São Paulo – Em 2021, o Produto Interno Bruto (PIB) da construção brasileira deverá crescer 3,8%, ante uma queda de 2,5% em 2020, de 3,5%, devido aos lançamentos de empreendimentos neste ano, disse o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon), que espera maior pressão dos custos no ano que vem.
“Seria bom que as taxas de juros continuem baixas e que haja uma contenção dos custos com os materiais, para que as obras se viabilizem a um preço que o mercado paga”, comentou Odair Senra, presidente da entidade.
Em 2020, o setor foi impulsionado pelo crescimento da incorporação, devido aos juros baixos dos financiamentos imobiliários, aumento da demanda por imóveis a partir da pandemia e a atratividade do investimento em imóveis.
Por outro lado, os aumentos de preços de materiais de construção já estão refletindo nos custos das obras e esse impacto deve avançar até o primeiro trimestre de 2021, podendo repercutir na retomada do setor e consequentemente, no nível de emprego, disse a entidade.
Entre os fatores que podem influenciar no aumento dos custos em 2021 são os materiais produzidos por poucos fabricantes e que não têm concorrência externa, a baixa produtividade e o câmbio.
A situação fiscal do país e a ausência de reformas também levam a uma expectativa de baixo crescimento no próximo ano, pois estão diretamente ligadas à lenta recuperação do mercado de trabalho e da renda, além da possibilidade de uma nova onda global da Covid-19, disse a entidade.
“As obras de infraestrutura dificilmente contarão com uma recuperação expressiva, por falta de recursos de governo e por conta da sinalização de um cenário econômico pouco consistente para atrair investimentos externos”, acrescentou.
De acordo com a Sondagem da Construção da FGV/Ibre, todos os indicadores da média do índice de atividades mostram a retomada da construção, mas ainda irão apresentar variação negativa no ano.
Até outubro, o total de empregados com carteira assinada no setor em outubro é de 2.305.334, o que representa um saldo líquido, entre admissões e demissões, no ano, de 138,4 mil trabalhadores. Na variação em 12 meses, no acumulado do ano até outubro, as vendas de cimento cresceram 10,1% comparado ao mesmo período do ano passado.
O volume de vendas de materiais de construção no varejo acumula alta de 7,8% no ano, enquanto a produção tem queda de 4,7%.