São Paulo – O Índice de Preços ao Produtor (IPP), que mede a evolução dos preços de produtos “na porta de fábrica” – sem impostos nem fretes – subiu 0,61% em junho, desacelerando-se da alta de 1,16% em maio (em dado revisado), informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se do décimo primeiro aumento seguido do indicador.
Com isso, o IPP acumula altas de 3,94% no ano e de 6,38% em 12 meses, até junho.
Em base mensal, 11 das 24 atividades industriais pesquisadas apresentaram variações positivas de preços, contra 15 no mês anterior. Segundo o IBGE, o resultado de junho foi pressionado pelos seguintes setores: refino de petróleo e produtos de álcool (+17,07%); fumo (-6,08%); calçados e artigos de couro (-5,82%) e outros equipamentos de transporte (-4,25%).
Em termos de influência no resultado mensal, em ponto percentual (pp), os destaques foram refino de petróleo e produtos de álcool (+1,12 pp) e indústrias extrativas (+0,17 pp). Enquanto na outra ponta, metalurgia e alimentos ficaram com mais os maiores de -0,21 pp e -0,20 pp, respectivamente.
Com a alta no mês puxada pelo setor de petróleo, o gerente do IPP, Manuel Campos Souza Neto, explica que o preço nessa atividade é muito ligado ao praticado no mercado internacional de óleo bruto de petróleo.
“Com a pandemia [do novo coronavírus], o mundo inteiro reduziu o consumo de combustíveis, mas a produção continuou, o que acabou gerando um excesso e provocando queda nos preços. Mesmo com a alta em junho, os preços no setor ainda acumulam queda de 25,37% no ano”, destaca.
Em relação às grandes categorias econômicas, bens de capital recuaram 1,64% em junho ante maio, representando -0,13 pp do resultado geral da indústria; bens intermediários caíram 0,37% (-0,20 pp) e bens de consumo avançaram 2,51% (+0,94 pp), sendo +0,66% (+0,04 pp) para bens de consumo duráveis e +2,91% (+0,90 pp) para bens de consumo semiduráveis e não duráveis.