Petrobras não vê necessidade de alteração em política de preços de combustíveis

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São Paulo – A política de preços de combustíveis da Petrobras não deve ser alterada, com a manutenção do monitoramento do mercado diariamente, mas sem data definida para anúncio de reajustes, disse o diretor comercial e de logística da estatal, Claudio Mastella.

“Não há nenhuma mudança na maneira de gerenciar preços, o monitoramento do mercado é diário, como tem sido nos últimos anos, e tomamos a decisão de reajustar para cima ou para baixo sem frequência definida após análise”, disse o diretor em videoconferência com analistas sobre os resultados do primeiro trimestre.

Segundo Mastella, a Petrobras já usou diversas abordagens de precificação nos últimos anos, com maior e menor frequência, estando atualmente no que considerou um nível intermediário de frequência, o que afirmou parecer adequado.

“Na prática, não repassamos imediatamente os preços internacionais e ao mesmo tempo mantemos competitividade, não vejo necessidade de fazer alteração na política. Ela não precisa de data marcada”, reiterou.

A política de preços de combustíveis da Petrobras tem sido alvo de atenção após mudanças e ruídos trazidos por críticas do presidente Jair Bolsonaro, que acabou mudando a presidência da estatal. Analistas alegam que é importante manter a paridade com preços internacionais do petróleo para que a empresa mantenha preços competitivos.

DESINVESTIMENTOS

A Petrobras também reiterou a mensagem de que a nova gestão irá manter os programas de desinvestimentos, após questionamento de analistas sobre possíveis reavaliações e demora.

“Os desinvestimentos seguem, mas levam tempo, não vejo descontinuidade, pelo contrário, estamos focados em fazer execução e processo de desinvestimentos, seguindo a sistemática da empresa”, disse o diretor financeiro e de relações com investidores, Rodrigo Araújo Alves.

Alves também disse que segue o interesse na realização da venda da participação na BR Distribuidora, com a companhia estudando o melhor momento para fazer isso.

DIVIDENDOS

A Petrobras ainda deve continuar usando sua geração de caixa para reduzir a sua dívida e atingir a meta de US$ 50 bilhões de dívida até o fim de 2022, o que poderá trazer espaço para maior pagamento de dividendos.

“Continuamos consistentes com a política de dividendos, o foco é diminuir a dívida, estamos fazendo isso o mais rápido possível e usando o fluxo de caixa. Se atingirmos a meta, teremos maior conforto para melhorar o pagamento de dividendos”, disse o diretor financeiro e de relações com investidores, Rodrigo Araújo Alves.

A dívida líquida da companhia ao fim do primeiro trimestre encolheu 20,1%, para US$ 58,424 bilhões, o que equivale a 2,03 vezes o ebitda ajustado em dólar acumulado pela Petrobras num período de 12 meses. Um ano antes, este índice era de 2,15 vezes.

MENSAGEM DO NOVO PRESIDENTE

O novo presidente da Petrobras, o general Joaquim Silva e Luna, não esteve na videoconferência para responder perguntas, que foram respondidas pelos demais diretores, mas em vídeo gravado divulgado no início da conferência também reiterou que a estatal irá seguir seu plano estratégico, com destaque para o aumento da produção.

“Serão US$ 55 bilhões de 2021 a 2025 e com esse conjunto de ações previstas a Petrobras extrairá mais petróleo do que já extraiu em toda a sua história. Estamos desinvestindo para investir, concentrando esforços em produção e refino”, afirmou.

Luna também disse que as ações irão dobrar a produção de diesel S-10 nos próximos anos e que os resultados do primeiro trimestre, divulgados ontem, foram sólidos, mostrando que a companhia está superando desafios.