Powell repete no Congresso que juros devem seguir em patamar atual

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Por Carolina Gama

São Paulo – O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, repetiu o discurso feito ontem a um comitê misto do Congresso indicando que o banco central norte-americano deve manter a taxa de juros no patamar atual de 1,50% a 1,75% ao ano. Ele reforçou que a autoridade monetária está pronta para agir caso eventos de materializem e mudem as perspectivas econômicas atuais.

“Vemos que a atual postura da política monetária provavelmente permanecerá apropriada enquanto as informações recebidas sobre a economia permanecerem amplamente consistentes com nossa perspectiva de moderado crescimento econômico, um forte mercado de trabalho e inflação estável”, disse Powell ao Comitê de Orçamento da Câmara dos Deputados.

“É claro que, se surgirem eventos que levem a uma reavaliação material de nossas perspectivas, responderemos de acordo”, acrescentou.

Há duas semanas, o Fed cortou pela terceira vez no ano a taxa básica de juros sob o argumento de proteger a economia norte-americana contra os riscos de uma forte desaceleração causada pelo enfraquecimento do investimento das empresas e do crescimento global.

Os membros do Fed esperam que o crescimento econômico do Estados Unidos desacelere para cerca de 2,0% este ano, ante quase 3,0% no ano passado. Powell disse hoje que as perspectivas para a economia do país continuam favoráveis, em parte por causa das ações do Fed de reduzir a taxa de juros este ano.

Ele citou uma recente greve dos trabalhadores como um fator determinante para a desaceleração econômica durante o terceiro trimestre e também sinalizou “riscos notáveis” às perspectivas favoráveis do Fed, entre elas, as disputas comerciais e crescimento global mais lento.

No texto, Powell diz ainda que os legisladores devem estar prontos para que a política fiscal apoie a economia em um momento de recessão. Ao mesmo tempo, o chefe do Fed alertou que os déficits orçamentários e uma maior carga de dívida são insustentáveis nos Estados Unidos.

“Isso poderia restringir a disposição ou a capacidade dos formuladores de políticas fiscais de apoiar a atividade econômica durante uma crise”, afirmou Powell, acrescentando que a elevada e crescente dívida federal pode, com o tempo, restringir o investimento privado, reduzindo a produção.