São Paulo, SP – A Petrobras informou ontem (3) que iniciou o processo de contratação para afretamento de dois navios-plataformas destinados ao projeto Sergipe Águas Profundas (SEAP), na Bacia de Sergipe-Alagoas, a cerca de 100 km da costa. Do tipo FPSO (sistema flutuante de produção, armazenamento e transferência de petróleo), as unidades serão estratégicas para ampliar a disponibilidade do gás nacional, além de abrir uma nova fronteira de produção na região Nordeste.
“O projeto Sergipe Águas Profundas se destaca pelas reservas expressivas, com potencial de impulsionar a oferta de gás natural no país e reduzir nossa dependência à importação desse insumo”, disse o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. “Outra vantagem é que o gás é o combustível crucial de transição energética. Não só por sua versatilidade de aplicação como fonte de energia para as mais diversas indústrias e previsibilidade de entrega, mas principalmente por sua eficiência em emissões”, complementou ele.
Cada plataforma (SEAP I e SEAP II) terá capacidade de processar, diariamente, até 120 mil barris de petróleo (bpd). O óleo da região é leve, considerado de boa qualidade, entre 38 e 41 graus API e, portanto, de maior valor comercial. Juntas, as duas unidades terão potencial de ofertar até 18 milhões de m3 de gás por dia.
INVESTIMENTOS
Com volume substancial de gás, o projeto abre um novo horizonte de investimentos, trazendo uma série de oportunidades para o setor e para os estados de Sergipe e Alagoas. Além disso, vai viabilizar no país um novo marco tecnológico: a implantação de um projeto de produção em profundidade dágua acima de 2500 metros (alcançando até 3 mil metros),
incorporando inovações de última geração.
Os dois FPSOs serão unidades afretadas e, nas suas especificações técnicas, a Petrobras utilizou soluções avançadas como o aprimoramento no sistema de tratamento e injeção de água produzida no reservatório, além de novas tecnologias com maior eficiência na redução das emissões de gases de efeito estufa.
Em dezembro de 2021, foi declarada a comercialidade de sete campos em águas profundas na Bacia de Sergipe-Alagoas: Agulhinha, Agulhinha Oeste, Budião, Budião Noroeste, Budião Sudeste, Cavala e Palombeta.
O projeto SEAP I abrange as jazidas pertencentes aos campos de Agulhinha, Agulhinha Oeste, Cavala e Palombeta, localizados nas concessões BM-SEAL-10 e BM-SEAL-11. A Petrobras é operadora das concessões BM-SEAL-11 – com 60% de participação, em parceria com a IBV Brasil Petróleo LTDA (40%) e BM-SEAL-10, onde detém 100% de participação.
O projeto SEAP II abrange jazidas pertencentes aos campos de Budião, Budião Noroeste e Budião Sudeste, localizados nas concessões BM-SEAL-4, BM-SEAL-4A e BM-SEAL-10, respectivamente. A Petrobras é operadora das concessões BM-SEAL-4 com 75% de participação em parceria com a ONGC Campos Limitada (25%) e BM-SEAL-4A e BM-SEAL-10, onde detém 100% de participação.