Preços ao produtor sobe 3,28% em agosto, maior alta desde 2014, diz IBGE

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São Paulo – O Indice de Preços ao Produtor (IPP), que mede a evolução dos preços de produtos “na porta de fábrica” – sem impostos nem fretes – avançou 3,28% em agosto, com ligeira alta em relação a alta de 3,22% em julho, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se da maior taxa da série histórica, iniciada em janeiro de 2014 e do décimo terceiro aumento seguido do indicador. Com isso, o IPP acumula altas de 10,80% no ano e de 13,74% em 12 meses, até agosto.

Em base mensal, todas as 24 atividades industriais pesquisadas apresentaram variações positivas de preços, contra 20 no mês anterior. Segundo o IBGE, o resultado de agosto foi pressionado pelos seguintes setores: indústrias extrativas (8,43%), refino de petróleo e produtos de álcool (6,24%), outros produtos químicos (4,13%) e alimentos (4,07%). 

Em termos de influência no resultado mensal, em ponto percentual (pp), os destaques foram alimentos (1,00 pp), refino de petróleo e produtos de álcool (0,52 pp), indústrias extrativas (0,44 pp) e outros produtos químicos (0,32 pp). 

O IBGE destacou o resultado da atividade de alimentos, que tem o principal peso no índice geral (cerca de um quarto do indicador), e teve a maior variação desde março – quando registrou 4,23% -, além de acumular alta de 16,51% no ano. Na comparação com agosto de 2019, os preços mais recentes estavam 27,45% maiores, a maior variação da série histórica.

O gerente da pesquisa, Manuel Campos Souza Neto, destaca que farelo de soja, óleo de soja, arroz descascado branqueado e leite esterilizado UHT longa vida foram os quatro produtos que mais impactaram o resultado da indústria de alimentos. “Da variação de 4,07% no mês, esses quatro produtos representaram 2,20 pontos percentuais. Os demais 39 produtos analisados ficaram com 1,87 pontos percentuais”, explica. 

Neto acrescenta que a variação da taxa de câmbio em agosto e no ano influenciaram diretamente nos preços do arroz e dos produtos de soja já que são influenciados pelo mercado externo por também serem exportados. 

Em relação às grandes categorias econômicas, bens de capital subiram 1,62% em agosto ante julho, representando +0,13 pp do resultado geral da indústria; bens intermediários dispararam 4,03% (+2,19 pp) e bens de consumo subiram 2,54% (+0,96 pp), sendo +0,60% (+0,04 pp) para bens de consumo duráveis e +2,94% (+0,92 pp) para bens de consumo semiduráveis e não duráveis.