Petrobras obtém autorização da ANP para comercializar novo tipo de asfalto ‘mais sustentável’

851

São Paulo – A Petrobras obteve autorização da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para a comercialização de um novo asfalto sustentável, ideal para serviços de reciclagem na pavimentação: o chamado CAP Pro AP (Cimento Asfáltico de Petróleo de Alta Penetração), informou a empresa, em nota. O produto está sendo produzido na Refinaria Henrique Lage (Revap), no estado de São Paulo e deve ser disponibilizado para comercialização no mercado paulista em agosto.

Segundo a Petrobras, o produto pode ser usado na produção de concreto asfáltico para pavimentação com cerca de 25% de conteúdo reciclado, incorporando o conceito de economia circular. Teores maiores de conteúdo reciclado podem ser usados em conjunto com o CAP Pro AP, a depender das condições de projeto do pavimento. Por suas características, integra uma nova geração de produtos mais sustentáveis da Petrobras, em linha com a transição para o futuro de baixo carbono.

“Por ter menor rigidez e composição química ajustada para auxiliar na renovação de asfaltos envelhecidos, o CAP Pro AP pode ter amplo uso na reciclagem de pavimentos, eliminando a necessidade de agentes rejuvenescedores de custo elevado”, afirma a Petrobras.

De acordo com o diretor de Processos Industriais e Produtos da Petrobras, William França, o CAP Pro AP está sendo produzido com a capacidade instalada de refino, sem a necessidade de grandes investimentos para viabilizar sua produção. A Petrobras está posicionada para gerar produtos mais sustentáveis.

Além do uso direto na pavimentação com tecnologias de reciclagem, dadas as suas características físico-químicas, o CAP Pro AP também tem propriedades adequadas para compor os insumos para a produção de asfaltos de alto desempenho para rodovias, tais como os Asfaltos Modificados por Polímeros (AMPs) e Asfaltos-Borracha (ABs). Nessa mesma linha, também facilita a produção de Emulsões Asfálticas (EAs) e produtos para impermeabilização (na produção de mantas, fitas e tintas seladoras, entre outros asfaltos industriais vinculados a usos na construção civil), trazendo benefícios para todo o setor.

O CAP Pro AP foi desenvolvido pelo Centro de Pesquisas da Petrobras (CENPES). Segundo o diretor de Engenharia, Tecnologia e Inovação, Carlos Travassos, a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias para produtos mais sustentáveis é prioridade para a companhia. Estamos trabalhando em soluções que signifiquem ganhos sociais e ambientais efetivos.

Uma cadeia ambientalmente mais sustentável

A Petrobras afirma que a pavimentação asfáltica é responsável por cerca de 30% das emissões de gases poluentes gerados na implantação de uma rodovia. O mercado brasileiro de asfalto, no entanto, vem avançando com as demandas de soluções de pavimentação mais eficientes, de menor custo e mais sustentáveis, garante a empresa.

Em 2021, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) tornou obrigatório o reaproveitamento de pavimento asfáltico reciclado, conhecido como RAP (Reclaimed Asphalt Pavement), oriundo de obras federais, como medida para favorecer a redução de impactos ambientais e de custos na pavimentação.

Segundo o diretor de Logística, Comercialização e Mercados da Petrobras, Claudio Schlosser, o CAP Pro AP é uma alternativa mais sustentável para os clientes: O desenvolvimento de um asfalto usado para promover a reciclagem e como insumo para facilitar a produção de AMPs, entre outros produtos industrializados, é mais um indicativo das ações da Petrobras para o fortalecimento da sustentabilidade na cadeia de produção desse mercado.

Desenvolvimento de asfalto que mitiga emissões de gases de efeito estufa

No mesmo segmento, além da comercialização do CAP Pro AP, a Petrobras, em parceria com concessionárias de rodovias e universidades, iniciou os testes em campo com outro tipo de asfalto. Trata-se do CAP Pro 30/45, que possibilita a produção e aplicação de concretos asfálticos em menores temperaturas, reduzindo em até 35% o consumo de energia na etapa de usinagem da massa asfáltica (em relação ao processo convencional). Dados de literatura apontam emissões estimadas de gases de efeito estufa até 65% menores. O CAP Pro 30/45 deve ser comercializado no segundo semestre deste ano.