São Paulo – O Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon) tem olhar otimista para o setor em 2022, com a perspectiva de crescimento do PIB da construção acima do esperado para o PIB nacional, com alta de 8% em 2021 e de 2% para 2022.
A entidade espera avanço das empresas do setor, menor inflação de custos e reflexo positivo no aumento do emprego, segundo projeções apresentadas por Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção do FGV/Ibre (Instituto de Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira.
Segundo o vice-presidente do Sinduscon, Eduardo Zaidan, a inflação desse ano deve ser menor que a do ano passado. “O que não quer dizer que a gente já esteja com a inflação ajustada para 2022. É importante que esse ajuste seja feito para a construção civil não só setorial, como para o consumidor final.”
Segundo o executivo esse cenário é normal. “Por causa das incertezas no quadro macroeconômico, e do quadro político muito polarizado, além da preocupação fiscal, que está levando a um problema cambial e de crescimento econômico. A taxa de juros está muito em evidência por causa do panorama fiscal.”
Para 2022, a coordenadora estima queda da renda real, elevação da taxa de juros, além da redução do ritmo da atividade e maior percepção de risco e incerteza. “Por outro lado, estimamos aumento da compra de imóveis como ativos mais seguros e investimentos privados em infraestrutura. Por causa do ano eleitoral, deve haver mais além dos investimentos públicos.”
Com relação às estimativas de custos de construção, Ana acredita que não deve subir como foi em 2021. “No ano passado o custo dos materiais pressionaram mais e pelas nossas análises, não deve acontecer isso esse ano. Estamos prevendo que esse ano as commodities tenham esse papel. Outra preocupação é com a desvalorização do cambio”, sinalizou a executiva. “A princípio, nas nossas projeções, não esperamos uma elevação tão grande no valor dos materiais, mas esse ano, o custo da mão de obra especializada pode pressionar esse valor”, completou.
Sobre os afastamentos de trabalhadores infectados por Covid ou a nova cepa da Influenza, Eduardo Zaidan disse que é cedo ainda para saber se haverá impacto na cadeia produtiva. “Dezembro há queda de nível de emprego, isso é sazonal, já acontece ha cerca de 30 anos no estado de São Paulo. Agora, em janeiro, que as pessoas estão sendo recolocadas, ainda é cedo para fazer essa análise.”
Edição: Cynara Escobar (cynara.escobar@cma.com.br)