São Paulo, SP – A Gol anunciou hoje seu novo Plano Financeiro de 5 Anos que deverá
servir de base para o plano legal independente da companhia sob o Chapter 11 (Plano de
Reorganização). Segundo a companhia aérea, o plano é um “marco importante em seu processo de reestruturação financeira iniciado no Tribunal de Falências dos Estados Unidos”.
O presidente da companhia, Celso Ferrer, destacou que desde o início deste processo, a Gol
continuou operando sem interrupções e de forma normal, demonstrando solidez na execução da estratégia comercial e mantendo uma abordagem disciplinada na gestão dos custos.
“Como comunicamos anteriormente, renegociamos com sucesso os acordos com nossos arrendadores para a maioria substancial de nossas aeronaves e estamos seguindo nosso plano estratégico de investir em nossos motores e aumentar o tamanho da frota operacional e de nossa capacidade, mantendo alta produtividade e eficiência operacional. O novo Plano de 5 Anos da Gol que divulgamos hoje serve como um guia para nossa próxima fase, durante a qual continuaremos a avançar em nossas estratégias de longo prazo para expandir nossa posição como companhia aérea líder na América Latina, melhorando a experiência de viagem através de viagens mais acessíveis e da escolha do cliente como sua aérea de preferência. Com um plano claro em vigor, podemos começar a nos preparar para iniciar em breve o processo competitivo de financiamento para a saída do Chapter 11
como um meio de garantir que a Gol tenha a base financeira mais forte possível após nossa saída do Chapter 11”, explicou Ferrer.
Plano 5 anos
O Plano de 5 Anos inclui detalhes sobre os esforços contínuos da companhia para melhorar o desempenho operacional e financeiro. O Plano de 5 Anos visa um retorno, até 2026, aos níveis pré-COVID de capacidade doméstica. A previsão da companhia também demonstra o compromisso da Gol em expandir sua malha, tanto nacional quanto internacionalmente, maximizando os lucros no longo prazo. Para apoiar a expansão planejada, o Plano de 5 Anos projeta o crescimento da frota da companhia para 169 aeronaves até 2029, enquanto investe em sua frota existente no curto prazo.
Como resultado dessa abordagem estratégica, é esperado que as margens Ebitda (expressas em % da Receita Total) reduzam em 2024 (caindo para aproximadamente 23%, contra 27% em 2023) à medida que a Companhia reconstrói sua capacidade de frota, recuperando-se para aproximadamente 29% em 2025, chegando a aproximadamente 30% em 2026 e para aproximadamente 34% até 2029. As margens Ebitda serão impulsionadas, em parte, pela implementação de um programa anual de melhoria de resultado de cerca de R$ 1 bilhão, que permitirá à GOL manter uma vantagem competitiva sobre seus pares no
custo unitário.
O Plano de 5 Anos baseia-se em uma posição de liquidez robusta e de um balanço sólido. Através de um aumento de capital de US$ 1,5 bilhão contemplado no Plano de 5 Anos, a companhia pagará seu financiamento existente de Devedor em Posse (DIP) ao mesmo tempo que adicionará liquidez incremental ao seu balanço. Espera-se que os financiamentos adicionais da dívida garantida sejam refinanciados na saída do Capítulo 11, o que deverá conduzir a uma melhoria substancial da liquidez de caixa numa base sustentável. Com as transações de balanço contempladas no plano de 5 anos, espera-se que os níveis de liquidez atinjam aproximadamente 18% e 25% da receita de 12 meses
(UDM) até o final de 2025 e 2029, e um índice de alavancagem líquida (medido como Dívida Total menos Liquidez/Ebitda) de aproximadamente 3,6x, 2,9x e 1,7x em 2025, 2026 e 2029, respectivamente.
Como parte do processo de reestruturação financeira em curso, a companhia tem fornecido a algumas partes interessadas importantes relatórios financeiros e atualizações que podem constituir informações relevantes não públicas. Como resultado, a Gol está publicando um resumo do Plano de 5 Anos e dos cenários para financiamento da saída do processo de Chapter 11, ambos disponíveis em seu site de relações com investidores. As informações contidas no resumo do Plano de 5 Anos contêm “declarações prospectivas” baseadas em estimativas e premissas que estão inerentemente sujeitas a riscos comerciais, econômicos e competitivos específicos, incertezas e contingências, muitas das quais, com relação a futuras decisões de negócios, estão sujeitas a alterações. Os investidores não devem tomar decisões de investimento com base no Plano de 5 Anos, uma vez que os resultados reais podem diferir materialmente daqueles expressos ou implícitos nele.
