Por alta taxa de juros, fintechs já não ameaçam grandes bancos, diz Moody’s

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São Paulo – A ameaça competitiva que as fintechs representam para as instituições financeiras consolidadas diminuiu em muitas regiões em 2022. Por causa dos juros e ambiente de crescimento mais lento, o capital privado se tornou mais seletivo, o que não é bom para as startups financeiras.

“Muitas fintechs que não possuem mais o financiamento estável de instituições consolidadas reduziram as operações, especialmente aquelas com abordagem de “construir agora, lucrar depois”. Entre elas estão os bancos concorrentes N26 e Monzo, que deixaram o mercado dos EUA”, diz a Moodys

“Outras fintechs não lucrativas, como a empresa Affirm, cujo modelo de negócios é compre agora, pague depois (BNPL, em inglês), demitiram funcionários, e algumas fecharam completamente. No entanto, surpreendentemente, algumas fintechs ainda estão prosperando.”

Como exemplo, os analistas citam a brasileira Nu Pagamentos S.A. (Nubank) e seu crescimento exponencial. O Nubank está entre os líderes no segmento de cartões de crédito nos mercados sul-americanos.

“Por exemplo, em termos de participação no mercado de cartões de crédito, o Nu Mexico se tornou a quinta maior entidade financeira do México em setembro de 2022, maior que bancos tradicionais como Banorte, HSBC, Inbursa, Banco Azteca e Scotiabank”

A Moodys citou ainda ‘a incrível ascensão do Kakaobank na Coreia do Sul” e a lógica por trás do fim de um grupo de fintechs que inclui Bank North no Reino Unido, Volt na Austrália e Nirvana Money nos EUA – as fintechs Chime e Varo registraram desaceleração significativa de crescimento.

“Bancos estrangeiros concorrentes, entre eles N26 e Monzo, que tentaram expansão no exterior no mercado fortemente regulado e altamente competitivo dos EUA, também reduziram suas operações.”