São Paulo – O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) acredita que a economia brasileira encolherá 0,5% no primeiro trimestre de 2020 em relação ao último trimestre de 2020, mas terminará este ano com uma expansão de 3,0%. O crescimento, porém, depende do aumento da cobertura vacinal contra a covid-19.
“Além do impacto da pandemia e do endurecimento das medidas de isolamento social por parte de governos estaduais e municipais sobre o ritmo da economia, as previsões para 2021 também levam em conta as incertezas quanto à capacidade de se promover os ajustes nas contas públicas necessários para uma trajetória fiscal equilibrada”, disse o Ipea em nota.
“Outro fator de risco é a aceleração inflacionária, refletindo a alta nos preços administrados acima do esperado no início deste ano e a desvalorização cambial, com impactos principalmente nos preços dos alimentos e dos bens industriais”, acrescentou.
A recuperação da economia e da confiança deve acontecer na segunda metade do ano, desde que questões associadas à pandemia já estejam sob controle e que seja possível conter as atuais incertezas fiscais, disse o Ipea.
Para 2022, a projeção é de crescimento de 2,8% do PIB, em um cenário de manutenção da retomada da atividade econômica esperada para o segundo semestre deste ano. “Embora o crescimento projetado para 2022 seja um pouco menor que o de 2021, o esforço de crescimento ao longo de 2022 seria maior, pois a base de comparação (o PIB de 2021) é significativamente maior”, acrescentou.
No caso da inflação, a estimativa do Ipea é de alta de 4,6% no Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2021, considerando “surpresas inflacionárias adversas” no início do ano, em particular nos preços administrados.
“Para 2022, no contexto de uma política monetária mais apertada e sob a hipótese de que as atuais incertezas fiscais sejam controladas, o IPCA deve variar 3,4%”, acrescentou.