PF vê ligações de Fernando Coelho a corrupção

1074

Por Gustavo Nicoletta

São Paulo – A Polícia Federal encontrou indícios de que o deputado federal Fernando Coelho Filho (DEM-PE) e seu pai, o senador e líder do governo, Fernando Bezerra (MDB-PR), estejam envolvidos com pessoas e empresas investigadas na operação Desintegração.

Segundo relatório de busca e apreensão enviado pela PF ao Supremo Tribunal Federal (STF), os policiais encontraram um disco rígido “contendo documentos referentes ao investigado André Gustavo da Silva, que seria um dos operadores financeiros” tanto de Fernando Coelho quanto de Fernando Bezerra.

Também foram encontrados na casa de Fernando Coelho cerca de R$ 55 mil em espécie, divididos e armazenados em envelopes para depósito em caixa eletrônico.

“A forma de acondicionamento dos valores ganha contornos mais relevantes ao se cotejar com os documentos apreendidos no gabinete do deputado federal, onde também foram encontrados envelopes bancários e extratos apontando a utilização da técnica de lavagem de dinheiro denominada “smurfing”, que é utilizada para, em tese, realizar a dissimulação dos valores depositados”, disse a PF.

O relatório aponta também que foram encontrados documentos relacionados diretamente com os fatos apurados na operação Desintegração, que investiga pagamentos de empreiteiras a autoridades públicas.

Uma das empresas apontadas como suspeitas de terem realizados pagamentos potencialmente ilícitos ao senador Fernando Bezerra é a Construtora Barbosa Mello. “Com efeito, pesquisa eletrônica realizada num HD externo localizado no gabinete da liderança do governo também identificou a existência de documentos, inclusive, pagamentos à Construtora Barbosa Mello”, diz a PF.

Também foi encontrado um disco rígido no gabinete da liderança do governo – e portanto do senador Fernando Bezerra – contendo uma planilha com uma “relação de doadores ocultos”.

A PF ressalvou que “somente após a conclusão dos exames periciais e análises respectivas será possível compreender as razões de tais documentos estarem acondicionados num HD utilizado por um servidor lotado no gabinete da liderança do governo” e que ainda são necessárias mais investigações para que possa haver conclusões sobre o material apreendido.