A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, falou na abertura do encontro com o Conselho Europeu hoje (30) mais cedo, e falou sobre os cuidados que a União Europeia deve ter em relação à China.
“Existe um amplo consenso, tanto entre os líderes daqui quanto com nossos parceiros do G7, sobre o conceito de redução de riscos, não de dissociação. Em nenhum caso, seria do nosso interesse dissociar, tendo em vista os desafios globais comuns que precisamos enfrentar e nossos profundos laços econômicos”, afirmou.
Para a Comissão, a redução de riscos será responsável por reduzir as vulnerabilidades no relacionamento econômico com a China, como a compra de matéria-prima para a produção de baterias e tecnologia verde, conhecidas como terras-raras, das quais a China é uma das maiores exportadoras. Além disso, o comércio sino-europeu é deficitário para a União Europeia.
“Nos últimos dez anos, o déficit comercial da União Europeia mais do que triplicou. Hoje, chega a quase 400 bilhões de euros. Isso simplesmente não é sustentável”.
Von der Leyen citou também as dificuldades que produtos europeus têm para ter acesso ao mercado chinês, “contrariando as condições equitativas de que as empresas chinesas estão se beneficiando em nosso mercado único. Espero que a retomada do Diálogo Econômico e Comercial de Alto Nível União Europeia-China possa ajudar a resolver isso”.
A presidente da Comissão afirmou que a redução de riscos não significa deixar a diplomacia de lado. “A redução de riscos diplomáticos também é importante porque queremos manter linhas de comunicação abertas com a China em questões sobre as quais concordamos, mas também sobre questões sobre as quais discordamos, porque isso evita mal-entendidos”.
Ela fala, por exemplo, da posição da China em relação à guerra da Rússia contra a Ucrânia. O país mantém uma posição de neutralidade, o que, para von der Leyen, não condiz com os valores das Nações Unidas, especialmente porque a China faz parte do Conselho de Segurança da entidade.
Ainda assim, declarou a intenção de intensificar as relações com o país do presidente Xi Jinping. “Em suma, isto significa um envolvimento contínuo com a China, mas seguindo uma abordagem europeia baseada nos nossos interesses e nos nossos valores”.