuração da ANP.
ABICOM
O acompanhamento diário da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) apontou, nesta segunda-feira, que o litro da gasolina e do diesel nas principais refinarias do País estavam 6% e 1% mais altos, respectivamente, em média, que o preço no exterior. No caso da gasolina, a variação de hoje representa R$ 0,15 mais cara, e no diesel, R$ 0,03, em média, acima do preço de paridade de importação (PPI). Na sexta-feira (8), a gasolina e o diesel estavam 9% e 3%, respectivamente, acima do preço internacional. O parâmetro usado para a comercialização desses combustíveis pelos importadores brasileiros é preço praticado no Golfo do México.
Já nos polos operados pela Petrobras, a medição de hoje indicou que a gasolina etsava 6% (R$ 0,14) acima do PPI e o diesel 1% (R$ 0,05) mais caro que o preço no exterior, em média, ante 9% (R$ 0,22) mais cara na sexta-feira (8), no caso da gasolina, e 3% (R$ 0,11) superior no diesel, nos mesmos polos.
O PPI foi calculado pela Abicom usando como referência os valores para gasolina, óleo diesel, câmbio, RVO e frete marítimo nas cotações, considerando os fechamentos do mercado de 8 de dezembro.
Segundo a Abicom, “apesar da estabilidade no câmbio, os preços de referência da gasolina e do óleo diesel apresentaram ligeira valorização no mercado internacional no fechamento de sexta, dia que passou a vigorar o anúncio feito pela Petrobras de reduzir em 6,6% (R$ 0,27 por l) o preço do óleo diesel, o cenário médio de preços está na paridade para o óleo diesel e acima dela para gasolina”, comentou a Abicom, no relatório desta segunda-feira.
A medição de hoje ocorreu no quarto dia de vigência da redução linear média de R$ 0,27 por litro no diesel S10 e 52 dias após a redução de R$ 0,12 por litro na gasolina, pela Petrobras, respectivamente, e em 8 de dezembro e 21 de outubro. Na última quarta (6), a Acelen, no Polo Aratu-BA, reduziu os preços do óleo diesel A em R$ 0,1473 por litro e da gasolina A em R$ 0,07 por litro. Com isso, os preços médios do óleo diesel operam acima ou na paridade a depender do polo analisado, enquando os preços médios da gasolina operam acima da paridade em todos os polos analisados.
A taxa de câmbio Ptax, calculada diariamente pelo Banco Central, fechou na sessão de sexta (8) operando em patamar elevado (no fechamento, em R$ 4,92) e pressionando os preços domésticos dos produtos importados, acrescentou a associação.
A entidade também registrou que a oferta apertada do petróleo segue pressionando os preços futuros da commodity.