São Paulo, 9 de janeiro de 2025 – Os analistas do Santander estimam que seria necessário um aumento de 7% a 8% nos preços de gasolina e do diesel da Petrobras para restaurar os crack spreads da companhia de volta à média histórica, ao mesmo tempo que observam que os crack spreads globais tenham reduzido nos últimos meses. A análise considera a estimativa de que a Petrobras está atualmente vendendo gasolina e diesel no mercado doméstico com um desconto de aproximadamente 7% e 12% em relação ao preço de paridade de importação (PPI), com crack spreads de cerca de US$ 3 e US$ 15 por barril, respectivamente, considerando os recentes aumentos internacionais de preços de combustíveis e a depreciação da moeda brasileira.
Em relação à avaliação de que há espaço para a Petrobras aumentar o preço da gasolina, a análise do Santander aponta que os atuais crack spreads da Petrobras nesse combustível (US$ 3 por barril) estão se aproximando do território negativo, sugerindo que a companhia pode estar vendendo gasolina perto de seu custo marginal (ou seja, na faixa inferior da política de preços), o que é um indicador importante para possíveis ajustes de preço na opinião dos analistas.
“Embora acreditemos que a Petrobras possa aumentar os preços dos combustíveis no curto prazo, particularmente a gasolina, se uma tendência de crack spread persistir, seguindo sua estratégia comercial de preços, notamos: (i) o aumento do imposto ICMS para combustíveis em 1 de fevereiro reduz nossa convicção sobre os aumentos de preços da gasolina no curto prazo, dado o impacto na inflação, e (ii) os participantes do mercado têm conseguido importar ativamente o diesel, apesar do amplo desconto da Petrobras para o PPI, o que pode permitir que a Petrobras mantenha os preços inalterados.
Para Abicom, preços da gasolina e do diesel estão 9% e 14% abaixo da paridade de importação
São Paulo, 9 de janeiro de 2025 – O acompanhamento diário da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) aponta, nesta quinta-feira, defasagens médias de 9% e 14% no litro da gasolina e do diesel nas principais refinarias do País em relação aos preços destes combustíveis no exterior, o que corresponde a variações de -R$ 0,27 na gasolina e de -R$ 0,49 no diesel, em média, respectivamente. A variação nos polos operados pela Petrobras, por sua vez, indicou que o preço da gasolina estava 10% (-R$ 0,29), em média, abaixo do preço no exterior, enquanto o preço médio do diesel nos polos da empresa estava 16% (-R$ 0,55) menor que o preço de paridade de importação (PPI), em média, na mesma base de comparação.
O parâmetro usado para a comercialização desses combustíveis pelos importadores brasileiros é preço praticado no Golfo do México.
O PPI foi desenvolvido e é atualizado pela Abicom em parceria com a StoneX Brasil para os dados dos valores de referência para gasolina, óleo diesel, câmbio, RVO e frete marítimo considerando os fechamentos do mercado no pregão anterior (08/01/2025).
“Com a estabilidade no câmbio e nos preços de referência da gasolina e do óleo diesel no mercado internacional no fechamento do dia útil anterior, o cenário médio de preços está abaixo da paridade para o óleo diesel e para gasolina”, comentou a Abicom, no relatório desta quinta-feira.
A taxa de câmbio Ptax, calculada diariamente pelo Banco Central, fechou na sessão de ontem (8) operando em patamar elevado (no fechamento, em R$ 6,13) e pressionando os preços domésticos dos produtos importados, acrescentou a associação.
A entidade também registrou que a oferta apertada do petróleo segue pressionando os preços futuros da commodity.
A medição de hoje ocorreu 379 dias após a vigência da redução linear média de R$ 0,30 por litro no diesel S10 em 27/12/23 e 184 dias após o aumento de R$ 0,20 por litro na gasolina A, pela Petrobras, em 09/07/2024.
Na última quarta (8), a Acelen, no Polo Aratu-BA, não alterou o preço do óleo diesel A e aumentou o preço da gasolina A em R$ 0,0869 por litro. Com isso, os preços médios dos dois combustíveis operam abaixo da paridade em todos os polos analisados.