Petrobras e Itaú ajudam segurar Bolsa no positivo em dia de liquidez baixa; dólar cai

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São Paulo -A Bolsa fechou em tímida alta, enquanto os índices americanos subiram forte, em uma sessão calma, fraca de indicadores e baixo volume. As ações da Petrobras e Itaú ajudaram a segurar o Indice no positivo.

Os investidores ficam no aguardo da divulgação do Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto, inflação oficial do País, amanhã (10), que deve desacelerar.

A Vale (VALE3) fechou a subir bem no pregão, mas encerrou no zero a zero, cotada a R$ 56,68. Petrobras (PETR3 e PETR4) avançou 1,33% e 1,09%. Itaú (ITUB4) registrou ganho de 0,97%.

As ações ligadas à economia doméstica caíram, Magazine Luiza (MGLU3) recuou 2,37%.

O principal índice da B3 subiu 0,12%, aos 134.737,21 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em outubro registrou alta de 0,15%, aos 136.100 pontos. O giro financeiro foi de R$ 15,9 bilhões. Em Nova York, os índices fecharam no positivo.

Marcelo Boragini, sócio e especialista em renda variável da Davos Investimentos, disse que “em dia de agenda esvaziada, o volume é baixo e o Ibovespa sobe acompanhando os mercados no exterior com expectativa em torno dos dados de inflação aqui e nos EUA; Petrobras e Vale são destaques com a alta das commodities. A Azul (PN, -8,33%) cai com o mercado acompanhando a situação financeira da companhia”.

Alexandre Pletes, head de renda variável da Faz Capital, disse que “o Ibovespa não reflete alta tão grande em dia de pouco volume. A Azul é destaque negativo com possível recuperação judicial; MRV(ON, +2,65%) e Ultrapar (ON, +3,34%) sobem. A Ultrapar avança com recomendação de compra pelo Santander”.

Ubirajara Silva, gestor de renda variável independente, disse que a Bolsa tem ajuda das de Petrobras, Vale e Itaú e espera pelos dados de inflação aqui e nos Estados Unidos.

“A nossa Bolsa performa bem, está acompanhando parte do movimento das bolsas no exterior e com as blue chips tentando sustentar a alta. Já as empresas ligadas ao mercado interno sofrem um pouco mais. O mercado fica cauteloso à espera pelo IPCA [de agosto] amanhã (10) e ao longo da semana também tem divulgação de inflação nos Estados Unidos”.

Em relação à inflação, Silva disse que o IPCA de agosto deve desacelerar e lá fora “esses dados perderam um pouco de relevância, a inflação segue comportada. O mercado está mais de olho em emprego e atividade”.

Ricardo Leite, head de renda variável Diagrama Investimentos, disse que “o Boletim Focus projetando a Selic a 11,25% até o final do ano está derrubando levemente os juros longo, e ajuda a manutenção da alta do Ibovespa. Os dados mais fortes do PIB [cresceu 1,4% no 2T24, divulgado semana passada] reforçaram essas apostas de alta dos juros. As blues subindo segura o mercado em patamares positivos, mas não estou muito animado porque acredito que vamos ter um fluxo de realização em breve”.

O dólar fechou em queda de 0,21%, cotado a R$ 5,5796. A moeda operou sem ímpeto durante toda a primeira sessão da semana, refletindo a espera pelas decisões do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e Comitê de Política Monetária (Copom), na próxima semana.

Vanei Nagem, sócio da Pronto! Invest, disse que mercado está de lado, “e volume fraco, em compasso de espera para as reuniões do Copom e do Fed, na próxima semana, dias 17 e 18. A sessão de hoje parece mais uma ressaca de uma semana agitada”.

Alexandre Pletes, head de renda variável da Faz Capital, disse que “o dólar comercial tem se mantido lateralizado, entre quedas e subidas- R$ 5,54 e R$ 5,64, patamares da semana passada”.

O analista da Potenza Capital Bruno Komura observa que a divisa estadunidense ganha força perante grande parte das moedas, e que o sentimento predominante é de cautela, com o mercado precificando um corte de 0,25 ponto percentual (pp) após os dados do payroll, divulgados na última sexta.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam majoritariamente em alta. O movimento de hoje refletiu a provável elevação da Selic (taxa básica de juros), na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na próxima semana.

Por volta das 16h37 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 10,920% de 10,920% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2026 projetava taxa de 11,755%, de 11,735%, o DI para janeiro de 2027 ia a 11,705%, de 11,695%, e o DI para janeiro de 2028 com taxa de 11,740% de 11,745% na mesma comparação. O dólar opera em queda, cotado a R$ 5,5796 para venda.

Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em alta, após a pior semana do S&P 500 desde o início de 2023, à medida que a inflação voltou ao foco dos investidores que avaliam pressões que poderiam influenciar o tamanho dos cortes na taxa de juros.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: +1,20%, 40.829,59 pontos
Nasdaq 100: +1,16%, 16.884,6 pontos
S&P 500: +1,15%, 5.471,05 pontos

 

Paulo Holland e Darlan de Azevedo / Agência Safras News