Possível venda apontada pelo Casino deve manter investidor reticente ao Pão de Açúcar

676

São Paulo, SP – O Grupo Casino divulgou ontem (26) uma atualização estratégica fornecendo mais informações quanto a sua reestruturação financeira. O principal destaque foi que o Grupo Pão de Açúcar (GPA) e o Grupo Éxito foram oficialmente colocados à venda, com uma parcela do Éxito já sendo vendida em 2023 e a participação remanescente no GPA sendo vendida em 2024.

Às 15h30, em dia de queda quase generalizada das ações, com o Ibovespa recuando 0,99%, os papéis do GPA caíam 6,08%, a R$ 15,74.

Em seu comunicado, o Casino disse que GPA e Éxito são ativos que poderão ser vendidos como parte do plano de três anos de venda de ativos do Grupo Casino, sendo que não há
cronograma, metas definidas ou processo de venda em aberto para o GPA.

“O único projeto ativo neste momento envolvendo estas duas empresas é a segregação dos negócios de GPA e Éxito”, explicou o Casino.

Para a XP Investimentos, é muito improvável que outras empresas listadas (Carrefour, Grupo Mateus e Assaí) tenham interesse no GPA, e que um investidor estratégico ou
financeiro deve ser comprador mais provável.

“Quanto ao preço, baseado no valor do desinvestimento da Green Yellow e assumindo diferentes precificações para os imóveis, o valor implícito no plano de desinvestimento do Casino avalia o GPA+Éxito em mais do que o dobro do valor de mercado atual. Acreditamos que isso possa refletir a expectativa da companhia de que o spin-off do Éxito destrave valor, apesar de enxergarmos riscos de liquidez para que isso se materialize no curto prazo”, explicou a XP.

A corretora manteve recomendação neutra para a ação da companhia, diante do riscos adicionais para o plano do GPA de desinvestir do Grupo Éxito, se somando ao risco de liquidez para os acionistas da Brazilian Depositary Receipts (BDR) do Éxito após o spin-off.

Para a Guide Investimentos, a notícia é negativa, dada a sinalização da intenção do controlador em vender o ativo, o que cria um overhang (diluição do preço das ações devido ao excesso de oferta no mercado) sobre as ações do Grupo Pão de Açúcar, além de levantar questões a respeito de como será a estrutura societária da companhia após a venda.