Petrobras nega compra de controle da Braskem e ações caem

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São Paulo – As ações da Petrobras e Braskem fecharam em queda, após novos desdobramentos sobre a venda de participações da acionista controladora da petroquímica e a informação de que a petrolífera está ajustando sua política de preços de combustíveis. A ação da Braskem (BRKM5) foi a principal queda do Ibovespa, tombando quase 7%, a R$ 22,67, e as da Petrobras (PETR3; PETR4) caíram 2,16% e 2,36%, a R$ 28,51 e R$ 25,63 e também ficaram entre as maiores baixas do índice.

No meio da tarde, a Petrobras divulgou um comunicado informando que não está conduzindo nenhuma estruturação de operação de venda no mercado privado e que não houve qualquer decisão da sua diretoria executiva ou do seu conselho de administração em relação ao processo de desinvestimento ou de aumento de participação na Braskem mencionadas na mídia.

“Nesse sentido, a Companhia esclarece que decisões sobre investimentos e desinvestimentos são pautadas em análises criteriosas e estudos técnicos, em observância às práticas de governança e os procedimentos internos aplicáveis. Fatos julgados relevantes sobre o tema serão tempestivamente divulgados ao mercado”, escreveu a Petrobras, no comunicado.

Mais cedo, o jornal “Folha de S. Paulo” informou na coluna “Painel SA” que, em conversas reservadas, o presidente da Petrobras, Jean-Paul Prates (PT-RN), teria afirmado que a estatal avalia exercer o seu direito de preferência e adquirir o controle da Braskem. A publicação aponta que, para a petroleira, é preciso buscar uma saída para seu endividamento da Braskem, cujas ações estão desvalorizando diante do nível de endividamento cerca de seis vezes o Ebitda, quase o dobro do recomendável.

Interlocutores de Prates ouvidos pelo jornal afirmam que o governo avalia adquirir o controle da petroquímica seguindo a orientação do presidente Lula para ampliar o comando sobre empresas estratégicas. A Petrobras teria caixa suficiente para suportar uma operação desse porte. No entanto, a disposição dos acionistas no momento é oposta. O governo gostaria de resolver essa situação rapidamente e por um preço baixo.

Em evento em São Paulo nesta segunda-feira, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que o disse que os investidores da Petrobras devem se aprofundar sobre o que está sendo feito em políticas públicas para o setor de petróleo e que foi eleito um governo com um novo posicionamento político, que considera a companhia estratégica para o crescimento do Brasil.

“O acionista da Petrobras sabe que o governo é acionista controlador da empresa. Está claro na Lei das Estatais que a Petrobras é indultora do investimento nacional. Eu defendo que a Petrobras chame sua política de PCI, Política de Competitividade Interna”, disse o ministro sobre a interferência do governo atual na política de preços.

Neste domingo (14/5), a Petrobras também informou que está discutindo internamente alterações em suas políticas de preço para diesel e gasolina, que serão analisadas pela Diretoria Executiva da companhia no início desta semana e poderá resultar em uma nova estratégia comercial para definição de preços de diesel e gasolina e que “eventuais mudanças estarão pautadas em estudos técnicos, em observância às práticas de governança e os procedimentos internos aplicáveis”.

Na teleconferência de resultados do primeiro trimestre, na sexta-feira (12), o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse que a reformulação da política comercial da Petrobras terá como critério “estabilidade versus volatilidade e atrabilidade”.