PIB mundial deve crescer 3% em 2022 e 2,2% em 2023, diz OCDE

686

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou a prévia do relatório de Perspectivas Econômicas nesta segunda-feira, que traz a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial: 3% em 2022 e 2,2% em 2023. “Isso está bem abaixo do ritmo de crescimento econômico projetado antes da guerra, e representa cerca de US$ 2,8 trilhões em produção global perdida em 2023”, informa o documento.

A redução no crescimento, segundo o relatório, é devido ao crescente aumento dos preços da energia, especialmente na Europa, que já vinha em alta com os impactos da pandemia. “Com empresas em muitas economias passando por custos mais altos de energia, transporte e mão de obra, a inflação está atingindo níveis não vistos desde a década de 1980, forçando os bancos centrais a apertar rapidamente as configurações da política monetária mais rapidamente do que o previsto”.

O choque de inflação e oferta de energia decorrente da guerra levou a OCDE a rever para baixo suas projeções de crescimento anteriores em todo o mundo. O crescimento do PIB dos Estados Unidos em 2022 foi reduzido para 1,5% e 0,5% em 2023. O da China ficará em 3,2% em 2022 e 4,7% em 2023. O do Japão, 1,6% em 2022 e 1,4% em 2023. O da Alemanha, 1,2% em 2022 e -0,7% em 2023. O do Reino Unido, 3,4% em 2022 e 0% em 2023. No Brasil, o crescimento será de 2,5% em 2022 e 0,8% em 2023.

Por outro lado, a inflação deve recuar aos poucos em 2023 na maioria dos países do G20, com os efeitos do aperto da política monetária e a desaceleração do crescimento mundial. A OCDE prevê uma inflação de 8,2% em 2022 e 6,6% em 2023.

Nos Estados Unidos, a inflação em 2022 ficará 6,18 em 2022 e 3,37 em 2023. No Reino Unido, 8,83% em 2022 e 5,89% em 2023. Na Alemanha, 8,38 em 2022 e 7,55% em 2023. No Japão, 2,23% em 2022 e 1,98% em 2023. Por fim, na China, 2,23% em 2022 e 3,09% em 2023.

A economia global perdeu força após a guerra de agressão não provocada, injustificável e ilegal da Rússia contra a Ucrânia. O crescimento do PIB estagnou em muitas economias e os indicadores econômicos apontam para uma desaceleração prolongada, disse o secretário-geral da OCDE, Mathias Cormann.

As pressões inflacionárias que já estavam presentes quando a economia global emergiu da pandemia foram severamente agravadas pela guerra. Isso impulsionou ainda mais os preços da energia e dos alimentos que agora ameaçam os padrões de vida das pessoas em todo o mundo, continua.

Outros riscos importantes são que os ajustes em curso nos mercados imobiliários chineses combinados com o alto nível de dívida corporativa na China e a continuação da política de covid zero do país possam gerar uma desaceleração mais severa na segunda maior economia do mundo do que o projetado. Esse risco se soma aos custos contínuos das pressões globais da cadeia de suprimentos e possíveis crises de dívida e contágio financeiro em muitos mercados emergentes e economias de baixa renda.