FROTA
Como parte do processo de reestruturação financeira da Gol, em 24 de maio de 2024, a companhia tinha acordos aprovados pelo Tribunal de Falências dos EUA para 113 aeronaves e 48 motores sobressalentes, que incluem concessões significativas de arrendamento (em termos de obrigações de aluguel e condições de devolução), devoluções antecipadas de aeronaves e suporte significativo para manutenção de motores. A Companhia está agora analisando ofertas competitivas de pacotes de concessão oferecidos pelos arrendadores cobrindo todas, ou substancialmente todas as aeronaves restantes. A companhia espera tomar decisões com relação a essas aeronaves em breve.
No total, espera-se que os pacotes de concessão dos arrendadores forneçam à companhia o apoio financeiro necessário para recuperar todos os motores necessários para reconstruir sua capacidade para níveis consistentes com o Plano de 5 Anos. Esse investimento em revisões de motores significará que a capacidade para 2024 ficará temporariamente abaixo do nível de 2023 da empresa (impactando assim o Ebitda de 2024 da empresa), com a capacidade da empresa se reconstruindo rapidamente em 2025 e além. Além disso, a empresa recebeu aprovação para financiar novas entregas de aeronaves e motores e espera continuar recebendo novas entregas de 737 MAX durante o processo de reestruturação, bem como depois disso.
Plano de Reorganização
Conforme divulgado anteriormente, em conexão com os procedimentos em andamento no Chapter 11 da Gol, a companhia iniciou discussões sobre o plano de financiamento que sustentará seu Plano de Reorganização de forma independente. O Plano de Reorganização estabelecerá os termos da reorganização e sua saída bem-sucedida do Chapter 11. O processo de financiamento de saída envolverá o refinanciamento de um valor estimado de US$ 2 bilhões (acrescido de qualquer pagamento de make-whole permitido e juros de mora) relacionado a obrigações de dívida garantida no longo prazo e uma injeção de novo capital na Companhia de aproximadamente US$ 1,5 bilhão por meio da emissão de novas ações. Os termos e condições deste significativo aumento de capital serão determinados oportunamente, em total conformidade com a legislação brasileira e o Código de Falências dos Estados Unidos.
A companhia e seus assessores pretendem conduzir um processo competitivo por meio do qual avaliarão propostas de financiamento de saída e quaisquer operações alternativas viáveis e competitivas, incluindo oportunidades apresentadas por potenciais fontes de capital próprio e de dívida. A decisão da Gol de prosseguir com tais Transações exigirá a aprovação do Tribunal de Falências dos EUA.
A empresa observa que o processo competitivo mencionado começará no início de junho e deve se estender pelo menos até o final do terceiro trimestre de 2024 e, possivelmente, até o quarto trimestre de 2024. Embora a Gol antecipe um processo de financiamento de saída bem-sucedido, não há garantia de que o processo resultará em quaisquer Transações.
Para garantir esse financiamento de saída crítico, o Plano de Recuperação, se aprovado pelas maiorias necessárias dos credores da Gol e pelo Tribunal de Falências dos EUA, precisará comprometer substancialmente a dívida quirografária da Companhia e outros créditos não garantidos. Qualquer valor atribuído a tais obrigações não garantidas e outros créditos não garantidos pelo seu Plano de Recuperação é incerto, mas provavelmente resultará numa redução substancial do valor nominal. Além disso, fomos informados por advogados de que o Código de Falências dos Estados Unidos exige que os créditos de dívida não garantidos contra a Empresa sejam pagos integralmente antes que o capital próprio tenha direito a receber qualquer recuperação. Como as obrigações de dívida da companhia excedem significativamente o patrimônio líquido da companhia, é altamente provável que nossas ações ordinárias e preferenciais existentes tenham valor mínimo ao fim deste processo e, consequentemente, investir em nossas ações implica, portanto, risco significativo.
CONSELHEIROS
Em conexão com seus esforços de reestruturação, a Gol está trabalhando com Milbank LLP como seu advogado de reestruturação nos EUA, Seabury Securities LLC como consultor financeiro e banqueiro de investimento, e AlixPartners, LLP como consultor financeiro. Além disso, Lefosse Advogados está atuando como advogado brasileiro da empresa.