São Paulo – O presidente da Petrobras, Jean Jean Paul Prates, disse que a Petrobras investirá US$ 2,6 bilhões (R$ 10 bilhões) até 2027 na Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim, projeto que está previsto no plano estratégico da companhia, no contexto de retomada dos investimentos em refinarias que, segundo ele, “foi paralisado pelas gestões anteriores”, em em entrevista coletiva realizada, nesta segunda-feira (30/10), em Belo Horizonte, durante o encontro de óleo, gás e biocombustíveis para o fortalecimento da cadeia de produção industrial e comercial.
O investimento será feito em duas fases, a primeira para aumentar a capacidade de 170 mil barris de petróleo para 200 mil, e depois, para 240 mil. Também haverá outros investimentos em parada técnica (manutenção) e autoprodução com energia solar.
O CEO da Petrobras disse que é possível investir em “refinaria dentro da refinaria” e que isso será feito na ampliação da Regap. “Não é necessário construir novas refinarias. Há 20, 30 anos atrás era legal. Hoje encontramos formas de construir refinarias dentro das nossas próprias refinarias. A Regap é mais um exemplo, a ampliação será feita dentro da própria refinaria de Betim, com aprimoramentos internos. Isso é moderno, é o que as grandes empresas de petróleo hoje estão fazendo.”
Segundo Prates, a parada técnica da Petrobras terá investimentos de R$ 500 milhões com empresas nacionais e demanda a contratação de 3 mil pessoas em Minas Gerais. A Regap também terá plantas solares, com 11 MW para próprio consumo, que representa 80% da necessidade de consumo de energia da refinaria.
“Conseguimos impedir a venda da Regap e de Canoas, que eram duas refinarias importantes. A intenção não era só sair do Nordeste, do Norte, mas sair de Minas, do Rio Grande do Sul, do Paraná, íamos perder essas refinarias. Então, o investimento em parada de manutenção não foi feito. Isso demanda um investimento grande, para contratação de pessoas técnicas e especializadas e serão feitos com mineiros e mineiras.”
Prates também disse que a Petrobras tem outros projetos para investir na Bahia e Minas Gerais que estão sendo analisados. “Vamos trabalhar juntos com o governo, que não vai comandar a Petrobras, mas trabalhar juntos e um deles é o direcionamento em conteúdo local. Onde não for impossível contratar localmente, faremos assim, e esses investimentos serão importantes para revitalizar esse processo.”
Outra ação da Petrobras em Minas Gerais será a recuperação de fornecedores da Petrobras, segundo Prates, em torno de 15 mil, as áreas todas em que estão cadastradas, e como líderes de contratação, junto com outras como Saudi Aramco, Adnoc, Equinor, enfim, todas essas empresas representativas do investimento de petróleo e gás também vão acompanhar a Petrobras na transição energética. Elas estão na nossa frente, vamos acompanhá-las e tudo isso vai aumentar a capacidade de compra e contratação de serviços e bens para a Petrobras em Minas Gerais, que é importante para a companhia.”
O presidente da FIEMG (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais), Flávio Roscoe, disse que boa parte do combustível de Minas Gerais já é comprado de outros estados. “A Regap e a Petrobras têm um papel fundamental para a economia mineira. Esse plano traz oportunidades extraordinárias para o estado, espero que vire realidade. Boa parte do combustível de MG vem de outros estados, e com isso, perde na dinâmica. Esse investimento valoriza os mineiros e a nossa indústria, para nós é fundamental, parabenizo o ministro e a Petrobras por essa iniciativa.”
Roscoe também disse que os investimentos em biocombustíveis da Petrobras serão fundamentais para atender os compromissos de redução das emissões e para as exportações das indústrias mineiras.
Prates disse que o evento de hoje é importante pois a Petrobras considera Minas Gerais um polo importante de exploração de petróleo e que a indústria mineira é importante para o setor, além da mineração, pois a Petrobras utiliza minerais, os serviços, a siderurgia, e que, da mesma forma, a empresa também é importante para o Estado. “Nossa refinaria em Betim recolhe mais imposto do que a Fiat e siderúrgicas que estão aqui, às vezes até mais do que a Vale. Temos uma importância para Minas que Minas às vezes pouco conhece”, acrescentou. “O faturamento bruto da Regap foi de R$ 45 bilhões em 2022 e quase R$ 50 bilhões com outras receitas, superior a outras grandes empresas locais.”
O evento marca um reencontro da Petrobras com o Estado sob o novo governo federal e nova gestão da empresa, “para abrir horizontes e começar uma nova vida nessa relação entre fornecedores e indústria.
Silveira disse que o governador de MG, Romeu Zema, foi convidado para o evento, mas não compareceu.
