São Paulo – A Petrobras informou que o Comitê de Elegibilidade realizará uma reunião na tarde de sexta-feira, 24 de junho, para analisar a indicação de Caio Mário Paes de Andrade à presidência da companhia, com base nas suas regras de governança e legislação aplicável. A confirmação ocorreu após o recebimento, na tarde de ontem, dos relatórios necessários para a avaliação do executivo, indicado pela União, que é acionista controlador da Petrobras.
O Comitê de Elegibilidade (Celeg) é composto pelos membros do conselho de administração e Comitê de Pessoas (Cope) da Petrobras, Francisco Petros (presidente do Celeg) e Luiz Henrique Caroli, e pelos membros externos do Cope Ana Silvia Matte e Tales Bronzato.
Além disso, conforme previsto no Regimento Interno do Cope, o conselheiro de administração Marcelo Mesquita, eleito pelos acionistas minoritários detentores de ações preferenciais, foi convidado para a respectiva pauta de indicação.
A companhia também confirmou o recebimento dos dados do Ministério de Minas e Energia, que ajustou a relação de indicados da União para compor o seu conselho de administração, com retirada dos nomes dos candidatos representantes dos acionistas minoritários. Com isso, permaneceram as indicações propostas anteriormente pelo acionista controlador (Gileno Gurjão Barreto (Presidente do Conselho de Administração); Caio Mario Paes de Andrade (Presidente da Petrobras); Ricardo Soriano de Alencar; Edison Antonio Costa Britto Garcia; Jonathas Assunção Salvador Nery de Castro; Ieda Aparecida de Moura Gagni; Ruy Flaks Schneider; e Márcio Andrade Weber).
PRIVATIZAÇÃO
A Petrobras disse que desconhece decisão, ato ou fato relevante que deva ser divulgado ao mercado com relação à notícia veiculada no portal “UOL”, que diz que o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, trabalha na elaboração de um projeto de lei que abriria caminho para privatizar a Petrobras, em esclarecimento pedido pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em 21 de junho.
Segundo a reportagem, a privatização da Petrobras se daria por meio da conversão de ações preferenciais da companhia (PETR4) em ações ordinárias (PETR3), ou seja, aquelas que conferem ao detentor o direito a voto nas assembleias. Essa operação diluiria a participação do governo federal no capital votante da petrolífera, passando o controle da empresa para a iniciativa privada.
“A Petrobras informa que não tem conhecimento de decisão, ato ou fato relevante que deva ser divulgado ao mercado com relação à notícia acima e que, em 20 de junho de 2022, solicitou esclarecimentos ao acionista controlador acerca do tema, mas, até a presente data, não recebeu resposta”, informou a estatal, ontem por meio de ofício enviado à CVM.
Em 2 de junho, o Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) decidiu recomendar ao presidente Jair Bolsonaro a inclusão da Petrobras nos estudos para privatização. O pedido de inclusão da petrolífera na carteira do PPI foi feito na última segunda-feira pelo Ministério de Minas e Energia (MME), pasta da qual Saschida já era titular desde 11 de maio.
A qualificação da Petrobras no PPI visa dar início aos estudos para a proposição de ações necessárias à privatização da estatal, os quais serão produzidos por um comitê interministerial a ser instituído entre os ministérios de Minas e Energia e da Economia.
Com Camila Brunelli e Emerson Lopes / Agência CMA.